sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
GLOBO PASSARÁ A FAZER TESTE DO BAFÔMETRO EM SEUS COMENTARISTAS
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Primeiro, molhe a goela aqui.
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Agora, complete o tanque.
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BORIS C. E AS PULSÕES REPRIMIDAS: UM CAÇADOR DE COMUNISTAS À LUZ DA PSICANÁLISE
Este é um caso real, relatado com maestria pelo Dr. Julius Sodemberg.
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Boris C.: os Garis como Bodes Expiatórios das Pulsões Reprimidas
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O caso de Boris C. tem como chave de compreensão o preconceito e a agressividade. Pesquisando a vida desse personagem observa-se que esses dois comportamentos já se manifestavam em sua juventude, seguramente como reflexos de processos anteriores que construíram uma mente fragilizada e sujeita à sublimação constante de seus desejos. Veja-se a reportagem de 1968 revela sua filiação a organizações criminosas na juventude (1), em um tipo de gangsterismo pseudo-politizado e com forte componente de tentativa de afirmação da masculinidade. Para mim, está evidente que o recurso à violência é uma forma de construir uma imagem que oculte os verdadeiros desejos mantidos prisioneiros pelo superego.
Para entender melhor, é preciso pensar nas raízes do preconceito e da agressividade. Vamos entender como cada um desses se manifesta no caso em questão.
O preconceito e a resposta à frustração
A psicanálise não tem uma explicação única para o preconceito. É preciso saber que tipo de preconceito é apresentado pela pessoa analisada, para daí identificar os processos que levaram à construção do preconceito.
O preconceito pode surgir como imitação do comportamento de familiares, especialmente na tentativa de imitar a figura paterna para aproximar-se da mãe. Também pode surgir como resultado de processos mais complexos, normalmente baseados em alguma experiência de frustração ou sofrimento extremo. No caso em estudo, não foi possível obter informações sobre a forma como seus pais e outros familiares se referiam aos garis (ou “lixeiros” como se dizia antigamente e ainda se usa hoje de maneira preconceituosa e depreciativa). Pode ser que o menino Boris, em sua infância nos anos 1940-1950, ouvisse referências negativas aos profissionais da limpeza pública. Mas isso, aconteceu com milhões de outras pessoas, e sozinho não é um fato que justifique o tipo de comentário que gerou a recente execração pública do indivíduo aqui estudado. Assim, é recomendável procurar outros processos que, pelo menos, complementem a explicação.
O preconceito pode se originar do medo. É comum, por exemplo, que o preconceito contra imigrantes acirre-se em momentos de crise econômica, quando as pessoas têm medo de perder seus empregos. Medos atávicos são retomados, muitas vezes recorrendo a estereótipos que correspondem a figuras arquetípicas. Talvez o medo de Boris C. surja ao compreender que sua decadência como jornalista é inexorável, e que simboliza, de certa forma, a decadência de um tipo de jornalismo e de sociedade e dominação a que ele tem servido por décadas. Em reação, Boris C. mira aqueles que para ele representam melhor seu grande e odiado inimigo, o presidente Lula: os trabalhadores manuais menos qualificados.
Em um belo texto que se refere coincidentemente ao preconceito contra os ancestrais de Boris C., os judeus, Mauricio Waldman mostra como o preconceito está ligado às pulsões e aos sentimentos reprimidos (2):
Neste âmago, convivem todos os sentimentos reprimidos, formando uma reserva pulsante do irracional (…) tais pulsões se atiram decididamente na tarefa de conspurcar, violentar e profanar, macular o belo, o gentil, o virtuoso, o piedoso e o maravilhoso. Em especial, elas encontram o seu alvo nas formas que foram eliminadas do espaço, desqualificadas pelo tempo, atiradas para fora da História e da Geografia.
Se formos olhar para os “lixeiros” de Boris C., eles são exatamente aqueles que estão fora da História, ignorados pela cidade enquanto trabalhadores invisibilizados pelo preconceito; e também expulsos da Geografia, moradores das áreas periféricas, dos cortiços e das favelas, expulsos da cidade da elite Esse medo não pode ser buscado apenas em sentimentos objetivos. Não sem motivo, Waldman nos fala sobre a reserva pulsante do irracional. E o que está instalado nesse irracional? Que pulsões serão essas? A psicanálise nos ensina que “existem essencialmente duas classes diferentes de pulsões: as pulsões sexuais, percebidos no mais amplo sentido – (Eros) e pulsões agressivas, cuja finalidade é a destruição” (3). A Pulsão de Morte, central entre as pulsões agressivas, muitas vezes tem sua gênese ligada às pulsões sexuais. Assim, devemos buscar as origens das pulsões na repressão sexual.
