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Candidato do atraso à presidência da República, Zé Chirico demonstra, a cada compromisso que assume como “programa de governo", ter perdido completamente o senso de ridículo – se é que algum dia o teve. Sem rumo, sem projeto, sem ideias próprias e, sobretudo, sem-vergonha, o tucano não sabe mais o que inventar para abastecer a Imprensa Golpista e Pestilenta de manchetes ribombantes. Onde quer que chegue com seu séquito de xeleléus, Serra vai logo dizendo que faz-e-acontece, que é o bambambã da parada, o rei das cocadas, que não tem para ninguém. E, sem qualquer pejo, passa a desenfiar as mais estapafúrdias promessas, imediatamente guindadas às primeiras páginas dos jornalões e dos tabloides de todo o país. “Eu vou fazer a ponte do Guaíba”, estampou, outro dia, a gazetinha do Grupo RBS, como se não houvesse ponte alguma unindo as margens opostas do encantador estuário gaúcho. A verdade é que Serra dirá sempre qualquer coisa sobre qualquer coisa, visto que caberá aos conglomerados mafiomidiáticos que o sustentam dourar suas falas e fazê-las parecer exequíveis ou verossímeis.
No último sábado, 24, José Serra andou batendo perna no interior do Paraná. Na cidade de Paranavaí, discursando para uma multidão de, aproximadamente, 90 pessoas, o tucano levou seu desvario ao paroxismo, prometendo “entupir o Brasil de cursos técnicos”. De acordo com a versão edulcorada do comício, publicada n’O Estado de S. Paulo, o candidato afirmou que “se for eleito irá criar o Programa do Ensino Técnico (Protec), com 1 milhão de vagas em quatro anos”. Ainda conforme a notícia, “o Protec seguiria o modelo do Programa Universidade Para Todos (Prouni), em que as universidades particulares oferecem bolsas de estudos subsidiadas pelo governo federal para os estudantes sem recursos”. Não é bonito isso? Serra vai dar bolsas de estudos para os alunos das escolas técnicas brasileiras, praticamente todas estatais, públicas e gratuitas. Talvez seja a senha de que ele pretende, antes, privatizar os CEFETs. Ou, provavelmente, seja mais um de seus desvarios da boca para fora – dos quais os brasileiros sérios já estão entupidos de ouvir.