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terça-feira, 8 de maio de 2012

EXCLUSIVO - EM TELECONFERÊNCIA, BANDIDOS ANALISAM AS REVISTAS VEJA E ÉPOCA

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CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS.


A seguir: "Hoje eu vou lá no Policarpo..."

POLICARPO - QUEM DIRIA! - JÁ DEFENDEU CACHOEIRA NO CONGRESSO

Era o dia 22 de fevereiro de 2005. Durante o processo de cassação do então deputado André Luiz, o jornalista da Veja prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado, que era acusado, em reportagem assinada pelo próprio Policarpo, de tentar extorquir o então “empresário do jogo” Carlos Cachoeira.
 A possibilidade da convocação de representantes da revista Veja para depor na CPI do Cachoeira tem esbarrado, entre outras coisas, no argumento de que o jornalista tem, por ofício, de manter o sigilo. Mas isso não impediu o hoje diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, de depor em favor de Carlinhos Cachoeira naquele verão de 2005, durante audiência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Na época, a Câmara avaliava a cassação do deputado André Luiz (então do PMDB-RJ), acusado de extorquir Cachoeira durante a CPI da Loterj, da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em reportagem publicada pela Veja e assinada pelo então repórter Policarpo Júnior, André Luiz – que acabaria cassado – é acusado de pedir R$ 4 milhões a Cachoeira para excluir seu nome do relatório final da CPI.
A revelação da tentativa de extorsão levou à abertura do  processo de cassação de André Luiz, conduzido pelo Conselho de Ética da Câmara, no qual Policarpo depôs contra o deputado e, portanto, em favor de Cachoeira – o bicheiro, coincidentemente, acabou se livrando dos efeitos da CPI, que havia pedido sua prisão, mas acabou desmoralizada com a revelação da tentativa de extorsão.

O vídeo abaixo é uma reportagem da TV Câmara sobre a audiência do Conselho de Ética. Nela, está registrado que: “O jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, que também prestou depoimento nesta terça-feira, confirmou que existem outras gravações que desmentem a versão do deputado André Luiz”, e que, portanto, favoreceram Cachoeira
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O resgate é do Brasil 247.
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segunda-feira, 23 de abril de 2012

VEJA FINANCIOU CACHOEIRA






Depois de subir à tribuna da Câmara e dizer que a revista Veja é “o próprio crime organizado fazendo jornalismo”, o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) afirmou em entrevista à Rede Brasil Atual que o veículo de comunicação "fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento", referindo-se à rede ilegal de atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira.
O deputado defendeu que os responsáveis pela revista prestem esclarecimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar a rede ilegal de atuação de Cachoeira e que sejam tratados como réus. Escutas feitas durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostraram conexões entre o grupo do contraventor e o diretor da sucursal de Brasília da publicação semanal, Policarpo Júnior. 
Este mês, Veja divulgou reportagem afirmando que a CPMI é uma "cortina de fumaça" criada pelo PT para desviar o foco do julgamento do mensalão, que será realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia levou Ferro a lamentar que a revista atue desta maneira.
Perguntado se a convocação de representantes do Grupo Abril não afetaria a liberdade de imprensa, Ferro afirmou que as atividades de Veja tem conexão o crime organizado, e não com o jornalismo. Para o parlamentar, o dono da Editora Abril, Roberto Civita, deve ser tratado como réu nessa investigação.

Confira abaixo a íntegra da entrevista com o deputado Fernando Ferro, um dos candidatos a integrar a CPMI do Cachoeira.

Por que levar um órgão de imprensa a uma CPMI?
Caberia ao órgão de imprensa trazer esclarecimentos sobre essa relação, o porquê de tantos telefonemas identificados na investigação da Polícia Federal.

Você falou em requerer a presença de Roberto Civita.
Independentemente de quem seja, o Civita ou não, os responsáveis pela Veja terão de responder sobre isso. 

Há uma relação da Veja com essas atividades ilegais?
É uma relação estranha, que tem laços de cumplicidade com esse submundo. Na verdade, isso vem lá de trás, em vários momentos. Essas denúncias espetaculosas da Veja, todas elas estão sendo lastreadas por esse processo de espionagem e arapongagem. Em termos de ética jornalística, isso é muito questionável. A Veja fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento.