Lendo-se atentamente a reportagem sobre ele e seus amigos de juventude, acima citada, é fácil identificar, apesar da reserva com a qual o repórter trata o tema, que se trata de um ambiente de extrema repressão de pulsões sexuais. O que é a choperia onde se reuniam, senão o espaço de sublimação das pulsões recalcadas por meio da construção de uma camaradagem de rapazes que tentam provar sua masculinidade uns aos outros? E a presença da violência como código e valor básico de conduta do grupo de criminosos com o qual Boris C. convivia, segundo o repórter? Novamente, é preciso recorrer às pulsões reprimidas para entender como aqueles rapazes associam-se, na verdade, não para caçar comunistas, mas para caçar os fantasmas das fantasias sexuais que recalcavam dentro de si.
A agressividade como expressão da negação do eu
E, assim, identificando a violência como peça central no mecanismo de recalque de fantasias associadas a pulsões de ordem sexual, chegamos à agressividade.
Freud aborda a agressividade já ao tratar das experiências analíticas de Dora (1905) e de Hans (1909). A partir do estudo desses casos, Freud associou agressividade ao sintoma, responsabilizando-a pela sua produção e reprodução (3). A agressividade muitas vezes é manifestação e válvula de escape do medo, da frustração ou do recalque.
Ao assumir a agressividade como modus operandi da sublimação, o indivíduo muitas vezes toma o caminho da construção do fetiche. Busca, assim, associar a prática da violência com objetos que, de alguma maneira, ofereçam-lhe a segurança que seu eu fragilizado não é capaz de oferecer a si próprio. Não é sem motivo, portanto, que a reportagem de sua juventude menciona que Boris C. gostava de andar armado. Se hoje não tem mais esse hábito, muniu-se de outra arma, o microfone, um outro objeto fálico que evoca o mesmo poder masculino que uma pistola.
Ao desviar a garantia de sua segurança emocional para um objeto que evoque esse poder, o indivíduo normalmente projeta para o exterior um eu que não sente como o seu, mas que vê-se obrigado a projetar. Ao agarrar-se à agressividade baseada em um instrumento e postura arquetipicamente masculinizante, pode fantasiar que é capaz de esconder dos outros o Eu doloroso e frágil com o qual convive, mas não consegue aceitar.
Nem sempre é possível, no entanto, manter isso. Não é sem motivo que seus colegas do tempo de militância na organização criminosa CCC – Comando de Caça aos Comunistas diziam que ele era “mole” com os comunistas. Esse tipo de desvio comportamental tem essa característica: por trás dessa agressividade normalmente esconde-se um grande covarde, que apenas consegue atacar os fracos, mas costuma abaixar-se para os mais fortes e poderosos.
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Referências
(1) CCC ou o Comando do Terror. Reportagem de Pedro Medeiros. Revista O Cruzeiro, 9 de novembro de 1968.
(2) WALDMAN, M. Arquétipos, Fantasmas e Espelhos. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 23, pp. 44 – 64, 2008.
(3) PAULON, W. Agressividade e psicanálise (2009). Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/26980/1/agressividade-e-psicanlise/pagina1.html
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Para ler o relato de outros casos, tão extraordinários quanto esse, visite o consultório do Dr. Julius agora mesmo.
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
COMPLETE SEU ÁLBUM - NOVAS FIGURINHAS DO COMANDO DO TERROR
Cassio Scatena, “conhecido por Blanco”. Segundo a reportagem de O Cruzeiro, foi um dos “quatro alunos ou ex -alunos de Direito do Largo São Francisco que tomaram parte no massacre aos artistas de Roda Viva”.
Há registros de que, no dia 11 de outubro de 1978, um certo “industrial” e advogado Cássio Scatena, ex-CCC , assassinou o operário Nélson Pereira de Jesus, na porta da Metalúrgica Alfa, em São Paulo, por reclamação salarial.
Pode ser encontrado na FIUTCAB - Confederação Nacional de Integração e União das Tradições da Cultura e Culto Afro Brasileiro (sic), entidade da qual é diretor jurídico, e onde é tratado como “Olòóssoiyn Dr Cassio Scatena”.
