quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

BARRACO NO JORNAL NACIONAL PORTUGUÊS (não é piada)

. Em bate-boca antológico, apresentadora golpista e mal-intencionada do mais assistido telejornal lusitano leva um escalda-rabo histórico de entrevistado .
Tanto quanto alguns "âncoras" de nosso amado torrão auriverde, a jornalista Manuela Moura Guedes, da TVI de Portugal, não é flor que se cheire. Certamente, por não conviver com certo tipo de "jornalismo", você talvez estranhe muito o fato de a moça ser adepta de práticas heterodoxas no tratamento das notícias, como manipulação espúria, omissões, mentiras e juízos de valor, sempre a beneficiar determinado grupo político e a assassinar a reputação de outros. Não por acaso, o programa apresentado pela suposta irmã caçula do roqueiro Serguei chama-se... Jornal Nacional. E, coincidência: a TVI é a mais importante emissora de TV em Portugal, hoje em dia. Ocorre que um certo Sr. Pinto - o advogado e jornalista António Marinho Pinto, para sermos "exactos" - soltou os cachorros para cima da donzela. Ao vivo e em cores, o causídico aplicou na apresentadora um sabão dos mais borbulhantes. As cenas a seguir aconteceram há poucos meses. Mas é bom você já ficar sabendo que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) daquele pequeno país ibérico notificou a TVI por considerar que a emissora "desrespeitou as normas ético-legais do jornalismo misturando factos e opinião em várias edições do "Jornal Nacional", alvo de queixas analisadas pelo organismo". O órgão considerou ainda que a TVI deve "demarcar "claramente os factos da opinião", como determina o Estatuto do Jornalista. Faça de conta que foi aqui. E lave sua alma com o Dr. Pinto.
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. Nosso primeiro contato com o vídeo deu-se pelo blog Desabafo Brasil. . PS - A pressão funcionou. Manuela Moura Guedes não dá mais as caras no Jornal Nacional.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

GLOBO CONTRATA ANALFABETO FUNCIONAL DE ZERO HORA PARA CUIDAR DE PORTAL

O maior grupo de comunicação do país - aquele que se orgulha de possuir entre seus próceres um bem-dotado intelectual capaz de escrever um livro científico gracejando sobre as falas improvisadas do Presidente Lula - acaba de fazer uma aquisição de peso. A julgar pelo título grifado na imagem acima, capturada por volta das 16h desta quarta-feira, o portal G1 trouxe para suas fileiras de escribas alguém capaz de suplantar o heroico feito do dia 29 de abril. Graças à projeção internacional conseguida após nossa postagem do último dia 16, o redator do jornalixo gaúcho, pelo visto, foi imediatamente absorvido pela corporação-mãe. Veja aqui e aqui como outras organizações midiáticas trataram do mesmo assunto em suas manchetes.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

RELATÓRIO SEM-VERGONHA DE TUCANO IDEM DIZ QUE NÃO HÁ CORRUPÇÃO NO GOVERNO SEM-VERGONHA DE TUCANA IDEM

Um certo Coffy Rodrigues, deputado tucano que lidera o ranking da sem-vergonhice no PSDB gaúcho, não teve pejo de se apresentar, ontem, diante de câmeras e microfones, lendo o que ele afirmou ser o relatório final da CPI da Corrupção, instalada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para investigar a roubalheira generalizada que campeia no governo de Yeda Crusius. Com a mesma caradura cínica observada durante as sessões da Comissão em que era o relator, nas quais aproveitava o "tempo livre" para cortar as unhas ou jogar boliche no celular, Coffy brindou os circunstantes com uma ode ao escárnio, isentando sua fada-madrinha - e toda a corriola amiga - de responsabilidades em todos os episódios de corrupção deslavada colecionados durante a gestão de Yeda. Estamos falando de desvios na casa das centenas de milhões de reais, sobre os quais os deputados sem-vergonhas aliados do Piratini manifestaram-se fugindo do plenário na hora H.
E estamos falando de escândalos fartamente ilustrados com gravações de áudio e vídeo, fotos, documentos e testemunhos, todos devidamente registrados pelo blog Zero Corrupção, criado para tal fim. A chamada "imprensa local", como sói, tratou logo de botar um rochedo sobre o assunto. Na capa do tabloide Zero Hora - a mais sem-vergonha das gazetas sem-vergonhas brasileiras - a zombaria patrocinada pelos tucanos ganhou este esclarecedor destaque na edição hoje: .

Seu concorrente, Correio do Povo, pelo menos teve a hombridade de dar nome aos bois, a despeito dos miseráveis três parágrafos que destinou à pauta. Se você quiser ler o verdadeiro relatório da CPI da Corrupção, que propõe o indiciamento de 32 sem-vergonhas - incluindo Yeda - clique aqui.

domingo, 20 de dezembro de 2009

CINE CLOACA (SEM CORTES)

. O vídeo que você vai ver abaixo é uma produção do Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social, e foi uma de suas contribuições à 1ª Conferência Nacional de Comunicação - Confecom. Com fino humor e muita ironia, a obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação que observamos em nosso país.
Para contar a história, o diretor Pedro Ekman escolheu "remontar" o antológico e imortal curta-metragem "Ilha das Flores", do gaúcho Jorge Furtado. Para quem não sabe, "Ilha das Flores" foi considerado pelos críticos europeus "um dos 100 mais importantes curtas-metragens do século XX". Este Cloaca News vai mais longe: trata-se de um dos mais importantes filmes da História da Humanidade em todos os tempos, incluindo na lista todas as metragens. Não por acaso, este blog já o exibiu aqui. Caso você ainda não tenha assistido à obra-prima de Furtado - e esteja com uns minutinhos sobrando neste domingão - aceite nossa sugestão e veja-o antes de iniciar a sessão abaixo. .

