sábado, 2 de maio de 2009

ESSE CARA FOI "O MELHOR MINISTRO DA SAÚDE QUE O BRASIL JÁ TEVE"...

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Governador tucano Zé Chirico, explicando cientificamente aos brasileiros como se dá o contágio pelo vírus da influenza A (H1N1) - nova forma adotada para chamar a gripe suína:
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"Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram. Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho algum".
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Contamine-se aqui.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A SEGUIR, NO PORTAL DA GLOBO: APRENDA A PICAR ALHO


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A imagem acima foi capturada na tarde de ontem, quarta-feira, pelo nosso Departamento de Dragagem. É a tela inicial do portal jornalístico G1, das Organizações Globo, o mesmo que omitiu de seus leitores a espetacular ficha criminal do "empresário do ramo de tecnologia" que pretende chamar às falas o Ministro Joaquim Barbosa, do STF.
Se achar melhor, clique sobre a figura para ampliá-la e constatar que, diferentemente da "ficha da Dilma" que a Folha publicou, não há qualquer mutreta de Photoshop, exceto pela seta vermelha que adicionamos. Leia e releia, de preferência em voz alta, o título sotoposto à foto do popular sambista. Que poesia, heim!!! Desde que o correspondente do Estadão na Argentina, Ariel Palácios, referiu-se a Buenos Aires como a nova "Meca gay" (confira aqui), não lamentávamos tanto o pauperismo dos textos de nossa imprensa corporativa. Além de mal-intencionados, como já demonstramos, são também analfabetos funcionais. Você acredita neles?
É fé demais, concorda?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

CAPANGA INTERPELA CLOACA NEWS

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A caixa postal do Cloaca News acaba de receber mensagem de e-mail supostamente enviada pelo grande patriota e - segundo o portal da Globo - "empresário de tecnologia" Luiz Eduardo Auricchio Bottura, o mesmo que entrou com uma representação no Conselho Nacional de Justiça contra o Ministro Joaquim Barbosa, do STF (veja postagem anterior). O texto, intitulado "Voce [sic] está errado", começa assim: "Todas as acusações contra mim e inclusive minha prisão, foram após denuncias contra Desembargadores do TJMS ao CNJ. Fui preso por um juiz substituto, e quando o titular voltou, me soltou e extinguiu a ação. Eu não brigo com os poderosos somente através de blogues, mas os represento. Entre no meu blogue e veja como sou um dos seus." Em seguida, nos indica este endereço. Como você mesmo constatará ao examinar o "perfil do usuário", o suposto pilantra possui cinco blogs diferentes, mas com teores semelhantes. Diante de tão vasta "bibliografia" disponível a respeito de tão virtuoso cidadão, ficamos aqui a imaginar por quais motivos o portal de notícias das Organizações Globo - incluído aí o barrigueiro tocador de jazz - omitiu de sua notícia os detalhes mais emocionantes da biografia deste diligente brasileiro.

terça-feira, 28 de abril de 2009

GLOBO OMITE FICHA DE VIGARISTA EM NOTÍCIA CONTRA JOAQUIM BARBOSA

Para o portal G1, ele é um "empresário do ramo de tecnologia". Na verdade, trata-se de um dos maiores estelionatários do país .
Neste exato momento, esta é uma das manchetes de capa do portal das Organizações Globo:
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"BATE-BOCA NO STF - Empresário pede ao CNJ punição a Joaquim Barbosa"
. Ao clicar aqui, você lerá que "um empresário paulista protocolou nesta terça-feira (28), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uma representação contra o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo foi a discussão travada na última quarta (22) entre Barbosa e o presidente da Corte, Gilmar Mendes". A "notícia" dá o nome completo desse grande brasileiro: Luiz Eduardo Auricchio Bottura. Diz o texto : "Nos últimos meses, Eduardo Bottura ganhou destaque por entrar com dezenas de representações contra desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele acusa alguns magistrados do estado de tomaram decisões conforme o grau de relação com os advogados envolvidos nas causas. “Eu sou um patriota. Se vejo algo errado, em especial, que me ofende, pratico democracia”, explicou." O que o brilhante jornalismo do maior grupo de comunicação do país não quis informar é que esse exemplar cidadão possui mais de 900 processos judiciais tramitando contra ele, por crimes como estelionato, contra a honra, extorsão, uso de documento falso, coação, denúncia caluniosa e falsidade ideológica. Quis, porém, o destino que este Cloaca News encontrasse tal informação no insuspeito portal da TV Morena, membro da Rede Matogrossense de Televisão (RMT), uma das afiliadas da Rede Globo. Clique aqui para ler. Em respeito aos nossos leitores, vamos nos abster de comentar essa maravilha. Mas, você pode meter bronca à vontade.
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ATUALIZAÇÃO - Quinta-feira, 10h - A TV Morena, em gesto de solidariedade a Gilmar Mendes, retirou do ar a página do link acima. Não que vá fazer alguma diferença - afinal, a mesma notícia saiu em outros lugares -, mas, só de birra, aqui está ela novamente.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

