quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ADEUS, CRISE VELHA. FELIZ CRISE NOVA!

Estávamos nos preparando para a trégua do Reveillon, prontos para tirar um diazinho de folga e publicar algumas amenidades, como piadas de argentino e besteiras de vestibular. Até a imagem de uma bandeira branca já estava separada, para demonstrar nosso espírito de confraternidade. Eis que uma última vasculhada no site G1, o portal das Organizações Globo, nos mostrou que essa malta da imprensa golpista não sossega o pito jamais, pelo menos enquanto Lula estiver na presidência da república. Veja você que os safardanas encontraram na internet um programinha chamado Wordle, que faz contagem de palavras em arquivos de texto, sites e blogs. No final do processo, o software gera uma espécie de relatório-colagem, em que as palavras mais repetidas aparecem em tamanho maior na tela. De posse dessa ferramenta absolutamente revolucionária, os denodados repórteres, colegas de Miriam Leitão, peneiraram "293 discursos proferidos por Lula neste ano e registrados no site oficial da Presidência da República". Tanto trabalho para resultar na matéria que leva o seguinte título:
"Aumenta presença da palavra 'crise' nos discursos de Lula".
E um primeiro parágrafo histórico: "Depois de ter afirmado em setembro que a turbulência financeira internacional chegaria ao Brasil como uma "marolinha", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a empregar com mais freqüência a palavra "crise" em seus discursos". Curioso é que não tiveram o lampejo de verificar quantas vezes as palavras "Alston", "buraco do Metrô", "privatização da CESP" e "ambulância" apareceram nas falas do tucano José Serra. Enquanto 2009 não chega, clique aqui para conferir com seus próprios olhos mais essa página imortal do Jornalismo de Esgoto de nossa pátria.

ENTREVISTA VELHA (ficou melhor com o tempo)

A entrevista abaixo não tem imagem, apenas áudio. Dura cerca de sete minutos. Sete minutos impagáveis. Talvez você já a tenha ouvido na época em que foi concedida, logo após e eleição de 2006. Se for o seu caso, vale a pena ouvir de novo. Se não ouviu, aproveite agora. O reeleito governador do Paraná, Roberto Requião, mostra como se deve lidar com a imprensa canalha e golpista.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ZERO HORA: BONS TEMPOS AQUELES DA DITADURA!

O tablóide Zero Hora, principal veículo impresso do grupo RBS (do qual a Globo é sócia) estampou na edição desse domingo, 28, um revelador editorial, sob o título "O antagonismo que atrapalha". Como sabemos, os editoriais representam o pensamento dos proprietários, a opinião dos donos. Nada mais legítimo, desde que essa mesma opinião não contamine o noticiário a ponto de distorcê-lo e, mais ainda, não permeie a narrativa factual a ponto de fraudá-la. Que lindo! Pena que seja assim apenas na teoria. Salvo honrosas e raríssimas exceções, a chamada "grande imprensa" brasileira - ou, se preferir, a mídia corporativa - editorializou até a previsão do tempo. Desde que Lula assumiu a Presidência da República, em 2002, essa oligarquia midiática (Máfia mesmo!) mal disfarça seu ressentimento por não ter conseguido emplacar o vampiro Serra no Planalto. A coisa piorou a partir de 2006, com a reeleição do "sapo barbudo". Você que nos lê sabe exatamente do que estamos falando. Julgamos que não há necessidade de recordar cada um dos "cases" com que tentaram "sangrar" o presidente Lula. Sobre a previsão do tempo a que nos referimos há pouco, relembre as insistentes pautas do "apagão" levantadas diariamente por Miriam Leitão, SarDEMberg, Joelmir Betting...e mais um punhado de mequetrefes da mesma casta. No Rio Grande do Sul, onde o editor desta Cloaca tem o prazer de viver há mais de 10 anos, a encrenca é mais antiga. Começou quando o PT conquistou a Prefeitura de Porto Alegre, em 1989, com Olívio Dutra. Como todos sabem, foram quatro administrações petistas consecutivas na capital gaúcha. Acredite: os veículos da RBS fizeram o diabo para que os resultados dessas eleições fossem outros. Mas o bicho pegou de verdade, mesmo, quando Olívio Dutra (ele, de novo!) derrotou Antônio Britto (funcionário da RBS) e conquistou o Governo do Estado. Foi demais para os coronéis de bombacha. Só quem vive no Rio Grande do Sul, e conhece a índole perniciosa dos barões da mídia local, sabe das barbaridades cometidas por eles no afã de derrubar o Galo Missioneiro. O jogo foi pesado, sujo e, claro, desigual. Não foi à toa que um dos próceres do "jornalismo" da RBS, um certo Lasier Martins (provavelmente, o maior sabujo da história da imprensa mundial), comemorou com espumante, ao vivo, na TV, a "derrubada" do PT do governo estadual, em 2002. Em 2004, ao "retomarem" também a prefeitura, parece que sossegaram o facho (ou seria o fascio?). Hoje, 2008, o grupo RBS toma a bênção a tucana fascista Yeda Crusius, que lhes repassa cerca de 70% das verbas publicitárias estaduais. Hoje, 2008, segundo a máfia midiática local, o Rio Grande do Sul tem rumo, tem projetos, tem determinação, tem eficiência administrativa. Mas, veja você, cara leitora, caro leitor: hoje, há também um "antagonismo que atrapalha"!!! Segundo o editorial do tablóide, as coisas neste Estado sempre foram na base do GRENAL, com uma "bipolaridade nascida da história de lutas e revoluções rio-grandenses". MAS: "Ultimamente, este dualismo extremado, aliado a um ranço de natureza ideológica de parte de alguns segmentos político-sociais, vem entravando o desenvolvimento do Estado. Quase todos os projetos são boicotados, as tentativas de mudança esbarram na oposição sistemática e organizada de corporações interessadas em manter suas prerrogativas, a convergência política em torno de interesses do Estado tornou-se uma utopia." Não é lindo o exercício da liberdade de expressão, queridos leitores? Não pense, porém, que acabou! A melhor parte vem agora, com um certo viés nostálgico: "Já faz tempo que o Rio Grande não repete uma mobilização coletiva e suprapartidária como a que garantiu ao Estado a implantação do Terceiro Pólo Petroquímico do país, na década de 70. Naquela ocasião, o Executivo e o Legislativo criaram comissões conjuntas, as indústrias privadas engajaram-se no esforço cívico, a imprensa divulgou intensamente o movimento, as posições políticas e opiniões antagônicas foram deixadas de lado, possibilitando uma ação integrada das duas frentes partidárias então existentes, a Arena e o MDB. Foi um momento edificante da história moderna do Estado". Não é comovente a pregação de Zero Hora pela união, pelo diálogo e pela tolerância? Principalmente neste momento em que a pobre governadora tucana não conseguiu levar adiante a mutreta de prorrogar contratos de pedágio sem licitação? Que oposição malvada, não é mesmo?
(Se você gosta de sofrer, clique aqui e leia na íntegra mais esta baboseira do tablóide)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

CAMISINHA PACA!!!