A dica deste vídeo foi surrupiada do blog Viva Babel.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

MORENA QUE ACOMPANHA SERRA NA DINAMARCA É HERDEIRA DA BAND - E TEM CARGO DE CONFIANÇA NO GOVERNO TUCANO

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As imagens acima foram recortadas do Diário Oficial paulista (aqui e aqui, respectivamente). Daniela Ferraz Saad foi nomeada para um cargo comissionado na Secretaria de Comunicação do governo Zé Chirico. Neste momento, ela e seu "chefe" fazem turismo em Copenhague, na Dinamarca, a pretexto de participar da Conferência do Clima. Daniela é filha de João Carlos Saad, vulgo Johnny, proprietário da Rede Bandalha de Comunicação (clique aqui para conferir). Significa que, pela ordem natural, um dia tudo aquilo será dela. É verdade que Dani até já se arriscou como apresentadora de um programa de notícias rurais, fruto de uma parceria entre os Saad e uma produtora americana - a RFD-TV. Veja:
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Com tanto charme, simpatia e dinheiro, o que levaria uma moça tão distinta e fina a dar expediente, em tempo integral, em uma repartição pública envolvida diretamente no ramo de atividade de sua família? Se você quiser fazer mais perguntas, clique aqui para ir ao NaMaria News e conhecer os demais membros da comitiva demotucana que está se esbaldando na capital dinamarquesa.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ANALFABETOS FUNCIONAIS DE ZERO HORA ATACAM NOVAMENTE

Se é que ainda faltavam motivos para enquadrar o tabloide Zero Hora na categoria dos entes limosos, eis que, em sua edição de hoje, os próprios responsáveis pela gazetinha incumbiram-se de atestar a merecida pecha. Como se vê na imagem acima (clique para ampliar), os redatores, editores e revisores do jornalixo gaúcho faltaram às aulas de Língua Portuguesa bem no dia em que o assunto era a concordância. E, veja só que ironia: a reportagem de encomenda - iniciada pelo disparate gramatical - tem como alvo justamente a categoria do magistério público estadual, em greve desde ontem, 15. Você deve recordar: há menos de um mês, os executivos da Camorra sirotskyana autorizaram a publicação de um anúncio corporativo - nas páginas de ZH, claro - em que a Última Flor do Lácio foi igualmente violentada. Ela não teve chance de defesa. Faltaram-lhe forças na última hora.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

PEQUENO ENSAIO SOBRE AS CAPAS DA FOLHA

. Esta foi a capa da Folha de S.Paulo ontem, 14. .(clique nas imagens para ampliá-las) . ((
. Abaixo, como teria sido, caso o tucano José Serra (que se mandou para a Dinamarca sem ter sido convidado) não tivesse nada a ver com o pato.
. . Ou ainda, se o governador paulista fosse do PT... . .
Capturamos a fotografia desta última versão no blog que nosso leitor Wilson Yoshio mantém no Portal Luis Nassif. Domo arigato, Yoshio!

domingo, 13 de dezembro de 2009

EXCLUSIVO: SERRA LANÇA PROGRAMA SOCIAL

Durante a cerimônia, calçando galochas, o governador Zé Chirico aproveitou para anunciar também seu revolucionário Programa Esportes Pluviais. . Veja aqui um momento da entrevista.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AZENHA E RODRIGO VIANNA SOFREM ATAQUE

Os blogs O Escrevinhador e Vi o Mundo estão fora do ar.
Segundo Rodrigo Vianna, o provedor Hostnet, do Rio de Janeiro, que abriga os dois blogs, está sofrendo um violento ataque de crackers. Não há suspeitos, por enquanto. . ATUALIZAÇÃO (às 22:00h) - Por volta das 20h os blogs tinham voltado ao ar, mas com muita instabilidade. Neste momento, continuam inacessíveis. Uma equipe de técnicos trabalha para solucionar o problema.

ARRUDA: A FASE DO AUTISMO

Por Leandro Fortes, do Brasília, eu vi .

"Eu era repórter da Zero Hora, em Brasília, e presidente do Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto, em setembro de 1992, quando Fernando Collor de Mello foi afastado do cargo por decisão da Câmara dos Deputados e, em seguida, exilou-se na biblioteca da Casa da Dinda, no Setor de Mansões do Lago Norte da capital federal. Setorista no Palácio do Planalto, acompanhei a agonia de Collor desde as primeiras denúncias, centradas na vida e na obra de Paulo César Farias, o PC, até a derrocada do primeiro presidente eleito depois de 21 anos de ditadura militar. De tudo que se passou naqueles tempos, o que mais me interessou foi a fase de Collor na biblioteca da Casa da Dinda. A fase do autismo.

O trauma do afastamento (o impeachment só seria votado, dois meses depois, em novembro) havia tornado a personalidade de Collor ainda mais estranha. Diariamente, ele acordava cedo, se vestia impecavelmente de paletó e gravata, se fazia acompanhar de assessores e seguranças e, então, atravessava a rua para ir à biblioteca. Isso mesmo: o cômodo não ficava na Casa da Dinda, mas numa casa menor, em frente à residência do presidente. Todo santo dia, um Collor soturno, com olhar vidrado e andar robótico, fazia aquela travessia surreal em direção a um poder imaginário. Lá, sentava em frente a uma mesa de reuniões de madeira maciça e colocava em frente a si um daqueles aparelhos elétricos antigos que matavam insetos. Por quase dois meses, quando finalmente renunciou antes de ser cassado, o presidente do Brasil fingia governar o país em meio a consultas solitárias de títulos aleatórios de livros da família ao som de pequenos estalos provocados pela eletrocutação de moscas e muriçocas. Enquanto o mundo se desmoronava a seu redor, Collor vivia, como um autista, num universo próprio e impenetrável. E dele, ao que parece, nunca mais emergiu.

Essas impressões sobre o atual senador Collor me vieram à cabeça depois de ouvir o pronunciamento do governador José Roberto Arruda, no momento em que ele anunciou sua desfiliação do DEM. Arruda virou um espectro humano desagradável, e mesmo para jornalistas experientes não deixa de ser penoso se defrontar com a manifestação física da degradação moral de um político caído em desgraça. Desmoralizado e abandonado pela raia miúda que com ele se locupletou dos maços de dinheiro que fazem a festa no Youtube, Arruda parece ter entrado naquela fase autista de Collor. Ao falar à imprensa, não estava se dirigindo ao mundo real, mas a uma existência virtual projetada em outra dimensão. Arruda decidiu que o importante agora é continuar governando o Distrito Federal e tocar as mais de mil obras em andamento, levantadas em toda parte, com vistas aos 50 anos de Brasília, a serem comemorados em 21 de abril de 2010.

