sábado, 3 de janeiro de 2009

GILBERTO DIMENSTEIN, O BABÃO

Como você já deve estar cansadíssimo de saber, Gibinha cursou jornalismo na Fundação Gilberto Dimenstein, criada por ele mesmo, em homenagem a ele mesmo. Teve aulas com ele mesmo e, muitas vezes, discutiu com ele mesmo, sendo mandado para fora da sala, diversas vezes, por ele mesmo. Hoje, Gibinha é membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, onde, segundo a Desciclopédia, escreve " textos com opiniões “abalizadíssimas” sobre assuntos “interessantíssimos” do cenário nacional e internacional. Escreveu também diversos livros com opiniões “abalizadíssimas” sobre assuntos “interessantíssimos” do cenário nacional e internacional". Pois Gibinha, por estes dias, anda que é pura faceirice, a julgar pelo título de sua coluna semanal irradiada pela Folha Online:
"Parabéns, Serra"
Nos seis parágrafos do opúsculo, o que encontramos é uma verdadeira Ode ao Vampiro, em que Dimenstein manifesta seu enorme júbilo diante da decisão do governador tucano de criar um "bônus" para os professores cujos alunos tenham "melhor desempenho". Segundo o jornalista-babão, "esse bônus terá um impacto nacional e até na América Latina", apenas "pela importância da rede paulista". Esqueceu- se o nerd da Barão de Limeira que os tucanos ocupam o Palácio dos Bandeirantes há mais de uma década, e que, nesse período, a qualidade da educação pública paulista despencou a níveis abissais, carregando junto a remuneração do magistério. Dimenstein, em seu delírio laudatório, não se deu o trabalho de trazer ao conhecimento de seus leitores as opiniões da gigantesca corrente contrária a essa medida. Preferiu reduzi-las a "ira sindical e mesmo a incompreensão de parte dos acadêmicos". Ou seja: esses sindicalistas raivosos da CUT e esses acadêmicos estúpidos que votam no PT. A própósito, vem daí o interessantíssimo título da coluna babona - "Parabéns, Serra, por sancionar " a medida mais ousada de sua gestão" e enfrentar essa ralé "poncho-e conga", vanguarda do atraso". Clique aqui e veja com seu próprios olhos que, como baba-ovo, Gilberto Dimenstein não tem nada de aprendiz.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

JORNALISMO DE ESGOTO GLOBALIZADO

Assinado apenas por "Paulo Cesar", encontramos o texto abaixo na caixa de comentários do excelente blog RS Urgente. Diz o comentarista tratar-se de uma adaptação de um texto em francês, de autoria desconhecida. Pela sua pertinência, resolvemos reproduzi-lo aqui.
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Doze Regras de Redação da Grande Mídia Internacional Quando a Notícia é do Oriente Médio
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Regra Um - No Oriente Médio, são sempre os Árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se represália.
Regra Dois - Os Árabes, Palestinos ou Libaneses não têm o direito de matar civil. Isso se chama "Terrorismo".
Regra Três -Israel tem o direito de matar civil. Isso se chama "Legitima Defesa".
Regra Quatro - Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama "Reação da Comunidade Internacional".
Regra Cinco - Os Palestinos e os Libaneses não têm o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isso se chama "Seqüestro de Pessoas Indefesas".
Regra Seis - Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos Palestinos e Libaneses desejar. Atualmente, são mais de 10.000, dos quais 300 são crianças e 1000 são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter os seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades democraticamente eleitas pelos Palestinos. Isso se chama "Prisão de Terroristas".
Regra Sete - Quando se menciona a palavra "Hezbollah", é obrigatório a mesma frase conter a expressão "apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã".
Regra Oito - Quando se menciona "Israel", é proibida qualquer menção à expressão "apoiada e financiada pelos Estados Unidos". Isso pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo existencial.
Regra Nove - Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões "Territórios Ocupados", "Resoluções da ONU", "Violações de Direitos Humanos" ou "Convenção de Genebra".
Regra Dez - Tanto os Palestinos quanto os Libaneses são sempre "covardes" que se escondem entre a população civil, a qual "não os quer". Se eles dormem em suas casas com as sua famílias, a isso se dá o nome de "Covardia". Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso chama "Ações Cirúrgica de Alta Precisão".
Regra Onze - Os Israelenses falam melhor o Inglês, o Francês, o Espanhol e o Português que os Árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidade do que os Árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama de "Neutralidade Jornalística".
Regra Doze - Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são "Terroristas Anti-Semitas de Alta Periculosidade".