Isso poderia colocar em risco a liberdade de imprensa?
A Veja tenta formar uma ideia de que nós estaríamos querendo restringir a liberdade de imprensa. Essa é uma medida esperta e calhorda dela de justificar a sua ação criminosa. Eles querem falar em nome de toda a imprensa, mas não é verdade, essa prática, esse estilo, é próprio da Veja. Ou seja, ela praticou ações criminosas e agora quer colocar o conjunto da imprensa no Brasil como vítima. Ela é ré, vai ter que trazer esclarecimentos à CPI.

Há quem defenda esse tipo de jornalismo a qualquer custo.
Essas ações da Veja têm tudo a ver com crime organizado, não com jornalismo.

Por que no Brasil há uma tendência de punir exclusivamente os políticos que estão envolvidos em atividades ilegais, sendo que por diversas ela possui muitos lados?
Há uma ação política e ideológica de incriminar um partido político, ou uma orientação, ou uma corrente política. Na verdade, não há uma preocupação com a informação, estão preocupados em incriminar alguém que está governando o país.

O senhor está falando da Veja, especificamente?
A Veja criou a figura do bandido colaborador, que é alguém que atende aos interesses dela, e o qual ela criou um nível de promiscuidade tão grande que você nem sabe quem é mais bandido. Na verdade, os dois são.

Em sua opinião, quem mais deve ser chamado para depôr na CPI?
A partir da investigação da Operação Monte Carlo, você tem os vínculos de articulação criminosa, de envolvimento entre os personagens dessa teia criminosa, então todos eles, tanto agentes públicos quanto privados, deverão ser chamados para prestar esclarecimentos.


sexta-feira, 16 de março de 2012

IMPRENSA GOLPISTA FAZ OPERAÇÃO CASADA EM SACOS DE LIXO




















A propósito da postagem A tiragem turbinada de Veja, assinada pelo Prof. DiAfonso e publicada no Blog do Nassif, registramos o flagrante enviado pelo nosso leitor Luiz Antonio Ferreira, capturado na “livraria de auto-ajuda” do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. 
Cena semelhante também foi registrada em São Paulo, pelas lentes do Wadilson Oliveira. Clique aqui para ver.

domingo, 28 de novembro de 2010

A ESPANTOSA INTELIGÊNCIA DO BLOGUEIRO-MICHÊ DA REVISTA VEJA

Desde os tempos em que atuava como informante dos torturadores, infiltrado no movimento estudantil, no período mais sombrio da ditadura, o auto-denominado “jornalista” Augusto Nunes – que se orgulha da fotografia em que aparece ao lado do general Figueiredo – já demonstrava seu caráter de escova-botas dos patrões. Pois, o tempo, senhor da razão, confirmou o vaticínio. Após exercer a função de proxeneta dos milicos, Nunes fez súbita carreira na imprensa corporativa. Valendo-se de seu excepcional talento para a adulação e de seu topete pega-rapaz, galgou postos e, dizem, perseguiu vários colegas de trabalho.
Uma das passagens bizarras de sua biografia foi sua demissão das Organizações Globo. Roberto Marinho em pessoa o mandou para o olho da rua por causa de um necrológio de Jorge Amado publicado na revista Época, quando o escritor baiano estava ainda bem vivo.
O semovente do meretrício fascista acabou encontrando refúgio no Jornal do Brasil, já sob o comando do empresário picareta Nelson Tanure. Isso talvez explique a derrocada agonizante do tradicional diário carioca, que teve morte cerebral decretada há poucos meses. Augustinho também foi diretor de redação do tabloide Zero Hora, de Porto Alegre. Ali, no entanto, seu reinado foi fugaz: nem mesmo os Sirotsky aguentaram tanta velhacaria.
Restou ao pobre diabo retornar, resignado – e com o rabo entre as pernas – à velha revista Veja, de quem, originalmente, é cria. É ali que, hoje, Augusto Nunes homizia-se, assinando um blog de coprologia jornalística e quejandos.
No último dia 25, ao fazer sua “leitura crítica” da entrevista coletiva que o Presidente Lula concedera a um grupo de blogueiros, Augusto Nunes exibiu tudo o que a vida lhe ensinou, em um texto que, pela sua grandiosidade epistemológica, entrará para os anais da crônica política brasileira. Com invejável garbo e rara agudeza de espírito, assim o titã da imprensa descreveu um dos participantes da histórica entrevista:

“A imagem ampliada pelo close exibe alguém que acabou de chegar dos anos 60 e só teve tempo para deixar a mala no quarto-e-sala do amigo. Os pelos da barba aparada na véspera tentam compensar o sumiço dos fios de cabelo no topo. Enquanto trava uma briga de foice no escuro com os tons sombrios da gravata estampada, o terno preto emprestado de algum parente mais gordo e mais alto engole as mangas e a gola da camisa social branca.”