Em primeiro lugar, José Roberto Arruda não governa mais o Distrito Federal. Sua última ação administrativa foi, digamos assim, a ordem dada à Política Militar para atacar, com cavalos, cães e cassetetes, dois mil manifestantes que estavam pacificamente no Eixo Monumental de Brasília. Lá, como ilustração da anarquia que virá, um coronel PM de cabelos brancos partiu como um babuíno enfurecido para cima de um estudante e rasgou-lhe a camisa. Filmado, ordenou aos PMs que jogassem gás de pimenta nos olhos dos cinegrafistas. Arruda, ao que parece, estava na residência oficial, decidindo se contratará a cantora pop Madonna ou a banda irlandesa U2 para abrir os festejos do Cinqüentenário.

Arruda não tem mais nenhum partido em sua base de sustentação e, agora, não faz parte de nenhuma sigla partidária. Em duas semanas, perdeu 12 secretários e seis administradores regionais (das cidades-satélites e do Plano Piloto). Na Câmara Legislativa, metade dos 24 deputados distritais está envolvida no Mensalão do DEM. Arruda, que costumava inaugurar até creche de boneca, não tem mais coragem de colocar o pé para fora de casa.

Vai para o Palácio do Buritinga, sede do governo, em Taguatinga, escondido pelos vidros fumê de carros oficiais, mais ou menos como Collor atravessava a rua para mergulhar no mundo encantado da biblioteca do avô.

Entrou, definitivamente, na fase do autismo. E com ele, o DEM. O Ex-PFL, ao que parece, acredita mesmo que, ao se livrar de Arruda, irá também se livrar da pecha de partido atrasado, reacionário e corrupto".

O GURU DO ANO

Há controvérsias. Um homônimo reivindica o galardão. Leia mais aqui.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA

Mamãe falou que ia dar tudo certo e eu ia realizar meu sonho. Mas aí apareceu um tio bobo que estragou tudo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

CLOACA NEWS NOTIFICA FOLHA

Ao Otávio Frias Filho Diretor de Redação da Folha de S.Paulo Alameda Barão de Limeira, 425 - Campos Elíseos São Paulo, SP Na qualidade de procuradores do blog Cloaca News (http://cloacanews.blogspot.com) servimo-nos da presente para - sem prejuízo de quaisquer outras providências que possam ser levadas a efeito - notificá-lo a respeito do que segue: - sua gazeta, em passado recentíssimo, publicou uma falsa "ficha do Dops" da Ministra Dilma Rousseff; - publicou artigo de um psicopata acusando o Presidente Lula de assassinato; - classificou de "ditabranda" o sanguinário e abjeto regime de exceção vivido no país entre 1964 e 1985; - sua gazeta tem ocultado da população absolutamente todas as falcatruas dos governos demotucanos, notadamente o de José Serra, em São Paulo; - sua execrável gazeta publicou, sem qualquer tipo de averiguação, um indecente e ignominioso artigo acusando o atual Presidente da República de ter praticado estupro. Os casos supracitados são apenas alguns exemplos das imundícies estampadas diariamente pela sua Folha, à guisa de "jornalismo". À face do exposto, estamos notificando-o para que se abstenha de chamar de "Jornalismo" essa porcalhada impressa com a logomarca Folha de S.Paulo. Outrossim, que se abstenha de utilizar o lema "Um jornal a serviço do Brasil" em seu frontispício, visto que, além de conspurcar o conceito de "jornal", sua gazeta tem demonstrado, amiúde, que está "a serviço" de grupos e interesses espúrios e inconfessáveis. Alterum non laedere. Sem mais, Cloaca & Cloaca Associados

domingo, 6 de dezembro de 2009

NA MOITA, TRIBUNAL GAÚCHO TERIA RECEBIDO DINHEIRO DE BILIONÁRIO DO AÇO

Imagine que o cidadão Cláudio Adriano Ribeiro, vulgo Papagaio, chegasse – discretamente – no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, carregando uma enorme mochila abarrotada de dinheiro, e dissesse que queria fazer um mimo à Egregia Casa, para “melhorar a gestão” do Judiciário. Você acha que os colendos desembargadores, em nome da “qualidade” e da “produtividade”, aceitariam o regalo? Pois, a menos que o jornalista Tulio Milman, do tabloide Zero Hora, tenha encontrado alguma reveladora caderneta de anotações em uma lata de lixo do estacionamento do Palácio da Justiça, em Porto Alegre, a nota publicada em sua coluna Informe Especial neste domingo traz uma informação estarrecedora: os ricaços estão “doando” dinheiro – à sorrelfa – para o Tribunal de Justiça estadual. Afinal, o que levaria o biliardário empresário Jorge Gerdau Johannpeter, incensado “guru da gestão corporativa”, a doar “discretamente, como sempre faz”, a módica quantia de R$ 1 milhão ao Judiciário gaúcho? Aparentemente, a singela notícia do colunista refere-se ao programa “Auxiliando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul na Modernização da Gestão”, lançado em dezembro último com o nobilíssimo propósito de “racionalizar procedimentos no Judiciário Estadual e reduzir despesas”. Por que, então, o abnegado gesto do Iron Man guasca não foi “contabilizado” sequer nas notícias publicadas no website daquela Corte? Confira aqui e aqui: não há menção de “doações” por parte de pessoas físicas ou jurídicas. Pelo sim, pelo não, este Cloaca News passará os próximos dias levantando quantos processos envolvendo as empresas de Jorge Gerdau Johannpeter (são muitas) tramitam na Justiça do Estado. Mesmo porque não ficou bem explicada a última frase na notinha de Tulio Milman: “Os resultados são animadores”. Para quem? – é a resposta que buscaremos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

RADAR DO CLOACA

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- Do Twitter do Mello 32% dos brasileiros com ensino superior não são plenamente alfabetizados http://bit.ly/6jK498 - Curioso: é quase o índice de votos do Serra.
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- Acadêmicos amestrados Demolidor artigo do mestre Idelber Avelar, recém publicado na revista Fórum.
Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.
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Leia a íntegra aqui.
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- O CQC e o humor mal-intencionado Oportuna e excelente postagem da jornalista e escritora Elizabeth Lorenzotti, titular do blog Viva Babel. Leia aqui.