Toca o telefone no gabinete do Presidente Lula. Do outro lado da linha, fala Alvaro Uribe, presidente da Colômbia. – Presidente Lula, eu estava lendo o site da Agência Brasil e encontrei uma notícia extraordinária! – De que notícia extraordinária você está falando, Alvaro? Temos várias... – É sobre o seu Ministério da Saúde, Lula! Li que vocês vão distribuir 1,2 bilhão de camisinhas para os brasileiros, em 2009... – É verdade, Alvaro. Será o triplo do que já distribuímos nesse ano. – É camisinha a dar com pau, presidente! – Pois é, Alvaro... O melhor disso tudo é que inauguramos, também, a primeira fábrica brasileira de camisinhas, em Xapuri, no Acre, aí pertinho. E será a única a usar látex de seringueira. – É sobre isso mesmo que eu queria conversar, Lula. – Ah, não! Não vai me contar aquela piada do Casseta de novo... – Nada disso, Lula! Sabe o que é? Estamos com um problemão por aqui... – Desembucha, Alvaro! – É que nossa maior fábrica de camisinhas pegou fogo, e essa é a forma preferida de controle da natalidade de meu povo. Um desastre, presidente! – Posso imaginar, colega... – É por isso que estou telefonando, Lula. Essa sua nova fábrica de Xapuri poderia nos dar uma força... – Não se preocupe, Alvaro! Eu e o povo brasileiro iremos ajudá-lo no que for possível. – Ótimo! Você poderia nos enviar, com urgência, um milhão de camisinhas? – Pela nossa amizade, pela unidade e solidariedade da América Latina, certamente! Fique tranqüilo, vou cuidar disso agora mesmo! – Ah...só mais um favorzinho, presidente! – Diga lá... – É que o povo colombiano é diferente do povo brasileiro, e as nossas camisinhas têm que ter um tamanho especial. As camisinhas precisam ter elasticidade para 25 centímetros de comprimento e 10 centímetros de diâmetro...Pode ser? – Claro, Alvaro! Sem problemas. Imediatamente, Lula liga para Dirlei Bersch, a gerente-geral da fábrica acreana. – Dirlei, aqui é o Presidente. Preciso de um favor: envie um milhão de camisinhas para a Colômbia, com urgência, aos cuidados do Alvaro Uribe. – Perfeitamente, presidente! É pra já! – Ótimo. Mas elas precisam ter elasticidade para 25 centímetros de comprimento e 10 de diâmetro. Pode ser? – Sem problemas, pode deixar! Algo mais, presidente?
– Sim. Mande imprimir em cada uma: HECHO EN BRASIL, TAMAÑO P.

Ninguém segura a Folha de S.Paulo

Para os pulhas da Barão de Limeira, mais é menos e menos é mais .
Título da "notícia" encontrada na Folha Online desta sexta-feira, 26, postada às 14h25: "Vendas com carnê caem, mas cheque salva Natal em SP" . O fato concreto, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo, é que o volume de vendas apontado para dezembro de 2008 apresentou crescimento de 1,65% em relação ao mesmo período do ano anterior. Repare bem: apesar da "crise", houve crescimento de 1,65%. A diferença deste ano com o que passou é que neste dezembro houve menos vendas por crediário e mais vendas à vista.
Mas, veja que primor o último parágrafo da "reportagem" : "A média dos dois sistemas [vendas a prazo e pagamentos à vista] apresentou um crescimento de 1,65% no movimento de vendas do comércio em relação ao desempenho do ano passado no mesmo período, apesar de 2007 ter sido o melhor em dez anos".
Releia, cara leitora, caro leitor: "...apesar de 2007 ter sido o melhor em dez anos". Apesar do "apesar" despropositado, a verdadeira notícia é que o resultado de 2008 é o melhor em 11 anos. Não dispomos dos dados, mas somos constrangidos a crer que talvez tenha sido o melhor de todos os tempos, em termos absolutos.
Péssima notícia, pelo menos para a cambada tucano-pefelenta que publica um dos mais xexelentos diários deste país.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

BIMBALHAM OS SINOS!!!

No Natal, a missa é do Galo. Mas quem paga o pato é o peru.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

TRAGÉDIA MINEIRA: 13 MORTOS, 50 MIL DESABRIGADOS E UM GOVERNADOR CURTINDO A VIDA ADOIDADO

Chegou a 50 o número de municípios em situação de emergência por causa das chuvas desde o dia 15 de setembro em Minas Gerais, segundo balanço divulgado esta terça-feira pela Defesa Civil do Estado. No total, 90 municípios foram afetados pelas chuvas, deixando 46.683 pessoas desalojadas - os que podem contar com ajuda de vizinhos e familiares - e outras 4.744 desabrigadas - pessoas que perderam tudo e precisam dos abrigos públicos -, de acordo com o boletim. Treze pessoas morreram e 290 ficaram feridas. Enquanto isso, o governador tucano Aécio Neves badala nas praias de Florianópolis, ao lado da namoradinha Letícia. Segundo o colunista do Diário Catarinense, Cacau Menezes, que flagrou o bon vivant na Avenida das Lagostas, em Jurerê, ontem foi "um dos melhores finais de semana dos últimos anos em Floripa: sol, mar azul, nenhum vento, muitas festas...".
Nada como ser "manezinho" em Floripa! E nada como votar em tucano de carreira...e ser "manezão".

sábado, 20 de dezembro de 2008

AO VIVO, REPÓRTER DA GLOBO ESBOFETEIA ENTREVISTADO

Aconteceu no SPTV, telejornal regional da Globo, em São Paulo. O repórter Márcio Canuto entrevistava um fã cearense de Madonna, na frente do hotel em que a cantora encontra-se hospedada, na capital paulista. Ao saber que o rapaz perdera seu trabalho para assistir ao show da cantora, Canuto indagou: "E o emprego?". "Que se foda!" - respondeu o entrevistado. Ato contínuo, o corpulento repórter desferiu uma lapada na orelha do desbocado, fazendo-o, inclusive, bater a cabeça no tronco de uma palmeira imperial. Clique abaixo e assista.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

PORQUE A FOLHA É O QUE É: UM JORNALÃO INDIGNO, TORPE E DESPREZÍVEL

Leia com atenção esta notícia sobre a taxa de desemprego - que acabou de ser publicada pelos pulhas da Barão de Limeira - e aprenda a distorcer a realidade. . Vamos copiar a matéria, tal e qual está na Folha Online. Os grifos são nossos e os comentários estão em marrom. . Taxa de desemprego sobe para 7,6% em novembro, diz IBGE CIRILO JUNIOR da Folha Online, no Rio Atualizado às 9h22 . A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil teve pequeno avanço em novembro, ficando em 7,6%, acima dos 7,5% verificados no mês anterior, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a outubro do ano passado (8,2%), o índice recuou 0,6 p.p. (ponto percentual). (embora o índice tenha variado para cima em espantoso 0,1% de um mês para o outro, a variação anual foi negativa em percentual seis vezes maior; o título da matéria, então, é uma descomunal sem-vergonhice jornalística) É o melhor resultado para um mês de novembro desde o início da série, em 2001. O resultado marca, no entanto, a primeira alta do índice desde julho deste ano, quando a taxa estava em 8,1%. (os pulhas só vão admitir que o cenário é favorável no segundo parágrafo; ainda assim, recorrem ao tradicional recurso do "no entanto" para desqualificar imediatamente o caráter alvissareiro da informação) Já o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados teve alta de 0,9% frente a outubro, ficando em R$ 1.273,60. Na comparação com igual período em 2007, foi constatada alta de 4%. (nesse quesito, mais dois índices positivos; qual é mesmo o título da reportagem?) O contingente de desocupados totalizou 1,8 milhão de pessoas no total das regiões pesquisadas. Isso indica estabilidade em relação a outubro e redução de 6,1% na comparação com novembro de 2007. (veja que interessante: o desemprego "subiu", mas o número de desempregados diminuiu...) A população ocupada somou 22,1 milhões de pessoas também ficou estável nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Na comparação com novembro de 2007, houve expansão de 2,9%. (mais interessante ainda: há mais gente "ocupada" hoje do que havia um ano atrás; entendeu?)

