sábado, 15 de novembro de 2008

ZUMBIDO ESCRITO, FALADO, TELEVISIONADO

Considerada por um de seus colegas metidos a cronista como "a abelha-rainha do jornalismo político" que "passa o dia depurando sua colméia de informações", resultando em algo "de um melífluo sabor para seus leitores", a jornalista Rosane de Oliveira atua em todos os meios do grupo RBS (para quem não vive no RS e chegou agora, leia postagem mais abaixo).
Além de apresentadora em uma das rádios do império e comentarista em um canal local de TV, a vespinha é editora de Política do tablóide Zero Hora e titular de uma afamada coluna no mesmo jornal - a "Página 10". É nessa famígera página - raramente a 10 - que a Real Apis Mellifera do Jornalismo de Esgoto guasca tenta legitimar o noticiário "político" que ela própria se encarregou de produzir. Na verdade, desde que ela herdou o nobre espaço de um certo Barrionuevo, há pouco tempo, quase nada se viu de mudança por ali. Por isso mesmo, vale pinçar o que escreveu o cineasta Giba Assis Brasil, a propósito da Página 10 de outrora: "...a coluna ...é um grande mural, onde são pendurados recados de procedência muitas vezes duvidosa, mas para destinatários quase sempre evidentes". Se mudança houve, foi apenas na ordem dos insetos. Pois a nossa abelhinha - "tão isenta, tão eqüidistante", no dizer de outro cronista babão da mesma casa - já mal consegue refrear seu ímpeto servil. Em sua coluna impressa de hoje, ela se apressa em satanizar o movimento grevista dos professores gaúchos, garantindo que a "intenção" do CPERS/Sindicato "é mesmo criar desconforto para forçar a sociedade a valorizar a função de professor". Sobre o decreto fascista da tucana amiga Yeda Crusius que, além de instituir o dedo-durismo, corta o ponto e a efetividade dos grevistas, nem uma doce gota de opinião. E sobre o ato da tresloucada governadora, que cria gratificações de 7 mil reais para alguns Secretários (inclusive a da Educação), nossa Hymenoptera depuradora conseguiu apenas ficar "chocada" com a "falta de sensibilidade política" do governo estadual ao enviar projeto tão "polêmico" em momento tão "inoportuno". Você, que vive em outro Estado: há algum jornalista-própolis resinando as páginas do seu diário local? Quer trocar?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ZERO HORA: A ENTREVISTA DO ANO!

"A governadora Yeda Crusius se manifestou nesta sexta-feira, após a declaração do início da greve dos professores estaduais. Ela afirmou que está aberta ao diálogo, mas afirma não entender o protesto dos professores em relação ao piso: — Vou até tentar me inteirar porque eles não aceitam o piso de R$ 950. A negociação está aberta. O movimento deles é um movimento deles, eles têm total liberdade ou autonomia para fazer."

ZERO HORA: Professores gaúchos levarão comerciantes do litoral à falência

Esta "notícia" foi publicada às 18:13m desta sexta-feira, dia 14, na edição digital online do tablóide da RBS. Nesse horário, cerca de 10 mil professores e profissionais da Educação ainda estavam defronte ao Palácio Piratini, em manifestação pacífica, entregando à governadora tucana Yeda Crusius a comunicação de que os professores da rede estadual estavam, oficialmente, em greve. Para ninguém dizer que estamos inventando, clique aqui para conferir esta chalaça, verdadeira zombaria praticada a título de bem-informar. Agüente firme. Isso é apenas um aperitivo.