"Pornografia também é cultura, diz senador"

A reportagem é do Terra Magazine. .
(Foto: cena do antológico filme "Solar das Taras Proibidas" (1984), dirigido por Roberto Mauro (o mesmo de As Cangaceiras Eróticas e Eu compro essa virgem), estrelado pelo carismático ator Ali Kamel, que anda meio sumido da frente das lentes. Suspeita-se que o astro continue destilando seu talento nos bastidores de uma poderosa indústria "cultural" brasileira.)

FHC: "FOI O SERRA"

Se você tinha alguma dúvida sobre quem são os vendilhões da pátria, a recente entrevista de FHC, concedida ao louvaminheiro Augusto Nunes, da revista Veja, sepulta o assunto.
Caso o vídeo abaixo não baste, confira a íntegra da babação aqui. Antes, porém, clique aqui e relembre quem é mesmo que queria "desmontar" a Petrobras, "osso por osso".
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PRISMAPAR: NEGÓCIOS DO SECRETÁRIO-LOBISTA DE SERRA CONTINUAM EM "BOAS MÃOS"

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No último dia 31 de maio, demonstramos aqui que a empresa PRS Consultores, do atual Secretário da Educação paulista - Paulo Renato Souza - estava "incrustrada" entre os conjuntos de escritórios de uma das empresas do Grupo Santillana, a Avalia Educacional, em um chiquérrimo edifício do bairro paulistano do Itaim-Bibi. Dias depois, os links para todas as páginas da PRS que exibimos em nossa postagem desapareceram misteriosamente da internet. Chegamos mesmo a pensar que aquele modelar empreendimento difusor da "indústria do conhecimento" pudesse ter entrado em uma crise de insolvência ou coisa parecida. Teria o ex-ministro da Educação de FHC e atual deputado federal licenciado abandonado sua vocação e desistido de suas gestões lobistas? A resposta é: não! Para o gáudio de um seleto grupo de "investidores", eis que ressurge, no mesmíssimo endereço da PRS Consultores, e vizinha de porta de um de seus mais graúdos clientes, a nova menina dos olhos dos Souza: a Prismapar.
A clientela é a mesma de sempre. O endereço, idem: Av. São Gabriel, 201, conjunto 1406 , no Edifício Garden Tower Business. A novidade é que o nome do papai não aparece mais. Só o de seu querido e amado filho, Renato Souza Neto - "sócio-fundador da PRS Consultores".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A DIETA DO PANETONE

(Quem levantou a bola foi o Abunda Canalha. Só pusemos a gorduchinha no chão.)

MUTRETA DE TUCANOS PAULISTAS COM MINEIRINHO DE ARRUDA ENVOLVE FINANCIADOR DO SECRETÁRIO-LOBISTA DE SERRA

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No mesmo dia em que a FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação - e a Secretaria de Educação paulista dispensaram de licitação uma compra de mais de R$ 10 milhões feita da InfoEducacional (a empresa do Mineirinho do Arruda), os dois órgãos anunciaram, no Diário Oficial, outra inexigibilidade licitatória para outra empresa, para comprar o mesmíssimo produto. No caso, tratavam-se de licenças do software “Tell me more Pro”, do tucaníssimo Colégio Bandeirantes, de São Paulo. Estas nebulosas transações estão expostas, didaticamente, nesta postagem do blog NaMaria News. Para quem não sabe, o Colégio Bandeirantes, de São Paulo, é cliente da PRS Consultores, o escritório de lobby do deputado federal licenciado e atual Secretário da Educação do governo de José Serra. Pelo menos, era cliente do tucano até o dia em que ele retirou o site de sua empresa do ar, logo após termos revelado suas estreitas relações comerciais com alguns gigantes brasileiros do material didático. A propósito, para se eleger deputado federal, em 2006, Paulo Renato Souza recebeu uma singela doação - legal - em dinheiro do...Colégio Bandeirantes.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

SEM LICITAÇÃO, MINEIRINHO DE ARRUDA RECEBEU MAIS DE R$ 10 MILHÕES DE TUCANOS PAULISTAS

Antes de fazer barba, cabelo e bigode em Brasília, o cidadão Alexandre Tavares de Assis, também conhecido no bas fond como Mineirinho Come-Quieto, já havia lavado a égua nas administrações tucanas de São Paulo.
Diretor-presidente da InfoEducacional, ele e a empresa estão no rol das falcatruas levantadas pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, envolvendo o governo do demo José Roberto Arruda, no Distrito Federal. Os "negócios" da Educação paulista com a ilibada empresa de Mineirinho - todos feitos sob o manto da "inexigibilidade de licitação" - estão relacionados, com exemplar minudência, pelo antenadíssimo e indispensável blog NaMaria News.
Para sentir o aroma das mutretas, basta clicar aqui.

YEDA FAZ ESCOLA: FRAUDE DE R$ 40 MILHÕES NO DETRAN DE SERRA

A nova falcatrua do jeito tucano de desviar está aqui. Aproveite para contar quantas vezes o nome do governador Zé Chirico é citado. Na foto, um descontraído flagrante da assinatura do convênio "Inter-trambiques", celebrado entre as facções.

domingo, 29 de novembro de 2009

NOBLAT CRIOU ÁLIBI PARA LIVRAR A CARA DE ARRUDA

Às voltas com o escândalo da violação do painel de votações do Senado, em 2001, José Roberto Arruda, líder de FHC naquela Casa, precisava provar que não estava "na cena do crime" e, sim, em outro lugar, com outra pessoa. Coube ao tocador-de-jazz Ricardo Noblat, à época diretor de redação do Correio Braziliense, redigir um vergonhoso documento lido por Arruda na tribuna senatorial. Dias depois, a farsa caiu por terra. No didático vídeo abaixo, o barrigueiro-mor das Organizações Globo é citado a partir do terceiro minuto. Recomendamos, no entanto, que você o assista na íntegra.
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IDIOTINHA DA GLOBO ELOGIA CANALHAS DA FOLHA

