quarta-feira, 15 de abril de 2009

O JORNALISMO-BOQUETE DO CARCAMANO

Não contente com a missão que lhe foi confiada - de avacalhar o Governo Lula -, o biógrafo oficial da ditadura e ex-assistente do lendário fofoqueiro Ibrahim Sued deu agora para outras práticas despundonorosas. Os jornalões que o acoitam estão aí, para quem quiser ver.

11 comentários:

Adriano Matos disse...

Nossa! Num momento desse do campeonato, colocar Gilmar Mendes na posição de defensor de direitos é pura avacalhação.

Stella disse...

Não há limite para a cara-de-pau dessa gentalha travestida de jornalista.

Anônimo disse...

Essa ai foi de "fuder tabaca de chola"!!!
O impoluto em questao é o ministro Gilmar Mendes mesmo???

Beto_Rio disse...

Ôpa !!!! É melhor que se leia a matéria toda e não apenas o trecho selecionado pelo Sr. Cloaca, para ver que o que o Gaspari alega em sua argumentação, não é tão absurdo assim. Quanto ao fato dele apresentar o Gilmar "Habeas Corpus" Mendes como paladino da moralização na PF, acho que deveria ser encarado como um exercíco de pura ironia, pois verdade seja dita, o Gaspari já espinafrou o Presidente do Supremo várias vezes, e com muito bom estilo. Segue a a matéria completa, onde aparece ate o Vavá, irmão do Lula :



"A PF insiste no autoesculacho

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O exibicionismo da turma da "Castelo de Areia" acabará beneficiando os malfeitores
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DEVE-SE AO ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, o empenho pelo restabelecimento da ordem pública na esfera da Polícia Federal. Infelizmente, ainda falta muito para que se veja luz no fim do túnel. O ministro participava de uma cerimônia comemorativa de intenções enquanto circulava por Brasília a última peraltice dos agentes que conduziram a Operação Castelo de Areia. A ela:
Os federais revelaram ter apreendido nos arquivos da Camargo Corrêa um documento no qual o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pede um emprego para uma engenheira. Trata-se do ofício 139/2009, assinado por Raupp. Uma polícia incapaz de perceber que um documento desse tipo é exemplo de transparência e lisura não deveria investigar senadores nem empresas. É legítimo e até desejável que um parlamentar recomende a uma empresa os serviços de uma pessoa por meio de documento oficial, numerado, datado e assinado. Se o indicado for eficiente, a empresa deverá um favor a quem o recomendou. (Raupp foi um paladino da luta pela formação da bancada que permitiu a reeleição de FFHH e é também um baluarte do sigilo das contas dos senadores, mas essa é outra história.)
A Polícia Federal sabe que não deve vazar informações de inquéritos, muito menos documentos que não querem dizer nada. Admita-se que uma compulsão exibicionista estimule até mesmo fotografias de objetos de uso doméstico de diretores da Camargo Corrêa, como um horrível cortador de charutos. Daí a se transformar um documento oficial e legítimo em veículo de suspeita vai enorme distância. No caso da engenheira, ela não foi contratada.
Existe em Washington um Museu do Crime, onde acaba de ser inaugurada uma exposição sobre a dupla de assaltantes Bonnie e Clyde (Faye Dunaway e Warren Beatty, no filme). Do jeito que os federais esculacham algumas de suas investigações, poderia ser aberto em Brasília o Museu da Comédia Policial, reunindo apenas casos risíveis de desvario.
Além do ofício de Raupp, o Museu da Comédia apresentaria, logo na entrada, o áudio de uma gravação de 2005, feita com autorização judicial, no qual o deputado Paulo Maluf mantém um breve diálogo com a secretária eletrônica do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos: "É Paulo, bom dia". (...) Clic.
Dois anos depois, a Polícia Federal produziu outra gloriosa peça de investigação. Autorizada pela Justiça, varejou a casa de Genival Inácio da Silva, irmão de Nosso Guia. Buscavam documentos capazes de comprovar suas traficâncias de influência. O que acharam não deve ter rendido muita coisa, pois faz tempo que não se ouve falar de Vavá, imortalizado pela frase "Ô, arruma dois pau pra eu". Entre os documentos apreendidos pela polícia estava uma carta com um pedido de emprego ao senador Aloizio Mercadante. Parece elementar que uma carta a Mercadante guardada na casa de Vavá contém um pedido que não foi encaminhado.
Esse museu poderia recuperar a história de Romero Lago, o diretor da censura de cinema, rádio e televisão ao tempo da ditadura, quando a tesoura ficava sob a jurisdição da Polícia Federal. O doutor zelava pelos bons costumes e era homem da confiança do general que comandava a instituição. Não se chamava Romero nem Lago. Era Hermenildo Ramires de Godoy, estelionatário foragido da Justiça.

Anônimo disse...

Klokk Arbeider,

Nao bastasse a trolha defecada pelo idota Gaspari, pervisível até, tenho q ler o comentário acima defendendo a anta e achando até "ironia" nessa gosma escrite.