Melhor usar parênteses (o “terno preto”, na verdade, era azul-marinho; o terno azul-marinho era próprio de seu usuário; o usuário do terno azul-marinho não possuiu qualquer “parente mais gordo”; e a “camisa social branca”, na verdade, era azul-claro). Ou seja: ao provável daltonismo do festejado “jornalista”, juntaram-se o ressentimento, o preconceito e, naturalmente, a imbecilidade.
Para provar que é um sujeito muito inteligente, pediu um dicionário emprestado ao seu vizinho Reinaldo e deu-se ao trabalho de copiar os verbetes cloacais do Pai dos Burros – certamente, nenhum de seus leitores entenderia que o “codinome” do entrevistador era um tropo metonímico, tampouco que o nome do blog é uma ironia.

Clique aqui para ver que, enquanto houver profissionais de imprensa do jaez de Augusto Nunes, o suprimento de matéria-prima deste Cloaca News - ou do Sr. Cloaca, como queira - estará garantido.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

TUCANOS E MÁFIA MIDIÁTICA CONTRATARAM PISTOLEIROS


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Reunidos em uma certa enoteca da capital paulista, os capos das principais e mais influentes organizações mafiomidiáticas do país – acompanhados de seus capangas, todos diretores de redação – engendraram uma ação espetacular para mandar pelos ares a candidatura presidencial de Dilma Rousseff e, por tabela, beneficiar o zumbi-tucano Zé Chirico.
Um cacique do PSDB, com livre trânsito no bas-fond do crime organizado, teria arregimentado colegas de extensa ficha corrida – todos especializados em roubo e sequestro – para gravar “depoimentos” e encenações, fazendo-se passar por integrantes do PCC, a próspera agremiação criminosa que floresceu e ganhou vulto durante as administrações tucanas no estado de São Paulo.
As gravações (já realizadas) seriam veiculadas por uma famosa rede de TV para, em seguida, ecoar nos jornais e revistas de propriedade dos mafiosos da Impresa.
O golpe diabólico, porém, sofreu um revés: um dos bandidos contratados pelos tucanos para a empulhação deu com a língua nos dentes ao não receber do contratante a paga previamente combinada.
A informação foi divulgada pelo portal Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, que reproduziu a correspondência enviada por um de seus leitores.
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Eis a íntegra da mensagem reproduzida por PHA:
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“Indivíduos do Capital e da região de Sorocaba, com diversas passagens pela polícia (roubos, receptação, assaltos à mão armada, seqüestros etc.) foram contatados por políticos ligados ao PSDB local através de um elemento intermediário com trânsito mútuo;
Foram informados de que “prestariam serviços” e levados até um shopping da cidade de São José do Rio Preto;
Lá mantiveram encontro com outras três pessoas, descritas como “muito importantes”, e receberam um adiantamento em dinheiro vivo;
Não se tratava de qualquer encomenda de morte, assalto ou ato criminoso tão comum para os marginais recrutados;
Imediatamente, tais bandidos foram levados até o Rio de Janeiro, a um bairro identificado como Jardim Botânico, onde ficaram confinados por dois dias;
Uma equipe de TV, num estúdio particular, gravou longa entrevista com os bandidos. O script era o seguinte: “somos do PCC, sempre apoiamos o governo Lula e estamos com Dilma”. Não fugiu disso, com variações e montagens em torno de uma relação PCC/Lula/PT/Dilma;
Os bandidos recrutados também foram instruídos a fazer ligações telefônicas para diversos comparsas que cumprem penas em penitenciárias do Estado de São Paulo. A ordem era clara: simular conversas que “comprovassem” a ligações entre o PCC e a campanha de Dilma;
Tudo foi gravado em áudio e vídeo;
A farsa começou a ser desmontada quando o pagamento final pelo serviço veio aquém do combinado;
Ao voltarem para São Paulo, alguns dos que gravaram a farsa decidiram, então, denunciar o esquema, relatando toda a incrível história acima com riqueza de detalhes;
As autoridades já estão no encalço da bandidagem. De toda a bandidagem;
A simulação seria veiculada por uma grande emissora de TV e por uma revista depois do término do horário eleitoral, causando imenso tumulto e comoção, sem que a candidata Dilma Rousseff, os partidos que a apóiam e o próprio governo Lula tivessem o tempo de denunciar a criminosa armação;
Essa é a “bala de prata”. Já se sabe seu conteúdo, os farsantes e o custo, além dos detalhes. Faltam duas peças: quem mandou e quem veicularia (ou ainda terá o desplante de veicular?) a maior fraude da história política brasileira;
Com a palavra, as autoridades policiais”.