REPÓRTER DO ESTADÃO É ESGOELADO NA CÂMARA

O repórter Sérgio Gobetti, do jornal O Estado de S. Paulo, foi agredido, ontem, 18, por um policial legislativo da Câmara dos Deputados quando entrava no Plenário para acompanhar as votações do dia. Embora usasse o crachá, um dos policiais o questionou e ele, que entrava com pressa no local, virou-se e mostrou o documento. “Eu virei só o corpo e disse ‘imprensa’. Fui me aproximando da porta e ele veio por trás de mim, me segurando. Nesse momento, me afastei dele e veio outro me esgoelando”, conta Gobetti. “A situação é muito chata porque, fora o episódio, o fato de ficar exposto, não é algo nada agradável. Confesso que me senti muito agredido na hora pela truculência e autoritarismo, não sei para que serve esse tipo de gente. São seguranças pagos pelo dinheiro do contribuinte. O problema de segurança é outro, são coisas absurdas. Agora os próprios parlamentares têm culpa disso porque votaram lei que dá a esse pessoal poder de Polícia Federal”. Quando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) passou por ele num determinado momento, o jornalista contou o episódio. Segundo o repórter, Chinaglia ligou para a direção do jornal pedindo desculpas. A direção da polícia legislativa na Câmara já o procurou para falar a respeito. “Não fiz queixa de imediato porque estava trabalhando e precisava esfriar a cabeça para saber qual será o procedimento mais adequado. O Sindicato dos Jornalistas já me procurou e ofereceu advogados. A minha intenção, a princípio, não é culpar um indivíduo, embora o ache despreparado”. O diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, determinou apuração imediata dos fatos. “Não sabe se será aberto inquérito policial, temos polícia legislativa, mesma atribuição de polícia comum. Mas de qualquer maneira o caso já está sendo apurado, os agentes já foram ouvidos, testemunhas e vamos falar com o jornalista”, respondeu a assessoria de imprensa da Câmara.
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Posição do Cloaca News: embora tenhamos ganas diárias de estrangular certas figuras da imprensa golpista, nossos ímpetos são meramente alegóricos e tropológicos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

JUIZ CHICANEIRO DO TSE NÃO DEIXA A PARAÍBA SE LIVRAR DE TUCANO CORRUPTO

. Graças a uma marotagem do excelentíssimo magistrado ao lado, o povo da Paraíba continuará sob a canga de um governador velhaco .
Depois de muita discussão no plenário do Tribunal Superior Eleitoral, foi suspenso nesta quarta-feira (17) o processo que julga os embargos declaratórios que tentam reverter a cassação dos mandatos do ainda governador tucano da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e de seu vice José Lacerda Neto (DEM). O placar está em 2 votos a zero favoráveis à confirmação da cassação, mas um certo ministro Arnaldo Versiani pediu vistas e adiou a decisão final.
O ministro-relator Eros Grau começou a ler seu voto por volta de 20h30. Depois de vários comentários e de uma série de interrupções dos advogados de ambas as partes, ele declarou que votava contra todos os embargos, pedindo a imediata cassação do tucano.
Foi quando o ministro Arnaldo Versiani antecipou seu pedido de vistas, querendo mais tempo para analisar a questão.Versiani alegou que não leu as novas peças do processo. E garantiu que levará o caso a plenário de novo em fevereiro do ano que vem, exatamente como queria Cunha Lima.
O Ministro Joaquim Barbosa não se conteve diante da manobra cavilosa de seu colega de toga. "É um escândalo em um julgamento como esse... No dia 20 julgamos e decidimos pela remoção desse governador do cargo. É o momento de esta Corte encerrar esse caso. Essas delongas, essas manobras nos envergonham. Manobras que assistimos a toda a hora. É uma vergonha que este governador ainda esteja no cargo há 14 meses por causa de uma liminar”, esbravejou Barbosa.
Ele pediu a continuidade do julgamento, mas a corte decidiu por maioria dos votos suspendê-la até que Versiani faça as vistas necessárias sobre o processo. Joaquim Barbosa, no entanto, adiantou seu voto e disse que acompanhava o relator ao rejeitar todos os embargos.
O processo, então, está em 2 a 0 contra o governador, mas ainda não se sabe quando ele deve voltar à pauta. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal, não há um prazo fixado para que o ministro chicaneiro apresente seu voto de vistas. Ao que tudo indica, talvez isso aconteça no dia da posse do novo governador.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

GOVERNO LULA: CULPADO POR TER CÃO E CULPADO POR NÃO TER CÃO

Atormentada por delírios ciclotímicos, a cada dia mais acentuados, imprensa golpista maltrata a verdade, atira em todas as direções e afoga-se em seus próprios dejetos
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Na última segunda-feira, a imprensalona fez coro para divulgar o press release da Associação Comercial de S.Paulo - valhacouto de demo-pefelentos: a estrela dos noticiários foi um tal "impostômetro", acusando o rompimento da "astronômica" cifra de um trilhão de reais arrecadados em tributos, em 2008. A "culpa", nesse caso, foi da voracidade dos governos, principalmente o federal, alvo das "reportagens" de encomenda. Fizeram gráficos, animações e o escambau para execrar o governo Lula, mas nada de contextualizar e relacionar o aumento da arrecadação com o crescimento da atividade econômica. No dia seguinte, como se a véspera não tivesse existido, a "grande notícia" foi justamente o anúncio oficial da "queda" da arrecadação federal. Veja o título da Folha: "Crise pesa e arrecadação cai 16,7% em novembro, segundo Receita". Note-se que a "crise" pesou na queda, mas o crescimento econômico não pesou na subida. Ainda assim, o texto não consegue disfarçar sua antinomia: "No ano, o crescimento acumulado na arrecadação recuou de 10,33% até outubro para 9,16% até novembro. Mesmo assim, o valor dos impostos e tributos atingiu o valor recorde de R$ 633,4 bilhões". O mesmo tratamento foi dado ao tema pelo G1, o portal da Globo, e pelo Estadão. Os textos, a propósito, são idênticos. A máfia midiática, definitivamente, entrou em surto de psicose maníaco-depressiva. O Cloaca News está chorando de rir.

GOVERNADORA TUCANA SIFU

Assembléia Legislativa gaúcha aprova projeto que determina o pagamento dos salários a professores e policiais que fizeram greve ou paralisação . Nem esfriou a escandalosa tentativa de prorrogar pedágios sem licitação, a governadora fascista do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, sofre nova e clangorosa derrota. Com votos até da chamada "base aliada", a Assembléia Legislativa manteve o direito ao abono dos dias paralisados dos servidores públicos estaduais. Significa que os salários já descontados terão que ser pagos, sem choro nem vela.
O líder da bancada do PT, deputado Raul Pont, lembrou que o decreto da governadora publicado no dia 28 de outubro corta a efetividade dos servidores grevistas e prejudica a vida profissional do funcionalismo. Para ele, é uma afronta à norma federal, que trata dos direitos de greve e da construção de acordos coletivos. Além disso, o parlamentar lembrou que o próprio Supremo Tribunal Federal reconhece o direito de greve dos servidores públicos em todos os níveis. A votação ocorreu nesta terça-feira, 16. Os professores a acompanharam nas galerias. No final, comemoraram a vitória cantando o Hino do Magistério.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O DEVIDO LUGAR DA REVISTA VEJA

