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sábado, 18 de setembro de 2010
SERRA ABANDONA A CAMPANHA ELEITORAL
Por Roni Chira,
do blog O que será que me dá?
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Acuado pelas pesquisas, reduzido à sua estatura real pelos adversários e abandonado por boa parte dos aliados, Serra desistiu de ser candidato para tornar-se uma caricatura grotesca de prima-dona à beira de um ataque de nervos. Além de desistir de perder a eleição com dignidade, revelou uma sobre-reserva de hipocrisia que provavelmente nem sabia ter tão abundante: ao contrário de latinos machistas e golpistas como Costa e Silva, Pinochet, Stroessner e Videla, Serra deu holofotes às mulheres que o cercam. Trouxe filha e esposa para a frente de batalha. Uma como vítima, já desmascarada, e outra vociferando um discurso raivoso que lembra a velha TFP.
Junto a elas, a quadrilha de assaltantes da opinião pública que se auto-denominam “jornalistas” continua a todo vapor. Surgem todos os dias, do esgoto do PIG, trazendo a tira-colo vigaristas como Rubnei Quícoli e Antonio Atella – que a troco de algum trocado (seja em espécie ou em créditos), se oferecem para pivots de manchetes caluniosas lançadas no encalço de Dilma Rousseff.
Esse grupo vai seguir espirrando seu lodo, aqui e ali, visando, tirar votos de Dilma a qualquer custo. Por enquanto, jogam seu jogo sozinhos, sem afetar os estáveis indicadores para 3 de outubro.
Mas é bom lembrarmos que os números das pesquisas podem ser vistos de duas maneiras: do ponto de vista de Dilma, a vantagem é de 27% e lhe assegura a vitória no primeiro turno. Já o PIG vê na soma dos votos de Serra, Marina e nanicos, a diferença que levaria ao segundo turno em 14%. E estes 14%, seriam, na verdade, 7% + 1 voto. Pois cada ponto que muda de lado, reduz a diferença em 2.
(Estarão os “verdes-laranjas” de Marina Silva conscientes do voto útil a Serra que representam?)
O momento mais crítico desta campanha se dará na véspera e no intervalo que separa o fim dos programas eleitorais do dia das urnas. Como se sabe, neste período, a justiça eleitoral proíbe quaisquer ações de campanha – para que o eleitor consulte sua consciência e consolide suas escolhas. Sendo assim, é aí que Dilma estará vulnerável a qualquer ataque midiático golpista sem chances de defesa. (E o PIG poderia martelar o assunto à vontade, dias seguidos.)
Qual seria o factoide? Quais seriam seus coadjuvantes? Qual seria o palco? É impossível prever com certeza. Mas algumas teorias já foram levantadas na blogosfera aqui e aqui. E todas são procedentes. Principalmente quando se leva em conta os antecedentes deste grupo que atua no país desde os tempos da ditadura militar.
Se levassem a eleição ao segundo turno repetiriam o mesmo roteiro. Além disso, uma vez decididas várias batalhas regionais, Serra recuperaria muitos apoios que o abandonaram pela rejeição estrondosa que coleciona. E no rearranjo do tabuleiro eleitoral, a batalha principal se daria em São Paulo, tendo a máquina de Alckmin (caso já vitorioso) inteiramente devota a sua campanha.
Outro aspecto seria o reaquecimento financeiro da campanha de Serra. Há rumores de que não “esticando” até o segundo turno, as dívidas de campanha não poderiam mais ser pagas. Credores acumulados, ou todos trabalhariam para virar o jogo e garantir “o seu”, ou o calote seria geral.
No segundo turno, o PIG poderia contar, se necessário, com a movimentação no STF que, “bem liderada”, acenderia a chama da “legalidade jurídica” para qualquer “emergência”. E não há dúvidas de que muitos juízes que estão em cima do muro hoje, desceriam.
Para diminuir os impactos deste jogo sujo, há duas frentes a serem priorizadas pelas forças progressistas:
A primeira tem que se dar no rádio e na TV. A campanha de Dilma deve trazer o assunto da “bala de prata sem chances de defesa” para a pauta de seus programas eleitorais e denunciá-la com veemência. Não podemos esquecer que, os 10 minutos mais livres, soberanos e abrangentes do PT na TV, são aqueles dos programa eleitorais. 10 minutos contra o restante de todo o monopólio midiático. (É impressionante constatar quantas obras importantes estão em andamento no país e que a população desconhece. Simplesmente porque a mídia as esconde!)