Folha de S.Paulo, 28 de novembro de 2009
. PAINEL DO LEITOR
. "Em tempos de unanimidades, bajulação, mentiras, censuras veladas e neoperonismos, o corajoso e sensível depoimento de César Benjamin só vem confirmar aquilo de que eu já desconfiava havia muito tempo: que o Brasil está sendo governado por um bando de cafajestes sem escrúpulos. E o que é pior: recebem indenizações pelas suas cafajestadas. Parabéns a César Benjamin e a esta Folha." MARCELO MADUREIRA, "Casseta & Planeta' (Rio de Janeiro, RJ)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ÁLVARO DIAS QUER CPI DO PINTO

Era forte o babado no gabinete do senador paranaense ontem, depois das declarações feitas pelo Ministro da Cultura, Juca Ferreira, repercutidas na tribuna do Senado pelo linguarudo da bancada opportuno-golpista (veja postagem anterior).
Depois de, supostamente, discutir com o colega Arthur Virgílio - o parlamentar mais inútil do Brasil - sobre quem protocolaria o pedido de CPI, Dias teria tido a primazia por considerarem-no com mais pendores para lidar com a coisa. O tucano já teria avisado que pretende ir fundo na apuração da verdade, e que, se for o caso, fará ele próprio a aferição do alinhamento dos órgãos do ministro. "Quando eu pego uma coisa, pego pra valer. Não gosto de moleza" - teria afirmado Dias.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O PINTO, O CORNO E O SENADOR CHULO

O linguarudo Heráclito Fortes (Arena, PI), líder da bancada opportuno-golpista no Senado, não desperdiçou a chance de desfilar diante de seu brejo eleitoral como guardião da virtude e da retidão dos costumes. Apresentando-se ontem à tribuna da nobre Casa com um papel nas patas superiores, citou o jornalista-blogueiro-tocador-de-jazz e Mestre em Proeninências Ventrais Ricardo Delgado Noblat e leu uma nota da agência Reuters, àquela altura já amplamente difundida pela mídia latrinária. Clique aqui para ver o fálus da discórdia (veja o vídeo).
Depois, clique aqui para ver o corno do demo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