PÉ CHATO TERIA LIVRADO SERRA DO SERVIÇO MILITAR

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Logo após deixar, secretamente, a clínica do Dr. Scholl, onde cuida de uma renitente unha encravada - adquirida pelo hábito de usar "bico fino" - o governador tucano Zé Chirico confidenciou ao seu braço direito, o Secretário e ex-assaltante Mateus, que seu sonho de adolescente era fazer carreira na caserna. Seus planos, no entanto, foram para o beleléu em 1960, no dia de sua apresentação ao quartel do Parque Dom Pedro, em São Paulo, próximo da casa em que vivia, no bairro da Mooca, ô meu. Ao passar os recrutas em revista, o Dr. Shibata, responsável pelo "exame médico", teria constatado que aquele rapaz portador de olheiras era também possuidor de pés "planovalgos flexíveis", dispensando-o da incorporação por "insuficiência física permanente para o serviço militar, podendo exercer atividades civis". Naquela ocasião, ao carimbar o verso do documento de alistamento do jovem José, o médico teria ainda o aconselhado a cuidar das frieiras. Ao perceber a proximidade de nossa reportagem e ver que seu segredo chegara aos nossos ouvidos, o tucano deu no pé, marchando com alguma dificuldade.

GILMAR DOS CAPANGAS FAZ NOVELA DE RÁDIO EM CAUSA PRÓPRIA

Dramalhão pode, finalmente, esclarecer o mistério: cadê o áudio, Odete Roitman???
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Cumprindo sua inarredável missão de "tratar temas jurídicos em profundidade" e "evitar que assuntos complexos sejam abordados superficialmente", a pujante Rádio Justiça - emissora pública administrada pelo STF - levará ao ar, a partir desta segunda-feira, o folhetim "Não escuta, que eu grampo", criação do repórter-dramaturgo Guilherme Macedo. O enredo promete fortes emoções. Mulher contrata o detetive Virgulino para investigar suposta traição de marido com uma sirigaita do high society. Ao instalar escutas telefônicas clandestinas na casa da socialite, o sherlock-lampião descobre algo muito mais grave do que uma pulada de cerca. Com direção de Viviane Yanagui, sonoplastia de Marcus Tavares e as vozes de Odete Rocha, William Galvão e Juliana Batista, "Não escuta, que eu grampo" será veiculada em nove horários, de segunda a sexta-feira: às 5h50, 10h50, 13h50, 14h50, 17h50, 20h50, 23h50, 1h50 e 3h50. Sábado e domingo, às 20h, a rádio apresenta o compacto com a história completa. A Rádio Justiça é sintonizada em 104,7 MHz, em Brasília, via satélite ou aqui, pelo website da emissora.