Na segunda frente, a militância tem que seguir desmascarando este trabalho sujo da Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e Rede Globo. Na web e nas ruas. Tem que esquecer a vantagem numérica das pesquisas e tratar o jogo como realmente é: uma questão de vida ou morte para a soberania do Brasil e seu povo.
E mesmo que não tenham elementos para construir o golpe, quanto maior for a votação em Dilma, menores serão os efeitos dos inevitáveis ataques que receberá do PIG ao longo de seu governo. Lula que o diga…
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ILUSTRAÇÃO: PATRICIO
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
POR QUE OS ELEITORES ESTÃO CONFUSOS COM O NÚMERO DE FOGAÇA
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada hoje, os eleitores gaúchos não sabem o número eleitoral do candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PMDB, José Fogaça.
De acordo com a notícia estampada no tabloide venal Zero Hora, “entre os eleitores de Fogaça, 73% não sabem qual o número do candidato”.
Este Cloaca News, cioso de seu compromisso com a difusão da informação isenta e correta, descobriu os motivos da confusão.
Como se sabe, o imparcialmente ativo José Fogaça é investigado em três ações criminais do Ministério Público, abertas com base em documentos das operações Solidária e Rodin, da Polícia Federal. Em uma delas – o caso do Projeto Socioambiental – , há suspeitas de direcionamento das licitações nas obras do projeto. Orçadas em R$ 586 milhões, as licitações teriam sido direcionadas e as obras divididas para beneficiar empresas integrantes do esquema. O MPF apontou o valor de R$ 350 milhões nos contratos fraudados. Em outro caso, o do Projovem, o inquérito aponta que o programa deveria ser executado pela Fundae, mas foi repassado a uma empresa privada, caracterizando fraude em licitação. A Polícia Federal também identificou no ProJovem irregularidade no contrato de fornecimento de lanches, que foi prorrogado diversas vezes em caráter emergencial. No caso Sollus, ninguém esqueceu o desvio de R$ 9,6 milhões de reais do Programa Saúde da Família, durante a gestão de Fogaça como prefeito da capital gaúcha. O dinheiro, até agora, não apareceu. Neste cenário, boa parte do eleitorado associa o candidato a certo artigo do Código Penal, como se vê na imagem acima.
De outra parte, parcela significativa da massa eleitora associa o candidato ao legado de sua gestão à frente da Prefeitura de Porto Alegre, período durante o qual a cidade vegetou sob o mais completo abandono. Nenhum dos entrevistados, a propósito, conseguiu dizer, de memória, uma única obra relevante tocada na administração do peemedebista – o que explica o numeral apresentado na imagem acima, à direita.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
VERÔNICA DESNUDA – APRESENTAMOS O SITE DA EMPRESA DA FILHA DE SERRA
Se você ainda não leu reportagem de Leandro Fortes, na Carta Capital, em que é denunciada a violação, pela empresa Decidir Brasil (de Verônica Serra e Verônica Dantas) dos sigilos fiscal e bancário de milhões de brasileiros, clique aqui.
Para saber quais os serviços prestados pela Decidir Brasil, na ocasião, graças à violação dos sigilos, clique aqui.
Os links da Decidir Brasil foram recuperados graças à boa memória do Wayback Machine.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
RBS TINHA DEZ SENHAS DO GOVERNO YEDA PARA ESPIONAR DESAFETOS
Depois de admitir, por meio de nota publicada no tabloide venal Zero Hora, que o araponga lotado na Casa Militar do Palácio Piratini era informante do Grupo RBS (afiliado da Globo no RS e em SC), o império mafiomidiático gaúcho está às voltas com mais uma sarna: pelo menos dez senhas de acesso ao Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança foram distribuídas pelo governo Yeda Crusius (PSDB) aos repórteres do conglomerado da Famiglia Sirotsky. A informação foi veiculada pelo Twitter do jornalista Vitor Vieira, profissional que passa longe de ser considerado um “petista”.