Ao menos duas falácias históricas e uma analogia bizarra falseiam a compreensão da idéia de revisão do princípio da Lei da Anistia apresentada por "Questão fora de lugar - A idéia de revisar o princípio da Lei da Anistia revela a falta de foco do ministro da Justiça", reportagem de Diogo Schelp para a revista Veja (12/11/2008).. . Por Marcelo da Silva Duarte (editor de La Vieja Bruja ) . "Quinze anos depois da instauração do regime militar no Brasil", afirma Schelp, "generais e opositores chegaram a um acordo que permitiria iniciar o processo de abertura política, sem maiores solavancos". Tal acordo "foi a Lei da Anistia, assinada em 1979". Para que tal entendimento fosse amplo, geral e irrestrito, continua Schelp, "e não parcial, como queria boa parte da caserna -, reuniram-se políticos, estudantes e trabalhadores naquele que foi o primeiro movimento coordenado da sociedade civil depois do golpe de 1964. Graças à anistia, conquista intensamente festejada por todos os democratas, puderam voltar ao país ou sair da clandestinidade José Serra, Fernando Gabeira, Leonel Brizola, José Dirceu e Franklin Martins, entre outros exilados ilustres e nem tanto".
Embora, de fato, o movimento pela anistia representasse o grosso das entidades envolvidas na luta pela cidadania, Schelp parece considerar uma questão menor o fato de que o projeto encaminhado pelos militares ao Congresso, em junho de 1979, atendia apenas parte do apelo das entidades abrigadas sob o Comitê Brasileiro pela Anistia, uma vez que desavergonhadamente (i) favorecia os militares, incluindo aqueles responsáveis pelas práticas de tortura, e (ii) de sua amplitude excluía os condenados por "terrorismo". Não foi, inclusive, sem muita mobilização popular no dia da votação da referida lei, em Brasília, que a anistia foi estendida aos civis. A aparente harmonia entre os interesses das partes em negociação sugerida pela reportagem, portanto, parece jamais ter existido, já que a vontade dos militares era anistiar unicamente os torturadores e manter em porões os torturados, considerados como "terroristas".
A pacificação interna da qual se ufana Schelp foi, na verdade, o melhor que poderia ser obtido pela sociedade diante das circunstâncias, a saber, diante de uma ditadura, por definição um regime totalitário onde não há espaço para negociação exatamente porque há imposição. Se Schelp não tem claro tal conceito é um problema dele, mas daí não se segue que a menos pior dentre determinadas alternativas faça justiça com a história.
Principalmente com a história de quem não esteve presente no ato de pacificação que a reportagem incensa. Entre os "generais e opositores" -"políticos, estudantes e trabalhadores" - que chegaram a um acordo não estavam os assassinados pela democrática ditadura de Schelp. Talvez eles também quisessem ser ouvidos a respeito de como se sentiram minutos antes de serem mortos, logo após algumas semanas de tortura. E embora essa também pareça uma questão menor aos olhos da reportagem, uma vez que mortos não falam, seria interessante saber se todos os assassinados e torturados pela ditadura militar brasileira concordariam que o princípio da Lei da Anistia é irrevisável em função de ter sido o fruto harmônico de uma democrática discussão.
O que Schelp parece ignorar é que aquilo que toma como princípio da Lei da Anistia, "a saber: o perdão a todos os cidadãos acusados de cometer crimes políticos", ou seja, sua amplitude, é uma falácia que - harmonicamente, ao menos em sua visão - subsume duas verdades históricas irreconciliáveis. Só faríamos justiça com nossa memória se exclusivamente fosse considerado crime político todo aquele ato praticado contra o aviltamento da democracia patrocinado pela caserna, e jamais aqueles praticados contra esse justo e legítimo direito de sublevação cidadã pelo Exército, o único criminoso durante a recente ditadura militar brasileira. O direito ao exercício da repressão oficial, obtido injusta e ilegitimamente pelos militares a partir do golpe antidemocrático de 1964, exercido a todo vapor contra um legítimo e justo direito à sublevação, portanto, jamais poderia ser considerado crime político ou conexo a crime político, uma vez que praticado ao arrrepio da ordem democrática vilipendiada pelos próprios militares.
"Quando um povo é obrigado a obedecer e o faz - disse Jean Jacques Rousseau em seu “Do Contrato Social” - age acertadamente; assim que pode sacudir esse jugo e o faz, age melhor ainda, porque, recuperando a liberdade pelo mesmo direito por que lha arrebataram, ou tem ele o direito de retomâ-la ou não o tinham de subtraí-la".
Em seu socorro, Schelp parece avalizar tese recentemente abraçada por Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual "embora tortura e terrorismo sejam imprescritíveis, nada impede que tais práticas sejam anistiadas", que de modo logicamente estabanado distribui um mesmo sentido de imprescritibilidade entre fatos históricos contrários do ponto de vista contextual. Não contava, porém, com um tiro no pé: se da imprescritibilidade dos crimes de tortura e terrorismo não se segue que não sejam anistiáveis, então da amplitude principiológica da Lei da Anistia não se segue sua irrevisibilidade. Nada impede, por conseguinte, que o princípio da Lei da Anistia seja revisado, embora amplo, geral e irrestrito.
Schelp também sofisma ao afirmar que "os terroristas de esquerda que mataram, roubaram, seqüestraram e mutilaram (...) lutavam pela implantação de uma ditadura comunista". Donde, por conseguinte, a legitimidade da repressão oficial e a impossibilidade de inocentá-los sem, simultaneamente, inocentar seus torturadores. Entretanto, do fato da uma das estratégias da resistência armada ter priorizado o foco revolucionário não se segue que toda resistência lutava pela implementação do embrião comunista. A tortura contra a resistência, porém, longe de qualquer sofisticação lógico-semântica, de sua parte correu ampla, geral e irrestrita.
Todavia, se ele também acredita que as reformas de base propostas pelo governo João Goulart culminariam com a implantação de um regime totalitário comunista no Brasil e que Leonel Brizola recebeu dinheiro de Cuba para financiar a luta armada contra a ditadura, então sim, a resistência cidadã lutava pela implementação de uma ditadura comunista. Porém, se Schelp não aprendeu história em colégios militares, então ao menos deveria saber que a resistência cidadã não lutava pela implementação de uma ditadura, mas sim pela democracia e pela liberdade exatamente contra uma ditadura.
Graças a essa luta é que hoje Schelp pode dar sua opinião sobre sua própria história e a falta de foco do ministro da Justiça, porém sem correr o risco de ser torturado por isso.
Schelp finaliza afirmando que "Argentina e Chile optaram por revogar suas leis de anistia e deram andamento à punição de alguns dos responsáveis pelos crimes de suas ditaduras", mas ressalva que o acerto de contas de argentinos e chilenos com seus torturadores e assassinos se trata de "situações distintas da do Brasil, onde a magnitude da repressão foi bastante inferior".
Ou seja, o direito de punir responsáveis por crimes cometidos por ditaduras parece ser diretamente proporcional à magnitude da repressão que os autorizou a torturar e assassinar seus semelhantes. Quanto maior a repressão, maior o direito de puni-los; porém, se a repressão não foi assim tão ampla, então esse direito parece sequer fazer sentido. Ora, isso parece implicar, na escala moral de Schelp, que punir tanto a morte quanto a tortura é eticamente irrelevante todas as vezes que a magnitude de uma repressão for inferior a um determinado padrão opressor. Resta sabermos, porém, quem o estabelece e de que forma funciona. Para o jornalismo da revista Veja, aparentemente, 4000 assassinatos e milhares de sessões de tortura talvez justifiquem a punição de seus responsáveis, mas 400 mortes e poucas centenas de sessões de sadismo, não.
Foco parece não faltar ao repórter da Veja. Mas Diogo Schelp, infelizmente, é um homem sem memória. .
(texto publicado originalmente em CARTA MAIOR)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