domingo, 26 de abril de 2009

CLOACA DOMINICAL

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Enquanto os golpistas se descabelam atrás de factóides e intrigas, hoje resolvemos dar uma refrescada por aqui
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Na madrugada de sexta-feira para sábado, ao percorrermos o circuito de nossos blogs favoritos, topamos com uma postagem originalíssima de Idelber Avelar, n’ O Biscoito Fino e a Massa. O blogueiro publicou, como já fizera em outra oportunidade, foto de uma das estantes de sua biblioteca. No caso, a imagem mostrava o “departamento” reservado a livros de e sobre o ensaísta alemão Walter Benjamin. No texto, Idelber fazia considerações sobre as obras de sua coleção, abrindo entre os comentaristas uma interessante troca de opiniões.
Este cloaqueiro, pouco familiarizado com o luminar da Escola de Frankfurt, não se atreveu a entrar na conversa, mas pediu ao titular d’O Biscoito permissão para surrupiar a idéia de fotografar as estantes. Com a aquiescência de Avelar, corremos até nossas atulhadas prateleiras para escolher o segmento a ser clicado. Aconteceu que, ao voltarmos nossa atenção para os livros enfileirados e sobrepostos, em meio a boizinhos de Mestre Vitalino, suvenires de viagens e isqueiros sem gás, encontramos velhos companheiros de cabeceira doutras épocas. Espana aqui, sacode ali, recuperamos da poeira os escritos de um grande mestre. Trata-se do livro “A Língua Envergonhada”, do escritor e jornalista maranhense Lago Burnett. Publicado originalmente em 1976, foi “revisto e aumentado” em 1991. Quando relíamos a nota do autor, explicando as alterações que fizera para aquela edição, surpresa! Os últimos parágrafos faziam referência a…quem?, quem??? Walter Benjamin.
Eis as últimas linhas da introdução de Burnett: O próprio Walter Benjamin entendia que se distinguia dos alemães de sua geração – ainda segundo a comentarista – “justamente pelo respeito à única e pequena regra de só utilizar o eu em cartas…”
. Assim sendo, este Cloaca News resolveu brindar seus leitores deste domingo com um finíssimo biscoito, extraído da coletânea de Lago Burnett. A crônica abaixo foi estampada pela primeira vez nas páginas do finado jornal Última Hora, em 6 de novembro de 1973. . UM MODELO DE SIMPLICIDADE Eu não entendia nada de heurística, mas entrei para o grupo porque tinha um amigo numismata, que gostava muito de cibernética, cultivava a filatelia e deleitava-se discutindo informática. Não era, a rigor, um halterofilista, mas não chegava a ser também um beletrista: tinha bíceps convincentes e distúrbios contumazes, mas não prescindia de tíbia e perônio quando se deixava entibiar pelos arroubos peronistas. Era um asceta, altruísta e megalômano, porém sem vísceras atrabiliárias. Uns o viam como bíbliófilo vulgar, apegado a alfarrábios e pergaminhos, sem nenhum erudição, entretanto. Outros o tinham na conta de mentecapto ou misantropo. Eu o via apenas como amigo. No grupo de hipocondríacos que se reuniam no aerópago diuturnamente, na tentativa de escafeder-se da prosaica convivência humana, adejava a trêfega figura taful do meu álacre amigo. No recenseamento ele era sempre classificado na categoria dos caprinos por causa da hirsuta pêra com que escondia uma dermatite perniciosa no mento. Fisicamente, de fato, assemelhava-se a um fauno, a quem o tênis não disfarçava os pés de bode, calosos pelo exercício insólito de palmilhar íngremes bosques no encalço de ninfas, além de nereidas no mar. Não apanhava nada, nem moeda de Cr$ 0,10 pelo chão. Mas a vitaliciedade da pertinácia e uma hepática ojeriza intelectual à castidade tornavam-no um aborígene assaz supino, capaz de prodigalizar, com a narrativa árida mas cálida, gozos eróticos que chegavam ao limiar do orgasmo na imaginação da patuléia crédula do cenáculo, afeita a espasmos oníricos. Comprazia-se em obtemperar o argumento dos escribas prosaicos, ao declamar este singelo soneto*: . Tu és o quelso do pental ganírio, saltando as rimpas do fermim calério carpindo as taipas do furor salírio nos rúbios calos do pijom sidério. És o bartólio do bocal empírio que ruge e passa no festim sitério, em ticoteios do pártamo estírio rompendo as gambas do hortomogenério. Teus lindos olhos que têm barcalantes são cameçúrias que carquejam lantes, nas cavas chusmas de nival oblôneo. São carmentórios de um carcê metálio, nas duas pélias por que pulsa Obálio, em vertimbráceas do pental Perôneo. . Não o compreendiam os vis, os filisteus, déspotas, sobas e anacoretas, assim como os vândalos, crápulas ou capadócios, que exauriam a ciência do mestre a ponto de deixá-lo exangue, em decúbito dorsal, após a catarse metódica em que se autoflagelava. Grande amigo de adágios obtusos, ostentava melenas artesanais, com a displicência de um energúmeno, acolitado por miríades de aedos, que exceliam em orgulhosa subserviência, na pífia astúcia de uma estulta esbórnia, em geral pérfida. Era o corolário de toda uma pletora de plêiades bastardas, a onomatopéia polifônica da mais salutar escatologia, o epicédio de viscoso enigma na contextura universal de Zeus. Na insônia do dadaísmo, entoavam-se salmos para canonizar o ídolo astênico. Que grande vulto era esse herói edêmico, êmulo dos catoplebas, rival de eunucos! Privar de sua intimidade, no relicário de suas remembranças, entre cambiantes ideiais esdrúxulos, dava-me a mim, mísero mortal, a emoção sensorial da glória, que se abiscoita pela convivência. Mas meu amigo era inassimilável e resistia, incólume e impávido, na carcaça inexpugnável de uma ostensiva simplicidade, que tangia as bordas da contracultura restaqüera e malsã. Pascácio, pábulo e pacóvio, o sábio costumava preencher os desvãos da lacuna estomacal com doses homeopáticas de uma dieta neurovegetativa. E, nessas raras oportunidades em que se permitia fazer concessões à fome, acolitado pelos sevandijas, sorvia em haustos lentos a quintessência da mediocridade para em seguida sestear na fossa. P.S. – Desculpem os leitores a tônica deste bestialógico, mas é que não tive tempo de ser simples como o meu modelo, como diria Vieira.
. * Deste soneto, “A uma Santa”, de impressionante harmonia, construído intencionalmente na base de fonemas sem nexo, sabe-se apenas que o autor se chama Luís Lisboa e é maranhense.