Com a revelação, a sociedade passa a conhecer melhor as outras fontes “jornalísticas” da corporação. Como se sabe, os veículos da RBS também costumam basear seus “furos de reportagem” em materiais apócrifos e anônimos encontrados nos latões de lixo dos estacionamentos de Porto Alegre.
Até o momento, a laboriosa colunista-abelha de ZH e o operoso comentarista-vendedor-de-salames da RBS não se manifestaram sobre a violação, pela empresa, de seu próprio Código de Ética.
Aguardam-se, para breve, as posições da ARI (Associação Rio-grandense de Impresa), da ANJ (Associação Nacional de Jornais), da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e do Sindicato dos Jornalistas.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
TUCANO SIFU
.Deu na Folha Online: "Na opinião de um grupo de 25 pessoas que analisaram o debate, Marina Silva (PV) se saiu melhor, seguida de perto por Dilma Rousseff (PT). Já Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), que protagonizou os melhores momentos, recebeu porém [sic] a pior avaliação.
Das 25 pessoas, Marina foi a melhor para 10, e Dilma, para 9. Plínio foi o pior para 13. O debate serviu para definir votos: os indecisos eram 14 antes do embate, mas, ao final, restava apenas um.
Dilma foi quem conquistou mais votos: ela começou o debate com 4 eleitores e terminou com 10. Marina começou com 3 e ao final tinha 7.
José Serra (PSDB), que foi o melhor para só duas pessoas, perdeu um de seus eleitores: tinha 4 e acabou com 3. Plínio, que começou sem nenhum eleitor, acabou com 4".
A notícia completa está aqui.
domingo, 12 de setembro de 2010
FALTAM TRÊS SEMANAS
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Editorial da Carta Maior
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Serra já tentou todas as máscaras; de neo-lulista a sucessor de Alvaro Uribe no comando da direita latino-americana. Fez-se passar por vítima e depois caluniou com sofreguidão. Não parou de cair nas pesquisas mas, sobretudo, algo que os isentos comentaristas fingem não ver, a forma arestosa como faz política, encharcada de falsidade quase colegial, inspira cada vez mais repulsa, mesmo entre seus pares. Serra tem 32% de rejeição, contra 27% de apoio nos levantamentos do complacente instituto de pesquisas da família Frias, cuja aderência à campanha demotucana não é mais objeto de discussão. Serra vai receber a extrema-unção política dia 3 de outubro ou em seguida, no 2º turno. O conservadorismo nativo sabe que ele é um fósforo queimado. Jamais será cogitado novamente como um líder aglutinador. A exemplo de certos colunistas e veículos, porta-vozes da direita e da extrema-direita nativa, Serra sabe que perdeu o bonde da história e quer vingança. Eles já teriam disparado a bala de prata se ela existisse. Não conseguiram uma. Resta-lhes o método da saturação. Expelir diariamente acusações, calúnias, falsas denúncias, insinuações, preconceitos, mentiras. Requentar velhos temas, criar uma nuvem de ilações descabidas. Recriar, enfim, o artifício udenista de um mar de lama em torno do governo, do PT, de Lula e Dilma na esperança de que, ao menos, sua derrota seja também uma derrota da democracia. Quem sabe capaz de reproduzir no país uma classe média de vocação golpista, a exemplo do que a direita conseguiu na Venezuela. Serra, os petizes da Veja, os aliados espalhados na mídia demotucana em geral, não têm o talento de um Carlos Lacerda. Nem a coragem dos golpistas que íam às ruas apregoar abertamente a derrubada de governos. O que eles possuem de mais perigoso no momento é a consciência de que não têm mais nada a perder. Derrotados, pior que isso, desmoralizados como incompetentes entre seus próprios pares, atingiram aquele ponto em que são capazes de qualquer coisa. Faltam três semanas para as eleições. A barragem de fogo vai se intensificar. Contra o jogral da mídia pró-Serra, o Presidente Lula terá que usar todo o peso de sua liderança popular para consumar a vitória das forças democráticas contra uma direita disposta a se transformar em carniça para incomodar até depois de morta.