25 PERGUNTAS PARA GILMAR MENDES

Do blog O Biscoito Fino e a Massa, de Idelber Avelar: .
"Como já sabem a torcida do Corinthians e os leitores do Mello, do Luiz Nassif e do Paulo Henrique Amorim, o Roda Viva, da TV Cultura, vai ao ar nesta segunda com uma entrevista a Gilmar Dantas Mendes, o presidente do Supremo Tribunal Federal. Até mesmo para os padrões do horrendo jornalismo que se pratica no Brasil, é vergonhosa a operação realizada pela TV Cultura com o Roda Viva desta segunda. Os escalados para entrevistar Gilmar Mendes são Eliane “vacinem-se contra a febre amarela!” Cantanhêde, Reinaldo Azevedo, cuja ignorância, truculência e hidrofobia dispensam comentários, Carlos Marchi, do Estadão e Márcio Chaer, editor do site Consultor Jurídico, de conhecidas ligações com Gilmar Dantas Mendes. O Roda Viva escalou quatro levantadores de fazer inveja a Ricardinho. A TV Cultura realizaria algo mais próximo do jornalismo se escalasse como entrevistadores quatro capangas ou funcionários de Mendes. A obviedade da manobra terminou, pelo que parece, saindo pela culatra. Uma enxurrada de protestos chegou ao site da TV Cultura. Mas a coisa ainda piora. O ombudsman – cargo que Houaiss define como jornalista que, de maneira independente, critica o material publicado e responde às queixas dos leitores – resolveu tecer suas próprias teorias sobre a avalanche de protestos que lhe chegaram. Num texto em que abdica completamente da função para a qual foi contratado, Ernesto Rodrigues afirma, sobre os emails, que em todos eles, exatas 10380 palavras, independentemente se eram de remetentes simpáticos ou não à bancada escolhida de entrevistadores, não houve uma única linha com sugestões de perguntas, cobranças ou acusações específicas a serem feitas ao ministro Gilmar Mendes na entrevista. O que só reforça a sensação de que esses telespectadores remetentes, em especial, não pareciam muito interessados no conteúdo da entrevista. Parece brincadeira, mas essas são as palavras de um ombudsman -- um sujeito que é pago para te representar, leitor. Tendo acompanhado a reação na internet, fica difícil acreditar que nem um único email contivesse sugestões de perguntas a serem feitas a Gilmar Dantas Mendes. No espírito, então, de colaborar com o ombudsman da TV Cultura, enviei-lhe o seguinte email: Prezado Jornalista Ernesto Rodrigues: No texto em que Sr. comenta a indignação que tomou conta dos telespectadores da TV Cultura ante a escalação da bancada que entrevistará Gilmar Mendes nesta segunda-feira no Roda Viva, o Sr. afirma que nem um único email continha sugestões de perguntas a serem feitas ao entrevistado. Confesso que não entendi a frase acerca dos emails conterem 10380 palavras, talvez por deficiência minha na descifração de anacolutos. Confio que este email não repetirá o cabalístico número. No espírito de corrigir o que certamente terá sido uma indesculpável desatenção dos missivistas, incluo aqui 25 perguntas que eu – e, tenho certeza, muita gente mais – gostaria que fossem feitas ao Presidente Gilmar Mendes. 1. O sr. sabe algo sobre o assassinato de Andréa Paula Pedroso Wonsoski, jornalista que denunciou o seu irmão, Chico Mendes, por compra de votos em Diamantino, no Mato Grosso? 2. Qual a natureza da sua participação na campanha eleitoral de Chico Mendes em 2000, quando o sr. era advogado-geral da União?
3. Qual a natureza da sua participação na campanha eleitoral de Chico Mendes em 2004, quando o sr. já era presidente ministro do Supremo Tribunal Federal? 4. Quantas vezes o sr. acompanhou ministros de Fernando Henrique Cardoso a Diamantino, para inauguração de obras? 5. O sr. tem relações com o Grupo Bertin, condenado em novembro de 2007 por formação de cartel? Qual a natureza dessa relação? 6. Quantos contratos sem licitação recebeu o Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual o sr. é acionista, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso? 7. O sr. considera ética a sanção, em primeiro de abril de 2002, de lei que autorizava a prefeitura de Diamantino a reverter o dinheiro pago em tributos pela Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Diamantino, da qual o sr. é um dos donos, em descontos para os alunos? 8. O sr. tem alguma idéia do porquê das mais de 30 ações impetradas contra o seu irmão ao longo dos anos jamais terem chegado sequer à primeira instância? 9. O sr. tem algo a dizer acerca da afirmação de Daniel Dantas, de que só o preocupavam as primeiras instâncias da justiça, já que no STF ele teria “facilidades”? 10. O segundo habeas corpus que o sr. concedeu a Daniel Dantas foi posterior à apresentação de um vídeo que documentava uma tentativa de suborno a um policial federal. O sr. não considera uma ação continuada de flagrante de suborno uma obstrução de justiça que requer prisão preventiva? 11. Sendo negativa a resposta, para que serve o artigo 312 do Código de Processo Penal segundo a opinião do sr.? 12. Por que o sr. se empenhou no afastamento do Dr. Paulo Lacerda da ABIN? 13. Por que o sr. acusou a ABIN de grampeá-lo e até hoje não apresentou uma única prova? A presunção de inocência só vale em certos casos? 14. Qual a resposta do sr. à objeção de que o seu tratamento do caso Dantas contraria claramente a súmula 691 do próprio STF? 15. O sr. conhece alguma democracia no mundo em que a Suprema Corte legisle sobre o uso de algemas? 16. O sr. conhece alguma Suprema Corte do planeta que haja concedido à mesma pessoa dois habeas corpus em menos de 48 horas? 17. Por que o sr. disse que o deputado Raul Jungmann foi acusado “escandalosamente” antes de que qualquer documentação fosse apresentada? 18. O sr. afirmou que iria chamar Lula “às falas”. O sr. acredita que essa é uma forma adequada de se dirigir ao Presidente da República? O sr. conhece alguma democracia onde o Presidente da Suprema Corte chame o Presidente da República “às falas”? 19. O sr. tem alguma idéia de por que a Desembargadora Suzana Camargo, depois de fazer uma acusação gravíssima – e sem provas – ao Juiz Fausto de Sanctis, pediu que a "esquecessem"? 20. É verdade que o sr., quando era Advogado-Geral da União, depois de derrotado no Judiciário na questão da demarcação das terras indígenas, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem as decisões judiciais? 21. Quais são as suas relações com o site Consultor Jurídico? O sr. tem ciência das relações entre a empresa de consultoria Dublê, de propriedade de Márcio Chaer, com a BrT? 22 .É correta a informação publicada pela Revista Época no dia 22/04/2002, na página 40, de que a chefia da então Advocacia Geral da União, ou seja, o sr., pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público - do qual o sr. mesmo é um dos proprietários - para que seus subordinados lá fizessem cursos? O sr. considera isso ético? 23. O sr. mantém a afirmação de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio”? 24.Por que o sr. se opôs à investigação das contas de Paulo Maluf no exterior? 25. Já apareceu alguma prova do grampo que o sr. e o Senador Demóstenes denunciaram? Não há nenhum áudio, nada? Se pelo menos duas ou três dessas perguntas forem feitas ao entrevistado nesta segunda-feira, caro jornalista, eu me juntarei a V. Sra. na avaliação de que a revolta que se viu na internet não é representativa do pensamento da maioria dos telespectadores do Roda Viva.
. Atenciosamente, me despeço, desejando boa sorte à sua credibilidade,
. Idelber Avelar "

domingo, 14 de dezembro de 2008

A VOCAÇÃO LATRINÁRIA DE JOSIAS DE SOUZA

Não custa relembrar, embora você já esteja careca de saber, quem é Josias de Souza. .
Forjado nas manilhas pestilentas da Folha de S.Paulo, Josias escalou rapidamente as fossas da alameda Barão de Limeira até tornar-se o cão-de-guarda favorito da direita hidrófoba e editorialista informal do jornalão.
É em seu blog, porém, que ele destila seu rancor, seu ressentimento e seu ódio por ter perdido as boquinhas do tempo de FHC, quando produzia "reportagens" com "tudo pago". Neste sábado, 13/12, Josias mostrou a que ponto chegou o desespero daqueles que não suportaram publicar os 70% de aprovação de Lula e o PIB de 6,8% no terceiro trimestre.
Em um artiguete sobre o "aniversário" do AI 5, o colunista-tenióide apelou para a "falta de memória" do povo brasileiro a respeito daquela efeméride maldita. E sapecou: "A santa do esquecimento protege os deserdados da história. Permite que protagonistas de um passado sujo desfilem pelo presente com prontuários limpos. Muitos deles estão aí mesmo, ao lado de Lula, posando de heróis da resistência". Pelo visto, Notre Dame de l'Oubli abençoou o inopioso jornalista com uma mui conveniente amnésia histórica. Do contrário, teria escrito que, naquele tempo, enquanto Josias brincava de Falcon e colecionava soldadinhos Toddy, as caminhonetes da Folha estavam a serviço da OBAN (Operação Bandeirante), entregando presos políticos ao DOI-CODI para serem torturados. Vá até lá (clique aqui) e procure pelo título "8 em cada 10 brasileiros não ouviram falar do AI-5". Mas, leve creolina.

sábado, 13 de dezembro de 2008

ETRUSCO PARA OS LEITORES *
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A partir de amanhã, a “Gazeta de Três Barras” publicará, em fascículos, a tese de doutoramento do jovem Laudelino Villaça, “Um caso de exoftalmia pulsátil bilateral idiopática”, numa justa homenagem ao conterrâneo que fez a Capital se curvar ante nossa inteligência.