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Lionel Zaclis reside na rua Zèquinha de Abreu. É violento também, mas seus colegas o têm como covarde, porque atua apenas em grupo e se recusa a qualquer missão para executá-la sòzinho. Estêve no ataque à USP.
Advogado, é também articulista colaborador da Folha de S.Paulo. Recentemente, ganhou generosos espaços na mídia bandida defendendo a tese de que “à luz da Constituição, não houve golpe em Honduras”.
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Sílvio Salvo Venosa mora na Rua Cristiano Viana. Não esquece a arma em casa e gosta de atirar até por motivos gratuitos no meio da rua. Pratica tiro ao alvo em anúncios luminosos. Todos são unânimes numa coisa: Sílvio é muito inteligente. Estêve no ataque ao espetáculo de Chico Buarque de Holanda.
Integrante da Academia Paulista de Magistrados, aposentou-se como membro do Primeiro Tribunal de Alçada Civil, em São Paulo. Autor de vários livros sobre Direito Civil.
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Henri Penchas estuda engenharia e destacou-se por sua agressividade no ataque à Roda Viva. Na operação contra a USP sua atuação não foi das mais apagadas.
Atualmente, é membro do Conselho de Administração do Banco Itaú.
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Paulo Roberto Chaves de Lara reside na Rua Peixoto Gomede, num apartamento. É violento, julga-se também com veia poética e gosta de aparecer como orador. Estêve no ataque à Roda Viva.
Advogado (OAB-SP 52348), recentemente, integrou a Chapa Fala Pinheiros, do Movimento Conselho Independente, no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010
EXTRA!!! SURGE NOVA VERSÃO DA REPORTAGEM DA REVISTA "O CRUZEIRO"
(clique na imagem para ampliá-la)
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Se você ainda não leu a reportagem original de O Cruzeiro, publicada em 9 de novembro de 1968, clique aqui.
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ATUALIZAÇÃO (16:35h)
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A ordem das fotos acima é aleatória. A seguir, atendendo a muitos pedidos, procedemos à identificação dos elementos.
Sempre da esquerda para a direita:
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Primeira fila - Otávio Frias Filho, Mônica Waldvogel, Ricardo Boechat, Reinaldo Azevedo, Nélson Sirotsky, Arnaldo Jabor, Fernando Mitre
Segunda fila - Diogo Mainardi, Eliane Cantanhêde, Alexandre Garcia, William Waack, William Bonner, Lucia Hippolito, Josias de Souza
Terceira fila - Augusto Nunes, José Nêumane Pinto, Joelmir Betting, Merval Pereira, Clóvis Rossi, Miriam Leitão, Carlos Alberto SarDEMderg
Quarta fila - Boris Casoy, Renato Machado, Roberto Civita, Ricardo Noblat, Ali Kamel (o ator)
domingo, 10 de janeiro de 2010
RBS ASSUME - JURIDICAMENTE - QUE NÃO É CONFIÁVEL
O Grupo RBS, o mais poderoso império mafiomidiático do sul do país - e um dos maiores do Brasil - está confessando, para quem quiser ver, que não é digno de crédito. Não que tivéssemos alguma dúvida a esse respeito, afinal, um conglomerado jornalístico que faz matérias em troca de dinheiro e publica reportagens baseadas em caderninhos achados em latões de lixo nunca nos enganou.
Agora, pelo menos, qualquer um pode saber com quem está lidando. Basta você se cadastrar no portal ClicRBS, que congrega todos os veículos do grupo, para topar com esta inacreditável - mas sincera - advertência legal.
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SUPOSTO ATIRADOR DE ELITE DE SUPOSTO ESQUADRÃO TERRORISTA VIROU ARTICULISTA DO ESTADÃO
.Feroz caçador de comunistas na juventude - segundo a finada revista O Cruzeiro, o advogado Roberto Ulhoa Cintra - quem diria!- veio a se tornar colaborador de escol do jornal O Estado de S.Paulo. Até mesmo o portal do Observatório da Imprensa costuma "repercutir" seus doutos artigos.
O causídico, que atualmente mora em um requintado bairro de Cotia, na Grande São Paulo, é filiado ao Partido Verde e foi, também, vereador naquele município (1989-1992), além de candidato a vice-prefeito. Não foi possível apurar se o jornalão paulista considerou o fato de ele "nunca haver errado um tiro" importante para escalá-lo na editoria de Opinião.
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(clique nas imagens para ampliá-las)
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No próximo capítulo:
O advogado - amigo do rei - que quis esfolar o jornalista
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