UM GOLPE DE US$ 65 MILHÕES E DUAS MORTES NÃO ESCLARECIDAS

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A chamada desta postagem não é de nossa autoria, não. Trata-se do título de uma magistral e estarrecedora reportagem de um pequeno jornal mensal de Porto Alegre, cuja tiragem, atualmente, beira os cinco mil exemplares. Tampouco a matéria é recente. Não. O trabalho foi publicado, originalmente, em maio de 2001. Por causa dele, a propósito, o pequeno jornal está à beira de encerrar sua gloriosa trajetória de 24 anos. O bravo periódico chama-se . Seu editor chama-se Elmar Bones da Costa (que, em tempo passado e bicudo, criou e dirigiu o histórico Coojornal, um dos baluartes na luta contra a ditadura). E a reportagem a que se refere a manchete acima trata do cabeludíssimo "Caso Rigotto", uma das maiores fraudes da história brasileira, envolvendo a CEEE, a estatal gaúcha de energia elétrica. A história ocorreu em 1987, durante o governo do impoluto Pedro Simon, e o processo, ainda hoje em primeira instância, corre em "segredo de Justiça". Em valores atualizados, a roubalheira passou dos R$ 800 milhões, botando no chinelo até mesmo o atualíssimo caso de corrupção no Detran gaúcho, na gestão da tucana Yeda Crusius. A imagem que ilustra esta postagem - esta sim - é fresquíssima. É a capa da edição especial do , que acabou de chegar às bancas de Porto Alegre com um resumo dos casos recentes de corrupção no Rio Grande do Sul e um histórico das CPIs no legislativo gaúcho, entre elas a da CEEE, do "caso Rigotto". Nas palavras do jornalista Luiz Cláudio Cunha, em artigo publicado ontem no Observatório da Imprensa, o "caso" que pode calar o para sempre é o seguinte:
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"A primeira morte era de uma garota de programa, Andréa Viviane Catarina, 24 anos, conhecida nas boates da capital como "Amanda". No fim da tarde de 29 de setembro de 1998, ela despencou, nua, do 14º andar do Solar Meridien, um prédio na rua Duque de Caxias, no centro de Porto Alegre, a duas quadras do palácio que Germano Rigotto ocuparia cinco anos mais tarde. O dono do apartamento de onde caiu Andréa era o irmão do futuro governador, Lindomar Rigotto, que estava em casa na hora do incidente. À polícia ele contou que a garota tinha bebido uísque e ingerido cocaína. Os exames de laboratório não encontraram vestígios de álcool ou droga no sangue da jovem. A autópsia indicou que a vítima apresentava três lesões – duas nas costas, uma no rosto – sem ligação com a queda, indicando que ela estava ferida antes de cair. Três meses depois, Rigotto foi denunciado à Justiça por homicídio culposo e omissão de socorro. No relatório, o delegado Cláudio Barbedo cita o depoimento de uma testemunha descrevendo o réu como "usuário e traficante de cocaína". A segunda morte, 142 dias depois, era a do próprio Lindomar Rigotto. Então dono da boate Ibiza, na praia de Atlântida, a casa mais badalada do litoral gaúcho, ele fechava o balanço do último baile do Carnaval de 1999, que animou sete mil foliões até o amanhecer daquela Quarta-Feira de Cinzas, 17 de fevereiro. Cinco homens armados irromperam ali, no momento em que Rigotto e seu gerente contavam a renda. Os ladrões botaram o dinheiro numa sacola e fugiram, cantando pneu. Rigotto saiu em perseguição no seu Gol branco e levou um tiro acima do olho. Morreu a caminho do hospital, aos 47 anos. A bala fatal acabou arquivando o processo pela morte da garota, mas reavivou o mistério em torno da fraude milionária da CEEE. Afundada em dívidas de quase 1,8 bilhão de dólares, a estatal gaúcha de energia encontrava dificuldades para conseguir os 142 milhões de dólares necessários para as subestações que iriam gerar 500 mil quilowatts para 51 pequenas e médias cidades do Rio Grande. O então governador Pedro Simon, preocupado com a situação pré-falimentar da empresa, tinha ordenado austeridade total. Até que, em março de 1987, criou-se o cargo de "assistente da diretoria financeira" para acomodar Lindomar Rigotto. "Era um pleito político da base do PMDB em Caxias do Sul", confessou na CPI o secretário de Minas e Energia da época, Alcides Saldanha. O líder do governo Simon na Assembléia e chefe da base serrana era o deputado caxiense Germano Rigotto. Treze pessoas ouvidas pela CPI apontaram Lindomar como "o verdadeiro gerente das negociações" com os dois consórcios, agilizando em apenas oito dias a burocracia que se arrastava havia meses. Os contratos nº 1.000 e nº 1.001 foram assinados em dezembro numa solenidade festiva no Palácio Piratini pelo governador e pelo secretário. Logo após a assinatura, pagamentos foram antecipados, contrariando as normas explícitas baixadas por Simon para vigiar de perto as contas da estatal. Eram documentos de alta voltagem financeira de uma estatal quase falida. Tanto que a CEEE teve que recorrer três meses depois a um empréstimo de 50 milhões de dólares do Banco do Brasil, dinheiro captado por sua agência no paraíso fiscal de Nassau, nas ilhas Bahamas. Apesar da importância em dinheiro, o presidente da estatal, Osvaldo Baumgarten, e o secretário de Minas e Energia confessaram candidamente na CPI que não leram a papelada que assinaram. "Eu não tinha condições de ler todos os contratos firmados pela CEEE", defendeu-se Alcides Saldanha, mais tarde ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso. Uma investigação da área técnica da CEEE percebeu que havia problemas na papelada – documentos adulterados, folhas numeradas a lápis, licitação sem laudo técnico provando a necessidade da obra. Em fins de 1989, Rigotto decidiu sair para cuidar da "iniciativa privada", dividindo o controle com o irmão Julius do Ibiza Club, uma rede de quatro casas noturnas no Rio Grande e Santa Catarina. A sindicância interna na CEEE recomendou a revisão dos contratos, mas nada foi feito.
A recomendação chegou ao governo seguinte, o de Alceu Collares (PDT) e à sucessora de Saldanha na secretaria de Minas e Energia, chamada Dilma Rousseff. Ela ficou eletrificada com o que leu: "Eu nunca tinha visto nada igual", diria Dilma, pouco depois de botar o dedo na tomada e pedir uma nova investigação. Ela não falou mais no assunto porque, em nome da santa governabilidade, o PDT de Collares precisava dos votos do PMDB de Rigotto para aprovar seus pleitos na Assembléia. Mesmo assim, antes de deixar a secretaria, em dezembro de 1994, Dilma Rousseff teve o cuidado de encaminhar o resultado da sindicância para a Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE), que passou a rastrear as fagulhas da CEEE com auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público. O tamanho apurado da fraude tinha níveis de tensão diferentes em reais ou dólares, mas dava o mesmo choque: 65 milhões de dólares segundo a CAGE, ou 78,9 milhões de reais de acordo com o Ministério Público. O deputado Vieira da Cunha, hoje líder da bancada do PDT na Câmara Federal, propôs em 1995 a CPI que jogaria mais luzes sobre a fraude na CEEE. Vinte e cinco auditores quebraram sigilos bancários, fiscais e patrimoniais dos envolvidos. Em 13 depoimentos, Lindomar Rigotto foi apontado como a figura central do esquema, acusação reforçada pelo chefe dele na CEEE, o diretor-financeiro Silvino Marcon. A CPI constatou que os vencedores, gerenciados por Rigotto, apresentaram propostas "em combinação e, talvez, até ao mesmo tempo e pelas mesmas pessoas". Os dois consórcios apresentaram propostas para dois subconjuntos, B1 e B2.
O JÁ de Elmar Bones lembrou:
"Apurados os vencedores, constatou-se que o consórcio Sulino venceu todas as subestações do grupo B2 e nenhuma do B1. Em compensação, o Conesul venceu todas as obras do B1 e nenhum do B2. A diferença entre as propostas dos dois consórcios é de apenas 1,4%".
