sábado, 14 de março de 2009

PALAVRAS, PALAVRAS

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Eu pensava que era pobre. Depois, me disseram que eu não era pobre. Era necessitado. Daí, me disseram que era pejorativo pensar em mim mesmo como necessitado. Eu era carenciado. Então, me disseram que carenciado produzia uma imagem negativa. Eu era um desprivilegiado. Continuo a não ter um tostão. Mas tenho agora um grande vocabulário.
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Quando não há ninguém no oásis, diz-se que o oásis está deserto.
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Quem confunde eclipse com elipse comete um lapso.
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As orações subordinadas devem ser ditas de joelhos.

8 comentários:

Lingua de Trapo disse...

Você está triste letrado cloaqueiro? Pois isso me parece um desabafo. Espero, então, que esteja se sentindo melhor agora.

Vendedor de Bananas disse...

Belas palavras...

Cloaca News disse...

Não é tristeza, não, caro Língua de Trapo. Longe disso! Na verdade, é só um refresco, uma ventilada.

Anônimo disse...

Resumindo: o desprivilegiado aí de cima permanece no mesmo estado de pobreza.Seviu p/ estatísticas, programas socias, etc mas, esqueceram de inseri-lo nesta sociedade consumista!
Só resta perguntar: é prá rir ou chorar?
Branca.

Anônimo disse...

Elio Gaspari (15.03.09)
1) LULA TOMOU a decisão que potencializou os efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira no dia 1º de maio do ano passado, antes mesmo que o céu começasse a desabar em Nova York. Ele recebeu a notícia de que o Brasil obtivera o "investment grade" da agência Standard & Poor e desistiu de trocar o presidente do Banco Central. Uma semana antes, havia convidado o economista Luiz Gonzaga Belluzzo para o lugar de Henrique Meirelles. Nos dias seguintes, confessara-se aliviado por ter resolvido um problema. Faltava apenas chamar o presidente do BC ao Planalto para o ritual da despedida. Com a boa notícia vinda de Wall Street (numa época em que ela ainda produzia boas notícias) a troca foi arquivada e em janeiro, para felicidade da torcida, Belluzzo assumiu a presidência do Palmeiras.
Não se pode dizer o que Belluzzo faria no Banco Central, mas pode-se garantir que derrubaria a taxa de juros. Dias antes do convite de Lula ao professor, o Copom elevara a Selic de 11,25% para 11,75%. Depois de altas sucessivas, em setembro ela chegou a 13,75%. Em outubro, depois da quebra da casa bancária Lehman e da propagação da crise pelo mundo, os sábios do Copom mantiveram a taxa e assim contribuíram para o desastre da contração de 3,6% do PIB no último trimestre do ano. Feito o estrago, a Selic voltou aos 11,25% e continua sendo a mais alta do mundo.
Lula não sabe, mas sua decisão de manter Meirelles e a turma do Copom seguiu o padrão dos erros políticos cometidos no Brasil ao longo dos últimos 50 anos. Ele se explica pela "teoria da goteira", exposta há tempo pelo economista americano Irving Fisher. O sujeito tem uma telha quebrada que pinga chuva na sala. Sempre que o sofá molha, pensa em fazer o conserto, mas a chuva passa e ele deixa para depois. É o erro do não fazer. Diferente de outro, que resulta da vontade de fazer. Por exemplo: a decisão dos comandantes militares japoneses e do imperador Hirohito para que se levasse adiante o plano de ataque à base americana de Pearl Harbor.
Fernando Henrique Cardoso criou a crise cambial de 1999 um ano antes, quando desistiu de tirar o economista Gustavo Franco da presidência do Banco Central, perseverando na sobrevalorização de real. O Plano Cruzado explodiu no final de 1986 porque José Sarney não mexeu nos preços congelados antes da eleição. A bancarrota de 1982, na qual o Brasil perdeu a capacidade de honrar seus compromissos externos, começou em 1978, quando Ernesto Geisel persistiu na política de captação de empréstimos externos atrelados à taxa de juros bancários americanos. Eles foram dos 6,8% do tempo das vacas gordas para 19% em 1981. No ano seguinte, começou a "década perdida", que durou pelo menos 12 anos.

2) EL DEPORTADOR
Discutindo a deportação dos boxeadores Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, o comissário Tarso Genro disse o seguinte: "Como é que nós íamos manter aqui dois jovens cubanos que queriam sair?"
Ele não gosta de ouvir que eles foram deportados. Pena, porque sua Polícia Federal os fez assinar um termo de deportação. O comissário já fez muitas viagens e sempre voltou ao Brasil porque quis. Em nenhum país fizeram-no assinar um termo de deportação.
O ato foi justificado pelo delegado federal Felício Laterça, chefe da PF de Niterói com as seguintes palavras: "Eles estão sem documentos. Essa já é causa suficiente para serem deportados". Ou nas palavras do agente Alessandre Reis: "Foram considerados ilegais. Nessa condição, a deportação é compulsória".
Se o doutor não gosta do verbo deportar, deve tratar do assunto com seus subordinados. (Isso tudo fazendo-se de conta que o comissário não soube que os dois jovens já fugiram de Cuba, onde haviam virado párias.)

Anônimo disse...

Elio Gaspari não serve de fonte. Quem é que garante que ele se baseou em dados verdadeiros? Esse anônimo não sabe a verdade.

Anônimo disse...

elio gaspari é um celerado. ele também não viu a entrevista com os cubanos???

Apenas, Marcia disse...

Gostei das palavras...um pouco de poética faz um bem danado ao espírito.
Mario Quintana iria gosta, com certeza.

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