ERRATA

O sr. Juvenildo Pereira vem reclamar que este jornal estampou, ontem, seu nome, assim: “Juvenal Peneira”, quando o certo é Juvêncio Pedreira. A retificação está feita, pois. CARLITOS Em Porto Fraga, o menino Carlitos Ruas planejava fugir de casa, num navio, pois estava farto da escola. Mas quando soube que existiam navios-escola, preferiu bicicleta, por via das dúvidas. MATADOURO DE SANTA CRUZ Neste matadouro foram abatidos ontem: 1050 reses, 178 porcos, 124 carneiros, 88 vitelos e, por engano, o cavalo do administrador, que, depois de reembolsado, mandou diminuir um pouco o ritmo de trabalho.

*Extraído de “O Rapto da Mulher Barbada”, de Cláudio Feldman (Editora Taturana, Santo André, 1978). Tombada na biblioteca do Cloaca News, a obra, de 53 páginas, foi adquirida certa noite daquele distante ano, em uma rua do bairro do Bexiga, em São Paulo, das mãos do próprio autor, que por ali deambulava. Curiosamente, naquele tempo, o futuro editor do Cloaca News também vagueava entre os boêmios atrás de leitores para seu recém lançado folheto de cordel que desancava a ditadura. Para saber mais de Cláudio Feldman, clique aqui.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

VAMPIRO PAULISTA CHUPA MEDIDAS DE LULA. FOLHA NÃO SEGURA A BABA

O pacote do governo federal para aquecer a economia e aliviar os efeitos da crise financeira global no Brasil foi anunciado ontem. Na edição impressa da Folha de hoje, sexta-feira, o assunto ganhou a seguinte manchete: "Pacote reduz IR e incentiva consumo". Assim mesmo. O sujeito da oração é o "pacote", e não o Governo Lula.
. Há pouco - precisamente às 18:30h - a Folha Online soltou o seguinte título: Governo de São Paulo lança pacote anticrise e pode adotar novas medidas. Ao clicar sobre o dito cujo, eis que: "SP lança pacote anticrise e pode adotar novas medidas". Assinada por Ygor Salles, o texto começa assim: "O governador de São Paulo, José Serra, anunciou nesta sexta-feira um pacote de medidas fiscais e financeiras para ajudar na redução dos impactos da crise financeira global. O anúncio foi feito no dia seguinte ao pacote do governo federal ". Não vamos chupar a notícia, já que você pode lê-la clicando aqui. Mas queremos fazer uma aposta com você, cara leitora, caro leitor. Na manchete que os pulhas da Barão de Limeira certamente já bolaram para sábado, o sujeito da oração terá o nome e o sobrenome do tucano hematófago. Duvida?

PERIODISMO DE MIERDA

Imprensa golpista boliviana leva chavascada de Evo Morales
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Depois de receber críticas de associações voltadas ao jornalismo que consideram que ele humilhou um jornalista durante um ato público, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que em seu país “não somente há liberdade” de expressão, mas também “libertinagem para que a imprensa ofenda a todos”. "Se não houvesse liberdade de expressão, não haveria a seguinte manchete: 'Evo negociou sinal verde com os contrabandistas'", disse ele em discurso. Segundo Morales, ele só tentou se defender quando obrigou, na última terça-feira, um repórter do jornal La Prensa a não sair do seu lado para entregar documentos que supostamente desmentem a notícia de que negociou com contrabandistas dois meses antes de estourar um escândalo na região de Pando, quando a Polícia deteve 33 caminhões que pretendiam passar ao Brasil. O jornalista, que não foi o autor da reportagem, ouviu de Morales que se não se aproximasse significaria que tinha mentido na matéria. Associações de imprensa, veículos de comunicação e opositores consideraram o ato uma humilhação. "Se esse periódico, 'La Prensa', comprovar que Evo negociou, apresente-me os documentos, terei a moral para desculpar-me, se não apresentar nenhum documento (...) o periódico deve se desculpar com Evo Morales, com o Governo e com o povo boliviano", disse o presidente.
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Sifu, muchachos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

MUTRETA DE GOVERNADORA TUCANA É VETADA PELO GOVERNO FEDERAL

-Yeda Crusius quer prorrogar, sem licitação, contratos de pedágio em rodovias gaúchas.
- Ministério dos Transportes diz "não" à trapaça.
- Imprensa venal tenta desqualificar o veto . Em fax enviado ao Palácio Piratini pelo Ministério dos Transportes, nesta quarta-feira, o governo federal deu parecer contrário ao projeto de renovação das praças de pedágio no RS. Sem o aval da União, o trambique tucano vai para o beleléu, uma vez que vários dos trechos rodoviários são federais. Mal a informação tornara-se pública, os veículos do grupo RBS mobilizaram-se para fazer cumprir sua sina sevandija. A infantaria sabuja do tablóide Zero Hora, por exemplo, tascou em sua edição online o seguinte projetil: "Duplica RS: Yeda questiona conteúdo de fax enviado pelo Ministério dos Transportes". Assinada por um certo Rodrigo Orengo, da Rádio Gaúcha, a nota diz: "Após analisar o fax enviado pelo Ministério dos Transportes formalizando a negação ao projeto Duplica RS, a governadora Yeda Crusius afirmou que não entendeu o significado do documento. Para Yeda, trata-se de uma colagem e argumentos jurídicos com resultado confuso. ". Em seguida, dá voz ao secretário-chefe da Casa Civil guasca, um certo José Alberto Wenzel: " — Temos de esperar uma análise desse fax. À primeira vista me parece uma interferência indevida em um momento muito sério pelo qual o Rio Grande do Sul está passando." Por sua vez, a colunista-abelha - aquela dos melífluos sabores - ainda sem os releases de Yeda, promete em seu blog "mais detalhes na Página 10 de amanhã". Acordaremos cedo, pois.
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

TUCANA FLAGRADA NA MENTIRA

Em seu afã de perpetrar mais uma trambicagem - no caso, a prorrogação sem licitação dos contratos de pedágio nas estradas gaúchas -, e às voltas com a tentativa de coerção da maioria na Assembléia Legislativa, a governadora fascista do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, espalhou que seu projeto contava com o aval da Agência de Regulação dos Serviços Delegados do Estado (AGERGS). Hoje, em resposta a um ofício enviado por deputados da oposição, a Agência garante que o desventurado projeto "é de exclusiva responsabilidade do Executivo", e que sequer analisou a viabilidade jurídica da prorrogação dos contratos, entre outros aspectos. Para quem não sabe, a atual inquilina do Piratini chegou a botar o nome do Ministro dos Transportes nas minutas à revelia do mesmo. Pilantragem da boa que a imprensa venal destes pagos tratou de amenizar dando ao episódio o eufêmico nome de "mal estar". Para acudir a governadora tucana nessa nova patranha, a colunista-abelha do tablóide Zero Hora - aquela que depura "melífluos sabores" - apressou-se em dizer, em seu blog, que "a presidente em exercício da Agergs, Gertrudes Pelissaro dos Santos, acrescenta que, (sic) o fato de a Agergs não ter sido ouvida não é ilegal, já que, por lei, o aval da agência é exigido somente no momento da homologação dos contratos".
Como dizia o poeta Mário Quintana, "a mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer".