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ADEUS, CRISE VELHA. FELIZ CRISE NOVA!

Estávamos nos preparando para a trégua do Reveillon, prontos para tirar um diazinho de folga e publicar algumas amenidades, como piadas de argentino e besteiras de vestibular. Até a imagem de uma bandeira branca já estava separada, para demonstrar nosso espírito de confraternidade. Eis que uma última vasculhada no site G1, o portal das Organizações Globo, nos mostrou que essa malta da imprensa golpista não sossega o pito jamais, pelo menos enquanto Lula estiver na presidência da república. Veja você que os safardanas encontraram na internet um programinha chamado Wordle, que faz contagem de palavras em arquivos de texto, sites e blogs. No final do processo, o software gera uma espécie de relatório-colagem, em que as palavras mais repetidas aparecem em tamanho maior na tela. De posse dessa ferramenta absolutamente revolucionária, os denodados repórteres, colegas de Miriam Leitão, peneiraram "293 discursos proferidos por Lula neste ano e registrados no site oficial da Presidência da República". Tanto trabalho para resultar na matéria que leva o seguinte título:
"Aumenta presença da palavra 'crise' nos discursos de Lula".
E um primeiro parágrafo histórico: "Depois de ter afirmado em setembro que a turbulência financeira internacional chegaria ao Brasil como uma "marolinha", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a empregar com mais freqüência a palavra "crise" em seus discursos". Curioso é que não tiveram o lampejo de verificar quantas vezes as palavras "Alston", "buraco do Metrô", "privatização da CESP" e "ambulância" apareceram nas falas do tucano José Serra. Enquanto 2009 não chega, clique aqui para conferir com seus próprios olhos mais essa página imortal do Jornalismo de Esgoto de nossa pátria.

ENTREVISTA VELHA (ficou melhor com o tempo)

A entrevista abaixo não tem imagem, apenas áudio. Dura cerca de sete minutos. Sete minutos impagáveis. Talvez você já a tenha ouvido na época em que foi concedida, logo após e eleição de 2006. Se for o seu caso, vale a pena ouvir de novo. Se não ouviu, aproveite agora. O reeleito governador do Paraná, Roberto Requião, mostra como se deve lidar com a imprensa canalha e golpista.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ZERO HORA: BONS TEMPOS AQUELES DA DITADURA!