MAGISTÉRIO GAÚCHO - Bons tempos aqueles em que levar bomba era apenas repetir de ano na escola

A professora Marli Helena Kümpel da Silva não esquecerá do último dia 16 de outubro, quando foi atingida por um artefato de "efeito moral" que lhe estraçalhou as pernas, nas imediações do Palácio Piratini, sede do governo estadual gaúcho. Como integrante da diretoria do CPERS, o sindicato dos professores, Marli viera da cidade de Erechim, interior do Estado, para juntar-se aos seus milhares de colegas, em manifestação pacífica, e reinvidicar coisas como: reajuste salarial, defesa dos planos de carreira e implantação do Piso Nacional para o magistério. A tropa de choque da governadora tucana Yeda Crusius, no entanto, deu-lhe uma lição, partindo-lhe os ossos. É esse o "novo jeito de governar" que a imprensa local - capitaneada pelos veículos da RBS - exalta e protege, por meio de sua matilha de colunistas sabujos e comentaristas louvaminheiros. Logo mais, às 13:30h, no ginásio Gigantinho, os professores estarão novamente reunidos, desta vez em Assembléia, discutindo a ridícula e traiçoeira proposta de Yeda Crusius enviada ao Legislativo. Estaremos lá, no meio desses perigosos elementos que insistem em querer um salário-base de R$ 950. Tomara que, desta vez, ninguém tome pau.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

KKK. Qual é a graça?

Depois de passar pelas revistas Época e Veja, e depois de afundar dois portais de internet - o NO e o NoMínimo -, o jornalista Tutty Vasques (heterônimo de um certo Alfredo Ribeiro de Barros) encontrou o valhacouto perfeito nos veículos da Famiglia Mesquita, os quatrocentões da Marginal Tietê. Além de publicar uma coluna semanal em O Estado de S.Paulo, ele mantém um blog de "humor" homiziado no megaportal da Organização. Não faz muito tempo, o alvo de uma de suas facécias foi a ex-Ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Para ilustrar o gracejo feito sobre a utilização indevida do cartão corporativo por parte de Matilde, Tutty escolheu uma das famosas gravuras de Debret alusivas à escravidão dos negros no Brasil. A despeito da enxurrada de críticas que recebeu, o "jornalista/humorista" não se retratou. Hoje, precisamente, sua coluna eletrônica exibe a seguinte "piada", sob o título "Inevitável": O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev está convencido de que Barack Obama fará uma Perestroika nos EUA. Se não na entrada, certamente na saída. Se você está rindo, lamentamos. Se, ao contrário, está se sentindo engulhado, por favor, vá desengulhar-se nesta outra cloaca.

O Jornal Nacional e as "ordens superiores"

Notícia lida de boca cheia pelo William Hommer, em bloco intermediário do Jornal Nacional desta quarta-feira, informou que Tereza Grossi, ex-diretora de Fiscalização do Banco Central - sob a gestão do economista pilantra Chico Lopes - foi absolvida da acusação de peculato pelo Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro. Na decisão da Corte, os desembargadores alegaram que ela "apenas obedeceu a ordens superiores". Curiosamente, o marido de Fátima não informou de onde partiram as "ordens superiores". E - oh! que surpresa! - não disse palavra sobre a que governo a ré servia na ocasião do crime. Para coroar a emissão de seu dejeto, o arrebatado âncora do telejornal mais assistido do país deixou de dizer que a tal sentença não é definitiva, visto que caberá recurso ao Superior Tribunal de Justiça. Como dizia o inglês G. K. Chesterton: " o jornalismo consiste basicamente em dizer 'Lord Jones morreu' para pessoas que nunca souberam que Lord Jones estava vivo".

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O valor de certos jornais

O jornal Valor Econômico - até ele! - acaba de demonstrar, por A + B, que não vale mais que um traque de hiena. A "reportagem" publicada no último dia 10, sob o título "De olho em 2010, Serra investe mais que o PAC", não deixa dúvidas de que a publicação só poderia mesmo ser o fruto da união Globo/Folha, dois expoentes da Mídia de Esgoto que assola o país.
A patacoada do tal diário, no entanto, não resistiu aos dados apresentados por Eduardo Marques, da Assessoria de Finanças e Orçamento da Liderança do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo. Coisa curta e grossa que você pode ler no blog Eu quero falar. Beba na fonte. Clique sobre o nome em azul.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Não espere que a RBS dê essa notícia