"EU QUERO MORRER!", DIZ DIRIGENTE DA MÍDIA GOLPISTA SOBRE PIB DE 6,8%

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As redações da mídia tucano-golpista estão em polvorosa. Os números divulgados pelo IBGE sobre o crescimento do PIB no terceiro trimestre pegaram os mafiosos de ceroulas nas mãos. .
Na Folha Online, a notícia, por enquanto, não apresenta qualquer conjunção adversativa "mas". Já no G1, o portal da famiglia Marinho, a manchete sobre o tema ganhou três versões em menos de meia hora. Neste momento, 12:26h, lê-se: "Economia do país terá alta superior a 4% em 2008, diz IBGE". Minutos antes dizia: "PIB cresce 6,8% no terceiro trimestre". O sub-título, ainda sem link, é primoroso: "Ainda sem crise, PIB cresceu 6,8% no 3º trimestre". Ainda! No portal dos marginais quatrocentões do Tietê, os maus agouros já estão online: "Mercado prevê queda no PIB brasileiro já no 4º trimestre". Nossa reportagem apurou que Miriam Leitão e SarDEMberg sofreram alguns delíquios, mas já voltaram a respirar sem ajuda de próteses ventilatórias.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS

Jornalzinho gaúcho convoca múmia de estimação para falar mal de Lula .
Em um artigo sem pé nem cabeça, repleto de lugares-comuns, o ex-senador e "ministro aposentado do STF", Paulo Brossard, ressurge do nada que a História lhe reservou para repisar candentes temas do mundo dos vivos, tais como: marolinha, diarréia e "outras expressões impublicáveis". O portentoso opúsculo do jurista embalsamado ocupa espaço nobre nas primeiras páginas da edição de hoje do tablóide Zero Hora. Curiosamente, o homem que, no século passado, destacou-se por afrontar a ditadura, não diz uma palavrita sobre as mutretas estaduais envolvendo o governo fascista da tucana Yeda Crusius. Preferiu exibir seus vastos conhecimentos da Literatura Universal, saindo-se com esta: "Não bastasse, proclamou-se um novo Dom Quixote. O célebre personagem de Cervantes era também conhecido como “o cavaleiro da triste figura”, neste ponto o presidente parece ter razão". Se você gosta de sofrer e está com boa disposição, clique aqui para ler mais esta baboseira do magistrado de pijama (e chapéu de palha).

domingo, 7 de dezembro de 2008

O HUMOR DE ZERO HORA

O Cloaca News estava prestes a inaugurar a seção Piada em Debate quando recordou de uma frase dita pelo finado escritor e jornalista americano Elwyn Brooks White: "o humor pode ser dissecado, mas, a exemplo de uma rã, a coisa morre no processo e suas tripas são repulsivas, exceto para a mente puramente científica". Encontramos o batráquio abaixo na página 54 da edição deste domingo, 7 de dezembro de 2008, do tablóide da RBS. O autor assina "Marco Aurélio". Acreditamos não ser necessário passar o bisturi no bicho. Mas, se alguma "mente científica" quiser se manifestar, fique à vontade.
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sábado, 6 de dezembro de 2008

VENDE-SE UM TELEJORNAL. BARBADA! TRATAR NA RBS

Sabujo-mor da máfia midiática gaúcha faz reportagem-michê em feira agrícola do interior do Estado
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(Se você está chegando agora e não sabe quem é Lasier Martins, nem tudo está perdido: vá até a barra lateral, à direita, bem abaixo, e clique no tópico alusivo a este cavalheiro; depois, continue a ler aqui)
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Um dos filés da programação regional da RBS TV (afiliada da Globo), no Rio Grande do Sul, é o Jornal do Almoço, exibido diariamente às 12h, exceto domingos. Pelo seu alcance e pela sua audiência, não seria exagero afirmar que é o programa mais importante na grade local do grupo. Desconhecemos os números exatos de seu faturamento publicitário, mas não duvidamos de que ali rola um dinheirinho fácil. Vira e mexe, o programa é gerado fora de seu estúdio tradicional, geralmente em exposições e festas municipais do interior. Nestas ocasiões, quem assiste ao noticioso e vê seus apresentadores debaixo de sol escaldante, ao vivo, imagina que todo aquele denodado esforço é feito em nome da relevância jornalística e do irrefragável interesse público. Este Cloaca News pode não ser lá essas coisas em matéria de lhaneza de trato. Também não se sente apto a fazer análises acadêmicas de escol à luz das Ciências Políticas ou da Semiologia saussuriana. Se quiser nos chamar de toscos, rústicos ou até medíocres intelectuais, não nos sentiremos ofendidos. A única coisa que você jamais poderá dizer a nosso respeito é que inventamos assunto. Isto posto, passemos adiante. Pessoalmente, já vimos o Jornal do Almoço sendo gerado dos seguintes municípios gaúchos: Osório, Tramandaí, Bento Gonçalves e mais alguns outros lugares que não vêm ao caso. Arma-se o circo e transmite-se o espetáculo. O que não é informado ao telespectador é que a trupe jornalística itinerante está ali porque recebeu um polpudo cheque dos anfitriões. Estes, por sua vez, têm direito a escolher as pautas e até a elaborar o script. Podem, inclusive, fazer a direção de cena, marcando os passos dos apresentadores!
Nossa fonte é absolutamente segura, uma vez que já foi contratante desse "serviço". E ela nos disse o quanto pagou pelo Jornal do Almoço: para o seu evento, custou R$ 40 mil reais. Com direito ao comentário de Lasier Martins, de corpo presente. Grátis, uma reprise do programa na TVCom, o canal UHF da RBS em Porto Alegre. Nesta sexta-feira, 05/12, o Jornal do Almoço não precisou ser "deslocado" para outra praça. Mas faturou um extra enviando seu facundo e palavroso comentarista "político" até a aprazível cidade de Erechim, região do Alto Uruguai, a 362 quilômetros da capital. Lasier Martins, o jornalista que atualmente só entra em cena para adular e proteger o governo fascista da tucana Yeda Crusius ou para esculhambar o governo Lula, surge na telinha, diretamente da FRINAPE, uma feira da indústria e da agropecuária regionais, entrevistando a Rainha da festa, não sem antes nos apresentar uma pantagruélica mesa montada no centro de uma quadra poliesportiva, debaixo do sol a pino. "Uma grandiosa feira", ele leu no papelzinho. E como foram importantes aqueles preciosos minutos em que Lasier nos mostrou um descomunal salame, mais os queijos, os pães, as cucas, as compotas, os...ovos de codorna - veja você! - e até uma garrafa de "cachaça envelhecida em barris de carvalho"... Que jornalismo apetitoso, esse do Jornal do Almoço! Por R$ 40 mil reais, você também pode encomendar o seu - tabela cheia, incluindo as risonhas apresentadoras; se levar só o Lasier, pechinche, que eles certamente farão um bom desconto. Não acredita? Clique aqui e assista ao bloco todo, com direito a uma rapadura e a um vistoso salsichão.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FALÊNCIA MÚLTIPLA DE ÓRGÃOS (DE IMPRENSA)

Nosso inspirado leitor, identificado apenas como Fábio Augusto, nos brindou com os versos abaixo, deixados na área de comentários da postagem anterior. . Veja que merda Daqui a pouco Meu Globo ocular Vai procurar Mas não vai achar Nem uma Folha sequer Pra limpar a bunda Neste vasto Estadão A continuar assim... À Zero Hora não restará mais nada Nem Correio, nem Diário Época em que as vacas magras, Isto É, anoréxicas, Correrão “risco de morte” Por falta de factóides E potenciais anunciantes Diogos e Reinaldos Perderão a opportunity De suas gordas mesadas Pra achincalhar a pátria amada Pois nem o”debrecht”, que já sente No e(qu)ador, Nem o mendes supremo Nem o júnior enfermo Serão salvos da ira “de sanctis” E então reinará a paz e a justiça Mas nos alimentemos com peru Já que Leitão, contaminado, Dá congestão