O tablóide Zero Hora, principal veículo impresso do grupo RBS (do qual a Globo é sócia) estampou na edição desse domingo, 28, um revelador editorial, sob o título "O antagonismo que atrapalha". Como sabemos, os editoriais representam o pensamento dos proprietários, a opinião dos donos. Nada mais legítimo, desde que essa mesma opinião não contamine o noticiário a ponto de distorcê-lo e, mais ainda, não permeie a narrativa factual a ponto de fraudá-la. Que lindo! Pena que seja assim apenas na teoria. Salvo honrosas e raríssimas exceções, a chamada "grande imprensa" brasileira - ou, se preferir, a mídia corporativa - editorializou até a previsão do tempo. Desde que Lula assumiu a Presidência da República, em 2002, essa oligarquia midiática (Máfia mesmo!) mal disfarça seu ressentimento por não ter conseguido emplacar o vampiro Serra no Planalto. A coisa piorou a partir de 2006, com a reeleição do "sapo barbudo". Você que nos lê sabe exatamente do que estamos falando. Julgamos que não há necessidade de recordar cada um dos "cases" com que tentaram "sangrar" o presidente Lula. Sobre a previsão do tempo a que nos referimos há pouco, relembre as insistentes pautas do "apagão" levantadas diariamente por Miriam Leitão, SarDEMberg, Joelmir Betting...e mais um punhado de mequetrefes da mesma casta. No Rio Grande do Sul, onde o editor desta Cloaca tem o prazer de viver há mais de 10 anos, a encrenca é mais antiga. Começou quando o PT conquistou a Prefeitura de Porto Alegre, em 1989, com Olívio Dutra. Como todos sabem, foram quatro administrações petistas consecutivas na capital gaúcha. Acredite: os veículos da RBS fizeram o diabo para que os resultados dessas eleições fossem outros. Mas o bicho pegou de verdade, mesmo, quando Olívio Dutra (ele, de novo!) derrotou Antônio Britto (funcionário da RBS) e conquistou o Governo do Estado. Foi demais para os coronéis de bombacha. Só quem vive no Rio Grande do Sul, e conhece a índole perniciosa dos barões da mídia local, sabe das barbaridades cometidas por eles no afã de derrubar o Galo Missioneiro. O jogo foi pesado, sujo e, claro, desigual. Não foi à toa que um dos próceres do "jornalismo" da RBS, um certo Lasier Martins (provavelmente, o maior sabujo da história da imprensa mundial), comemorou com espumante, ao vivo, na TV, a "derrubada" do PT do governo estadual, em 2002. Em 2004, ao "retomarem" também a prefeitura, parece que sossegaram o facho (ou seria o fascio?). Hoje, 2008, o grupo RBS toma a bênção a tucana fascista Yeda Crusius, que lhes repassa cerca de 70% das verbas publicitárias estaduais. Hoje, 2008, segundo a máfia midiática local, o Rio Grande do Sul tem rumo, tem projetos, tem determinação, tem eficiência administrativa. Mas, veja você, cara leitora, caro leitor: hoje, há também um "antagonismo que atrapalha"!!! Segundo o editorial do tablóide, as coisas neste Estado sempre foram na base do GRENAL, com uma "bipolaridade nascida da história de lutas e revoluções rio-grandenses". MAS: "Ultimamente, este dualismo extremado, aliado a um ranço de natureza ideológica de parte de alguns segmentos político-sociais, vem entravando o desenvolvimento do Estado. Quase todos os projetos são boicotados, as tentativas de mudança esbarram na oposição sistemática e organizada de corporações interessadas em manter suas prerrogativas, a convergência política em torno de interesses do Estado tornou-se uma utopia." Não é lindo o exercício da liberdade de expressão, queridos leitores? Não pense, porém, que acabou! A melhor parte vem agora, com um certo viés nostálgico: "Já faz tempo que o Rio Grande não repete uma mobilização coletiva e suprapartidária como a que garantiu ao Estado a implantação do Terceiro Pólo Petroquímico do país, na década de 70. Naquela ocasião, o Executivo e o Legislativo criaram comissões conjuntas, as indústrias privadas engajaram-se no esforço cívico, a imprensa divulgou intensamente o movimento, as posições políticas e opiniões antagônicas foram deixadas de lado, possibilitando uma ação integrada das duas frentes partidárias então existentes, a Arena e o MDB. Foi um momento edificante da história moderna do Estado". Não é comovente a pregação de Zero Hora pela união, pelo diálogo e pela tolerância? Principalmente neste momento em que a pobre governadora tucana não conseguiu levar adiante a mutreta de prorrogar contratos de pedágio sem licitação? Que oposição malvada, não é mesmo?
(Se você gosta de sofrer, clique aqui e leia na íntegra mais esta baboseira do tablóide)