Na próxima sexta-feira, dia 14, acontecerá a Assembléia Geral do CPERS/Sindicato, com os professores da rede estadual do Rio Grande do Sul. O evento será realizado no ginásio Gigantinho, com início previsto para as 13:30h. As principais discussões, além da reinvidicação salarial e da defesa dos planos de carreira, serão em torno da implantação do Piso Nacional do Magistério, estabelecido por lei federal, mas contestado com uma ação no Supremo Tribunal Federal pela governadora tucana Yeda Crusius.
A propósito, o tablóide Zero Hora, do grupo RBS, estampou, nesta terça-feira, uma nota de 200 caracteres, sem título, com a "posição oficial do governo" sobre o assunto. Segundo Rosane de Oliveira, a colunista adestrada que a publicou, o governo estadual "bateu o martelo" e vai fincar pé na remuneração de R$950 para a jornada de 40 horas, incluídas as "vantagens" pagas em dinheiro, como a gratificação de difícil acesso. Para os professores, esse piso regional sugerido pela tucana beira o deboche, já que o Piso Nacional estabelece esse mesmo valor como vencimento básico.
A tropa de choque midiática escalada para blindar Yeda, obviamente, não vai dar ao tema a importância que este merece. O sempre facundo Lasier Martins, de quem já tratamos em postagem anterior, talvez faça alguma menção ao clima atmosférico no dia da Assembléia, exaltando a beleza da luz primaveril. Os noticiários das demais máfi... ops!... redes - todos patrocinados pelo Banrisul, o banco estatal gaúcho - cumprirão seu dever cívico e lerão, com certa gravidade, o press release gentilmente distribuído pela Secretaria da Educação.
Restam aos professores gaúchos que não puderem ir ao Gigantinho duas maneiras de saber o que passou na Assembléia: clicar aqui no site do Cpers/Sindicato ou vir direto ao Cloaca News, que estreará sua unidade Roto-Rooter de Reportagem.
E, já que estamos aqui, não custa especular: considerando a postagem abaixo, será que os professores que dão aula à tarde e que estiverem na Assembléia já sairão do local algemados como criminosos, como reza o espírito do Decreto 45.959, que já está em vigor?

Decreto fascista de Yeda Crusius institui o dedo-durismo como política de Estado

Assinado no dia 28 de outubro, pela governadora tucana do Rio Grande do Sul, o Decreto 45.959 “dispõe sobre o registro da efetividade dos servidores públicos estaduais em virtude de greve ou paralisação no serviço público estadual”. Logo em seu primeiro artigo, determina que seja cortado o ponto do servidor gaúcho, “correspondente a dias não trabalhados em virtude de greve ou paralisação”. Logo em seguida, trata de criminalizar o servidor público que não dançar conforme a música da tresloucada. Eis o “Art. 3º – Verificada a ocorrência de fatos irregulares ou ilícitos objeto deste Decreto, as Chefias dos respectivos Órgãos e Entidades deverão lavrar auto circunstanciado da ocorrência, firmado por duas testemunhas presenciais e, imediatamente, encaminhar à autoridade competente, com vista à Procuradoria Geral do Estado, e apresentar, na hipótese de ilícito penal, a notícia crime ao Ministério Público.” Achou pouco? Veja o parágrafo seguinte: "Todo servidor público estadual que tomar conhecimento dos fatos mencionados no caput deste artigo deverá imediatamente comunicá-lo à Chefia a que está subordinado, sob pena de cometimento da falta funcional grave”. Etc. e revogam-se as disposições em contrário.
Nem nos mais sombrios dias da ditadura militar a alcagüetagem era tratada com tanto despudor. Menos ainda, naquele macabro período, a delação de colegas ganhou as páginas do Diário Oficial. Agora, com o “novo jeito de governar”, o Rio Grande do Sul dá mais alguns largos passos para trás, de volta às trevas. Se no comando da Brigada Militar (a PM local) Yeda botou o famigerado Coronel MendeSS, um brucutu que faria o general Newton Cruz parecer um sacristão, agora não falta mais nada. Uma coisa, pelo menos, não mudou abaixo do Mampituba: a imprensa local - pelega, sabuja e subserviente - continua firme e forte em seu papel esgotadoiro.