CONHEÇA O PROJETO QUE REVOGA A LEI DE IMPRENSA

Data venia, o Cloaca News apresenta abaixo o texto integral do Projeto de Lei que a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) apresentou à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A idéia é sepultar a Lei nº 5250, de 1967, assinada pelo ditador da ocasião, Humberto de Alencar Castelo Branco.
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PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 382, DE 2008 Dispõe sobre a liberdade de expressão e dá outras providências.
. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Todos são livres para expressar, por qualquer meio de comunicação e assegurado o sigilo de fonte, quaisquer informações, idéias, pensamentos, críticas e opiniões, sem espécie alguma de censura prévia no âmbito administrativo, respondendo, todavia, o autor e o órgão de divulgação pelos excessos ou abusos disso decorrentes, vedado o anonimato. Art. 2º Em caso de condenação judicial ao pagamento de indenização por danos civis em decorrência de abuso da liberdade de expressão, a sentença que reconhecer o dolo na veiculação da matéria publicada poderá, ante as circunstâncias do caso, até decuplicar o valor da indenização, independentemente de pedido nesse sentido. Parágrafo único. Em qualquer hipótese de procedência de ação por abuso da liberdade de expressão, a respectiva sentença deverá ser divulgada, às expensas do ofensor, no mesmo veículo de comunicação em que ocorreu o agravo, pelo triplo de vezes da sua ocorrência, podendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. Art. 3º A reprodução de material obtido com autorização judicial, mas em segredo de justiça, constitui abuso do direito de informar, sujeitando-se o infrator aos acréscimos em decorrência da existência de dolo, a que se refere o caput do art. 2º, bem como às despesas de publicação da respectiva sentença, no mesmo veículo de comunicação em que se cometeu a ilegalidade, pelo décuplo de vezes de sua ocorrência, podendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. Parágrafo único. No caso de veiculação de material obtido sem autorização judicial, os valores da condenação por danos civis serão multiplicados, obrigatoriamente, por cinqüenta, e a sentença publicada por cinqüenta vezes a ocorrência da ilegalidade, às expensas do infrator, podendo o valor correspondente ser liquidado e executado nos próprios autos. Art. 4º O segredo de justiça imposto aos autos de processo de qualquer natureza não poderá durar mais que dez anos do trânsito em julgado da respectiva decisão. Art. 5º Os crimes contra a honra praticados no âmbito da imprensa processam-se nos termos do Capítulo III da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, só respondendo o agente pelo crime de calúnia. Art. 6º Na hipótese dos crimes de injúria e de difamação cometidos no âmbito da imprensa, os agentes só respondem criminalmente caso fique demonstrado que a informação veiculada não atende, a critério fundamentado do juiz, ao interesse público. Art. 7º A ação de direito de resposta por abuso do exercício da liberdade de expressão deve ser processada e julgada em juízo cível da localidade onde foi veiculada a matéria, do local de sua repercussão, ou no foro do domicilio do autor. Art. 8º Fica revogada a Lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.
JUSTIFICAÇÃO A recente decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu a eficácia de uma série de disposições da Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67) trouxe à tona o debate em torno da aplicação do preceito constitucional da liberdade de expressão e pensamento. O autêntico Estado de Direito pressupõe que a liberdade de expressão e pensamento não pode sofrer limitações de ordem política, sob qualquer forma de censura prévia, estando em plena consonância com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o qual, ainda que por liminar, suspendeu a aplicação de uma série de artigos da Lei 5.250/67, de que trata a ação de Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 130/D.F., proposta pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), por intermédio do eminente e sempre combativo Deputado Federal Miro Teixeira. Dentre os vários méritos que tem a referida ação, destaca-se a tentativa de aprimorar o ordenamento jurídico, como de igual forma se faz através da proposição que se encaminha. Por outro lado, a maior atividade fiscalizadora, investigatória e punitiva desenvolvida pelo Estado-juiz nos últimos tempos não pode afastar, em absoluto, garantias constitucionais fincadas, por exemplo, nos princípios da inocência, do contraditório regular e substancial e da individuação/dosimetria da pena. Mas também não pode servir de obstáculo ao exercício de um direito elevado à garantia fundamental, que é a liberdade de trânsito da informação e expressão do pensamento, qualquer que seja seu matiz ideológico, ou sua forma de manifestação, inadmitida a censura prévia. Deve ser civil e criminalmente responsabilizado, claro, todo aquele que cometer excesso ou abuso, assim entendido toda e qualquer forma de transgressão aos preceitos de ordem legal ou moral; mesmo porque não existe exercício absoluto de direitos. Nessa toada, percebe-se que o projeto de lei ora proposto tenta simplificar relações que, segundo eminentes juristas, sequer deveriam ser reguladas por lei. Todavia, não nos parece seja essa a tradição legislativa existente no Brasil, haja vista que se encontram no nosso ordenamento jurídico grande quantidade de leis, algumas das quais “pegam”, outras nem tanto. Preocupamo-nos, ao elaborarmos a presente matéria, em distinguir bem a situação em que o dano é considerado pela perspectiva da conduta e dos interesses que porventura possam ocorrer pela malversação de tão fundamental e importante liberdade, de forma que estamos propondo que a responsabilidade civil continue a ser subjetiva nesses casos, a despeito da evolução legislativa que se tem observado ultimamente, fazendo-se supor que tal medida iria de encontro aos avanços e a algumas conquistas fundadas na responsabilidade sem culpa. Entretanto, pensamos não ser este o caso, em se tratando de liberdade de imprensa. Não se discute – e quanto a isso não parece haver dissensão – a respeito do fundamental papel que a imprensa livre exerce no controle da democracia. Referimo-nos ao jornalista que, naquele momento, ante a um fato (de qualquer natureza), se veja no dilema de decidir entre o dever de informar (respaldado pela liberdade de expressão, que, no nosso entender, é mais dos cidadãos que propriamente das empresas de comunicação) e a preservação da integridade imaterial (moral e de imagem) de quem quer que seja. Nesses casos, deve o profissional da comunicação saber dosar a necessidade de apuração e corroboração da informação, mesmo que seja tentando, minimamente, ouvir “o outro lado”, à vista, sempre, da supremacia do interesse público, que, repetimos, parte da regra que tem de ser veiculada toda e qualquer informação de interesse da coletividade. Nada além, a propósito, do que já se faz nas redações dos grandes jornais deste País, como também do que já consta de seus respectivos manuais. Queremos dizer que defendemos uma imprensa livre, mas também responsável. Não correspondendo a notícia à verdade e ao interesse público, e causando dano a particular, deverá ser atribuída uma indenização a quem reclamar perante o Judiciário. Por culpa, nos moldes já hoje praticados. A inovação fica por conta do dolo e da má-fé, apuráveis segundo o livre convencimento motivado do magistrado, por ocasião da prolação da sentença e ante as provas constantes dos autos. Portanto, a intenção do caput do art. 2º deste projeto é criar mecanismo de peso e contrapeso a uma garantia de informação que, por óbvio, não é absoluta, nem nos regimes mais fundamentalistas. Havendo dolo ou fundada má-fé, constatados, naturalmente, a partir de prova colhida em instrução processual, a malversação desse fundamental direito de expressão deve merecer severa reprimenda, capaz de inibir práticas desse jaez. Desse modo, propomos que o valor da sentença possa ser até decuplicado, a critério do juiz da causa, independentemente de pedido. Em caso de divulgação de material, reprodução total ou parcial de elementos de prova obtidos com autorização judicial, em processo que tramitou ou tramita em segredo de justiça, a violação do sigilo constitui infração gravíssima. Daí a razão de a condenação dever ser, necessariamente – ou seja, independentemente de critério avaliativo e tão só pela natureza do caso – multiplicado por dez, como também por dez vezes deverá ser publicada a sentença em razão de cada agravo, já considerada aqui a avaliação do juiz em até decuplicar o valor inicialmente formulado. Outrossim, é natural que, na hipótese mais grave ainda de veiculação de material obtido sem autorização judicial, os valores em referência aumentem para cinqüenta vezes. O mesmo se diga da publicação integral da decisão judicial (de qualquer esfera) – já salientando que permanece hígido o direito constitucional de resposta (art. 5º, V, CF) – só que, aqui, a quantidade (três vezes) já é apontada como determinada por lei, ao invés de se submeter ao critério do juiz. A mesma justificativa para aumento dos valores da condenação para o caso de divulgação de material em segredo de justiça ou obtido sem autorização judicial serve para explicar as hipóteses de majoração das vezes de publicação da sentença. As despesas, por óbvio, correm à conta do ofensor e do órgão responsável pela veiculação. No âmbito criminal, somente a hipótese da calúnia deverá ser objeto de persecução criminal, não podendo o jornalista trabalhar com o receio de que um deslize, especialmente com base na culpa (imprudência, negligência ou imperícia), possa lhe trazer sanções criminais. Por tais razões, esperamos contar com o apoio dos ilustres pares para a aprovação dessa matéria. Sala das Sessões, Senadora SERYS SLHESSARENKO