A CPI foi ainda mais chocante:
"É forçoso concluir pela existência de conluio entre as empresas interessadas que, se organizando através de consórcios, acertaram a divisão das obras entre si, fraudando dessa forma a licitação".
A quebra de sigilo bancário de Rigotto revelou em sua conta um crédito de 1,170 milhão de reais, de fonte não esclarecida. O diretor Silvino Marcon justificou à CPI os 156 mil reais encontrados em sua conta particular como sendo "sobras da campanha de 1986". O relatório final da CPI caiu nas mãos de outro caxiense, que não poupou ninguém, apesar do parentesco. O petista Pepe Vargas, que foi prefeito de Caxias e hoje é deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, é primo de Lindomar e Germano Vargas Rigotto. "De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto", escreveu o primo Pepe no relatório final. Pela primeira vez, entre as 139 CPIs criadas no estado do Rio Grande do Sul desde 1947, eram apontados os corruptos e os corruptores. Além de Lindomar Rigotto e outras 12 pessoas, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou o indiciamento pela CPI de 11 empresas, sem poupar nomes poderosos como os da Alstom, Camargo Corrêa, Brown Boveri, Coemsa, Sultepa e Lorenzetti. As 260 caixas de papelão da CPI foram remetidas no final de 1996 ao Ministério Público, transformando-se no processo n° 011960058232 da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública em Porto Alegre. Os autos somam 30 volumes e 80 anexos e envolvem 41 réus – 12 empresas e 29 pessoas físicas. E tudo isso corre em segredo de Justiça.
Essa história incrível, contada sem peias pelo jornal nanico de Elmar Bones, parece também um segredo de imprensa. Nenhum dos grandes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul recontou o caso, o mais vultoso entre os 200 processos abertos pelo Ministério Público nos últimos 15 anos. Menos atenção ainda provocaram as duras reações judiciais da família Rigotto, que podem matar o único jornal que se atreveu a jogar luz sobre a milionária treva financeira que se abateu sobre a CEEE. O ex-governador Germano Rigotto costuma apregoar aos amigos suas boas relações com os dois maiores grupos de mídia do Rio Grande – a Caldas Júnior (jornal Correio do Povo, rádio Guaíba e Rede Record) e a RBS (jornal Zero Hora, rádio Gaúcha e rede RBS, retransmissora da Globo). Isso não impediu, porém, que a brava Julieta Vargas Rigotto processasse a TV-COM, o canal comunitário da RBS, por ter classificado a morte do filho Lindomar na praia como "queima de arquivo". Ela ganhou na Justiça, em 2003, o direito de receber 150 salários mínimos, com juros, pela ofensa que remetia o fim violento do filho à morte da garota e aos curtos-circuitos contábeis da CEEE. Quando perguntado diretamente sobre o absurdo dessa situação, o ex-governador Germano Rigotto refugia-se na saia materna: "Não tenho nada a ver com isso. É coisa da minha mãe", manda dizer o irmão do réu central da maior fraude da história gaúcha, escapulindo da responsabilidade de um caso de marcantes implicações políticas, não filiais.
Diante da primeira ação de dona Julieta na Justiça, o promotor Ubaldo Alexandre Licks Flores rebateu o pedido de processo, em novembro de 2002:
"[não houve] qualquer intenção de ofensa à honra do falecido Lindomar Rigotto. Por outro lado é indiscutível que os três temas [a CEEE e as duas mortes] estavam e ainda estão impregnados de interesse público".
Duas semanas depois, a juíza Isabel de Borba Luca, da 9ª Vara Criminal de Porto Alegre, deu a sentença que absolvia Bones:
"(...) analisando os três tópicos da reportagem conclui-se pela inexistência de dolo (...) em nenhum momento tem por intenção ofender (...) não se afastou da linha narrativa (...) teve por finalidade o interesse público".
Em agosto do ano seguinte, por unanimidade dos sete votos, os desembargadores do Tribunal de Justiça negaram o recurso da bravíssima dona Julieta. E o caso foi encerrado na área criminal. Andou e prosperou, porém, na área cível. Em dezembro de 2003, o relatório do desembargador Luiz Ary Vessini de Lima transbordava emoção:
"Não há como afastar a responsabilidade da ré pelas matérias veiculadas, que atingiram negativamente a memória do falecido, o que certamente causou tristeza, angústia e sofrimento à mãe do mesmo (...)".
E assim acabou condenado o JÁ e seu editor, que recorda ao Observatório da Imprensa a falta de simetria do processo atual e da cadeia que levou pela publicação de documentos da repressão antiguerrilha.
Fala Elmar Bones:
"A sentença que nos condenou, agora, é uma piada. O processo de 1980 era um absurdo só explicável num regime ditatorial. Os ditos `documentos sigilosos´ eram relatórios de campo sobre ações do Exército no combate à guerrilha, narrando fatos ocorridos já havia mais de dez anos e que só tinham importância porque, na época em que se deram, a censura não permitiu que fossem noticiados. Essa ação de agora é mais absurdo ainda porque estamos em pleno regime democrático e a Justiça não conseguiu apontar nenhum erro ou inverdade na reportagem sobre o assassinato de Lindomar Rigotto. Nosso objetivo com ela era mostrar que Lindomar, assassinado em circunstâncias duvidosas, era o principal implicado em dois outros crimes não esclarecidos – a morte de uma prostituta e o desfalque na CEEE, o maior já ocorrido no Sul e que está encoberto pelo segredo de Justiça. Há 14 anos foram apontados os corruptores e os corruptos e até agora ninguém foi punido. Só o JÁ está pagando o pato."
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Mais adiante, prossegue Cunha:
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"Elmar Bones revela seu desalento no título do editorial ("Voltaremos. Ou não?") da edição extra do JÁ que desembarca esta semana nas bancas com a foto de um mascarado de terno e gravata e uma manchete acabrunhante na primeira página: "O RIO GRANDE CORRUPTO. Escândalos sucessivos abalam o mito do `Estado mais politizado do Brasil´". Bones adverte no editorial de tom sombrio:
"Pela primeira vez em quase 25 anos, não podemos garantir aos leitores que o jornal JÁ voltará a circular. (...) Um pequeno jornal condenado por `dano moral´ numa ação movida pela família de um político influente, ex-governador do Estado, num mercado em que as maiores agências de publicidade têm contas do governo. (...) Quanto perdemos no mercado publicitário? (...) Voltaremos! Ou não?"
Ninguém sabe ainda responder. Se o JÁ não voltar, não será mais um jornal a morrer, diante do silêncio inexplicável de alguns, da omissão de muitos, da complacência de todos nós. A morte iminente de um jornal como o JÁ – somado ao desalento de um jornalista como Elmar Bones – é um fundo golpe nas convicções de todos que acreditam nos fundamentos da democracia, da justiça, da verdade e de uma imprensa livre. A limpa folha corrida do jornal de Porto Alegre e a digna biografia de resistência de seu editor não merecem ser comparados com o prontuário de alguns dos homens públicos que hoje nos representam, julgam e governam. Em qualquer país sério do mundo, o clamor da sociedade se levantaria já, agora, imediatamente, em defesa de um pequeno jornal, punido apenas por ser correto, preciso, exemplar e corajoso. A inacreditável saga de resistência de Elmar Bones, que precisa fazer agora na democracia o que antes fazia na ditadura, mostra que perdemos algo intangível, irremediável neste rito de passagem. Perdemos a vergonha na cara. Precisamos decidir se morreremos juntos com o JÁ. Ou se voltaremos com ele. Agora. Já".
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Para ler na íntegra o artigo de Luiz Cláudio Cunha no Observatório da Imprensa, clique aqui. Para visitar o , de Elmar Bones, clique aqui .