Não é só aqui

Para não abrir o bico, jornalistas exigem dinheiro
Despacho da agência Reuters informa que o governo chinês investiga "jornalistas" – alguns profissionais, outros não – que teriam pedido dinheiro ao proprietário de uma mina de carvão para não publicarem informações sobre um acidente que matou uma pessoa. Segundo o diário Beijing News, a mina não comunicou a morte ao governo local, na província de Shanxi, quando o episódio aconteceu, em setembro. O proprietário acabou sendo multado em US$ 1.170. As minas de carvão na China são as mais perigosas do mundo; apenas no ano passado, quase quatro mil pessoas morreram em acidentes. Esquemas envolvendo jornalistas e pessoas que se passam por repórteres para pedir dinheiro a fim de não divulgar estes incidentes são comuns naquele país. Em outubro, foram presos quatro homens que tentavam extorquir dinheiro de um funcionário do governo local, ameaçando escrever informações sobre o abuso do uso de energia pelo governo. Em janeiro, um repórter de um jornal de Pequim foi morto a pancadas durante uma investigação sobre uma mina de carvão não licenciada em Shanxi. Ele não tinha credencial de imprensa e estaria subornando os proprietários da mina.
Nós, que não estamos acostumados a essas coisas, estranhamos muito, não é?
Um livro de se tirar o chapéu
Nesta quadra em que os abutres e os calhordas oportunistas tentam amealhar uns cobres às custas da esculhambação do Governo Lula, a Editora Fundação Perseu Abramo está lançando um verdadeiro antídoto contra as baixarias da Mídia de Esgoto e de seus emissários: a terceira edição, atualizada, da biografia de Luís Inácio Lula da Silva. A autora, Denise Paraná, é também a roteirista da versão cinematográfica da obra. Previsto para chegar às telas dentro de um ano, o filme terá a direção de Fábio Barreto. O livro custa R$ 40, e pode ser encontrado nas principais livrarias do país.
"Lula - O filho do Brasil", é apresentado por ninguém menos que o Professor Antonio Candido, da Universidade de São Paulo. E pensar que tem gente que se contenta com paparicos de Gerald Thomas...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não deu (nem vai dar) em ZERO HORA

Centrais sindicais fazem ato por liberdade de protesto

Algumas das principais centrais sindicais do país fizeram um ato público em Porto Alegre para protestar contra a política de reprimir o direito ao livre protesto social, mantida pelo governo tucano do estado. CUT, CTB, Conlutas e Intersindical se juntaram à Coordenação de Movimentos Sociais para exigir o fim da postura despótica da governadora Yeda Crusius. Desde o início de seu governo, em janeiro de 2007, os movimentos sociais estão em maus lençóis no RS, uma vez que a Brigada Militar (a polícia militar estadual, comandada pelo celerado Coronel MendeSS) vem reprimindo com força e crueldade qualquer tipo de manifestação. Já foram feitas até mesmo visitas institucionais da parte do govermo federal com a intenção de garantir a liberdade do protesto social no Rio Grande do Sul. Apesar das recomendações pela manutenção do Estado de Direito, a ordem do governo do Estado é para continuar os massacres. (com informações da agência Pulsar Brasil)

NA FOTO: TROPA DE CHOQUE DE YEDA CRUSIUS EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE UM TERRENO OCUPADO POR SEM-TETOS, NA PERIFERIA DE PORTO ALEGRE.