Bem, do Gaspari e de cú (c/ acento) de neném, pode-se esperar qlqr coisa fedorenta.

Já do colega acima ... e depois vc me pede prá "dar 1 segurada".

É ruim, heim Creonica, é ruim heim!?

Inté,
Murilo

Carlos Marques disse...

Li e reli. Não alcancei a sabedoria do sr. Beto Rio que garantiu que no corpo da matéria veríamos que Gaspari dessa vez não fez merda e que a parte destacada seria irônica.

Como é que o amiguinho do Golbery, que escreveu cinco longos volumes pra dizer que a ditadura foi só uma quartelada pra reestabelecer a ordem, pode ter feito bom papel nessa, sr. Rio?

Esse celerado já foi mais sutil. Quanto mais velho, mais tucano fica.

trombeta disse...

Na veia sr. cloaca!

Gaspari é que nem aquela gostosa da faculdade, ela até namora pobre mas na hora de casar, casa com rico.

Romanzeira disse...

Ora, o que se pode esperar de um cara que através dos documentos particulares do Golberi escreveu quatro livros sobre a ditadura? Para ele ter acesso exclusivo a esses documentos, bem, boa coisa não deve ser.
Não me digno a ler a coluna dele exatamente porque so esculacha o governo Lula e acho melhor poupar minhas retinas dessa agressão.

Jurandir Paulo disse...

Ouvi o relato de que era exatamente este senhor que chefiava a Veja quando o editor de ciência apresentou sua pauta para a semana: um tal de boimate. Ele achou bom e mandou publicar. Que moral sobrou?

Carlos Marques disse...

Romanzeira: ele é o herdeiro dos arquivos particulares do Golbery, que os repassou com a condição de que seu conteúdo só fosse revelado após sua morte. Assim que o arquiteto da repressão foi servir de banquete aos vermes, sr. gaspari começou a trabalhar em sua 'monumental' obra, que anos depois veio a ser publicada nesse monumento à mistificação da história.

Tiago disse...

Cloaca, parabéns pelo site. É a primeira vez que visito e fiquei admirado com o que encontrei até aqui. Mas só até aqui; Você errou na publicação dessa postagem.

Sorte a nossa o Beto_Rio ter postado todo o texto e não apenas as linhas iniciais. A mim esse parece ser um texto extremamente irônico, e cito:

1) Qual foi "a última peraltice dos agentes"? Ter encontrado um documento OFICIAL no qual um Senador sugere a contratação de uma engenheira a uma empresa! Pra arrematar, esse seria um "exemplo de transparência e lisura". Um documento OFICIAL. Ainda não entendeu a ironia? Então some outra: "se o indicado for eficiente, a empresa deverá um favor a quem o recomendou".

2) O autor dessa proeza, Valdir Raupp, é também "um baluarte do sigilo das contas dos senadores". Sigilo esse que se transformou em escândalo hoje com a descoberta dos tais 'atos secretos'. Tudo indica que Gaspari adiantou em 2 meses um escândalo que quase (?) destronou Sarney.

3) Ao sugerir a criação de um museu com os "casos risíveis de desvario", o autor obviamente não se refere a Polícia Federal como o texto faz sugerir a primeira vista, repare o conteúdo desse museu: o "ofício de Raupp"; uma conversa entre Paulo Maluf e o Ministro Márcio Thomaz Bastos (imagine o tema desse telefonema!); documentos (des)encontrados na casa do irmão de Lula; uma carta com pedido de emprego em nome de Mercadante (olhe só: repetindo o feito de Raupp); e finalmente a história de Romero Lago, o censor-estelionatário-fugitivo.

É partindo desse último exemplo de ironia que eu peço um pouco mais de calma aos outros comentadores do tópico.

Romanzeira, por exemplo, erra ao suspeitar dos livros de Gaspari somente porque ele teve acesso exclusivo aos documentos de Golbery. Desde Oswald de Andrade se criou uma cultura do não-vi-e-não-gostei que não contribui em nada para uma boa discussão.

Os livros têm como UMA das fontes os documentos de Golbery. Uma fonte, e apenas uma, não desqualifica uma obra. Vale a pena ver o conteúdo de toda a obra, mas sugiro um trecho em especial: no início do segundo livro “A Ditadura Escancarada” o autor diz haver um debate entre dois conceitos: o do milagre econômico e o da tortura e extermínio. Ele clara e abertamente escreve que percebe o segundo como a grande marca do regime.

Carlos Marques em tom também irônico (o que cai bem ao texto) diz que a obra de Gaspari é um monumento a “mistificação da história”. Concordo com ele e vou além: toda história escrita é mistificação da história real. Essa é a lógica básica da História.

Pra encerrar, volto ao primeiro comentário, que me parece ter sido o único que de fato captou o sentido do texto: “colocar Gilmar Mendes na posição de defensor de direitos é pura avacalhação”. E é exatamente isso o que o texto diz.

PS: aguardo ansiosamente pela sua resposta Cloaca. Como disse inicialmente esse post contém um erro. Um erro típico da Veja: o do "viés enviesado".