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TUCANOS FAZEM PASSEATA A FAVOR DO CÂNCER DE PELE

Um grupo de pouco mais de 100 pessoas ligadas ao Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros e Institutos de Beleza e Similares do Rio Grande do Sul - SINCA-RS - conquistou generosos espaços editoriais, com direito a foto, nas páginas nobres dos principais veículos de nossa imprensa corporativa.
Reunidos ontem na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, os manifestantes bradavam furiosas palavras de ordem e portavam curiosos cartazes protestando contra a proibição das câmaras de bronzeamento artificial pela ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Como se sabe, o órgão tomou a decisão baseado em um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertou para a elevação do risco da doença. De acordo com a pesquisa científica, a prática do bronzeamento artificial aumenta em 75% o risco do desenvolvimento de melanoma em pessoas que se submetem ao procedimento até os 35 anos de idade. Nas capas dos principais portais noticiosos brasileiros, a foto que ilustra as reportagens mostra uma jovem senhora portando um singelo cartazete com a nova grafia tucana para nosso país, lançada oficialmente, em setembro último, durante um seminário sobre educação promovido pelo PSDB, em Natal, RN, com as ilustres presenças do branquelo Zé Chirico e do bronzeado Narizinho.

domingo, 22 de novembro de 2009

YEDA CONDECORA COLUNISTA DE JORNALIXO

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O cidadão Francisco Paulo Sant'Ana, vulgo Paulo Sant'Ana, colunista do tabloide Zero Hora e comentarista da RBS TV (afiliada da Globo), acaba de ingressar no panteão da glória. Graças a um decreto publicado sexta-feira no Diário Oficial do RS, assinado pela ex-governadora em exercício Yeda Crusius, o funcionário da famiglia Sirotsky cravou em seu peito varonil a expressiva "Medalha de Serviços Distintos da Brigada Militar". O édito governamental, no entanto, não informou a que "serviços distintos" refere-se o galardão. Em passado recente, Sant'Ana tornou público um tipo de "serviço" - distintíssimo - que costuma prestar: o de confidente epistolar da mandatária - trabalho que, aparentemente, nada tem a ver com as atividades da valorosa corporação policial-militar gaúcha. Na mesma leva de personalidades civis agraciadas pela tucana encontramos ninguém menos que Ricardo Luís Lied, chefe-de-gabinete de Yeda. Pessoa da maior seriedade, como podemos constatar aqui, Lied foi denunciado, recentemente, por violação do sigilo funcional e tráfico de influência, dentro do Palácio Piratini. Suspeita-se que a insígnia honorífica conquistada por Lied deva-se aos "serviços distintos" que prestou ao Denarc, na calada de certa noite do último julho. .
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A sessão Zé das Medalhas de Yeda Crusius, porém, foi mais adiante. No mesmo dia, no mesmo Diário Oficial, a tucana concedeu outra honraria do gênero a mais alguns heróis da pátria, desta vez por "Serviços Relevantes à Ordem Pública". Um dos contemplados por este apanágio foi a múmia de estimação do tabloide Zero Hora, o pensionista Paulo Brossard. Ex-senador e ministro aposentado do STF, o taura tem ocupado seu tempo escrevendo libelos sem pé nem cabeça, com o único propósito de esculhambar o Governo Lula. Outro que entrou para o rol dos magnânimos medalhados foi um certo Carlos Rivaci Sperotto. Presidente da Farsul, entidade dos fazendeiros do Rio Grande do Sul, e notório defensor dos transgênicos e da Monsanto, em anos recentes ele respondeu processo por homicídio, por causa do assassinato a tiros de seu vizinho, também proprietário de terras, em um litígio de cerca. Sperotto está mal na foto também no TCU, por desviar alguns milhões de reais do SENAR - Serviço de Aprendizagem Rural - entidade ligada à Farsul, destinada à formação de mão-de-obra no meio rural.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

RBS - CORPORAÇÃO DO LIXO PUBLICA ANÚNCIO ANALFABETO

O anúncio de página inteira, em quatro cores, publicado pelo Grupo RBS na edição de hoje de seu jornalixo Zero Hora deveria dar cadeia a quem o aprovou. Além do descarado cinismo do reclame, já denunciado pelo implacável Diário Gauche, a peça publicitária da corporação sirotskyana legitima um verdadeiro estupro à regência verbal. Já não bastasse o vergonhoso padrão "aterro sanitário" de seu jornalismo vendido, comprovável diariamente em variadas formas de emissão, a Rede Brasil Sul de Comunicação ocupa preciosa área de seu tabloide xexelento para perpetrar um obsceno ato de violência preposicional, conforme o fac-símile acima. Estamos diante de um seriíssimo problema de relacionamento sintático para o qual, suspeitamos, não exista tratamento eficaz. Esta, pelo menos, é a tese em que este Cloaca News sempre acreditou.

SERRA JÁ FUMOU NO CACHIMBO DO CACIQUE

Se você, assim como nossa respeitabilíssima imprensa corporativa, embarcou na patacoada de que a oposição demotucana foi apenas "irônica" ao convidar a Fundação Cacique Cobra Coral para depor no Senado sobre o blecaute, é bom ir tirando seu cavalinho da chuva. A menos que o Diário Oficial da Cidade de São Paulo tenha incorporado um exu, a edição do dia 18 de agosto de 2005 (veja no fim da coluna à direita) registra o inacreditável convênio firmado entre a prefeitura paulistana e a instituição de vidência e seguros de automóveis.
Naquela ocasião, o Chefe do Executivo da maior cidade brasileira era ninguém menos que Zé Chirico, o atual governador do Estado. Pelo "acordo", uma nebulosa "Agência de Meteorologia Tunikito Meteorology Atmosphere and Ocean Ltda", pela parte da FCCC, deveria fornecer ao governo tucano "informações prévias em casos de calamidade, tais como secas, geadas, vendaval, tornado, granizo ou qualquer outra adversidade climática". Mantida por uma curiosa e eclética "corporation", a Fundação Cacique Cobra Coral ficou famosa no mundo todo depois que o escritor Paulo Coelho foi seu vice-presidente, entre 2004 e 2006. Hoje, dezessete países, em três continentes, receberiam ajuda "do cacique". No Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e de Santa Catarina, além das prefeituras do Rio e de São Paulo, ainda contariam com sua força e expertise para lidar com raios, trovões e tempestades. A bambambã do negócio é a médium e corretora de imóveis Adelaide Scritori, que costuma receber a alma penada de um velho moribixaba americano e, com isso, alega ser capaz de manobrar fenômenos naturais e alterar o clima do planeta (José Serra, pelo menos, bota a maior fé na cabocla). Dona Adelaide dificilmente é vista em público e jamais concedeu entrevistas. Veja abaixo uma das raras fotografias em que seu rosto aparece.
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A IMAGEM DO TOPO DA POSTAGEM FOI CAPTURADA NO WEBSITE DO CACIQUE.