sábado, 11 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

DEPUTADO SOBE À TRIBUNA E FAZ PICADINHO DE REVISTA VEJA

Aconteceu ontem, em Fortaleza, na sessão ordinária da Assembléia Legislativa do Ceará. Indignado com o indisfarçável tom de zombaria que a revista Veja emprestou a esta reportagem sobre a cidade de Sobral, o deputado Lula Morais, do PCdoB, ocupou a tribuna daquela Casa e rasgou um exemplar da "indispensável" publicação abriliana, transformando-a quase em confetes. Curiosamente, até mesmo deputados do PSDB manifestaram-se solidários à zanga do colega comunista, repudiando o tipo de jornalismo praticado pelo semanário da famiglia Civita. Segundo os parlamentares, a intenção da matéria é atingir Ciro Gomes, provável candidato à presidência da República. Confira aqui e aqui. Estamos, agora, tentando contato com a assessoria de Lula Morais para sugerir novas chuvas de papel picado naquele sodalício, com outros títulos. E torcendo para que o exemplo seja seguido nas demais unidades da federação.
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Foto: José Leomar-Diário do Nordeste

sábado, 9 de maio de 2009

CASO YEDA: LEIA AQUI A MATÉRIA DA VEJA. DE GRAÇA.

O Caixa 2 do Caixa 2
Gravações e um depoimento da empresária Magda Koenigkan lançam uma nova sombra sobre o governo Yeda Crusius
. A governadora gaúcha Yeda Crusius, do PSDB, não tem sossego. Enfrenta acusações de ter usado caixa dois em sua campanha eleitoral desde antes de tomar posse, em janeiro de 2007. Fato espantoso, as primeiras denúncias partiram de seu vice, Paulo Feijó. Como se não bastasse, no mesmo ano, a Polícia Federal desbaratou uma máfia que desviava recursos do Detran gaúcho. Os escândalos ceifaram três secretários de governo e o chefe da representação do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante. Em seguida, a governadora foi obrigada a explicar onde arranjou dinheiro para comprar, no fim de 2006, uma casa em um bairro nobre de Porto Alegre. O caso, que lhe rendeu um pedido de impeachment, acabou arquivado pelos promotores gaúchos. Em fevereiro passado, a morte repentina de Marcelo Cavalcante injetou uma dose de tragédia nas agruras do governo tucano. O corpo do ex-assessor foi encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília. As investigações policiais indicam que ele se suicidou. Assessor de Yeda entre 2002 e 2006 e coordenador de sua campanha eleitoral, Marcelo conhecia o PSDB gaúcho na intimidade. Com seu desaparecimento, parecia ter se perdido uma das mais acuradas memórias da campanha e dos primeiros dias do governo Yeda. Era uma presunção falsa. Na mesma semana da morte de Marcelo, descobriu-se que os procuradores federais dispunham de gravações nas quais o ex-assessor relatava irregularidades na campanha e na gestão da tucana. VEJA teve acesso a parte desses áudios. A reportagem ouviu uma hora e meia das dez horas de diálogos mantidos entre Marcelo e o empresário Lair Ferst, um dos acusados de participar dos desvios no Detran gaúcho. Neles, fica claro que o ex-assessor conversava com liberdade com Ferst, que o ajudara a arrecadar dinheiro para a campanha tucana. Nos trechos analisados por VEJA, há três fatos que merecem ser investigados.
• De acordo com Marcelo, Yeda recebeu dinheiro no caixa dois depois que a eleição terminou. Ele conta que, após o segundo turno, coletou 200 000 reais da Alliance One e outros 200 000 reais da CTA-Continental. São duas fabricantes de cigarros que, segundo Marcelo, fizeram as doações em espécie. O ex-assessor diz que entregou esse dinheiro a Carlos Crusius, marido da governadora. Procurados por VEJA, os executivos da Alliance One negaram ter abastecido qualquer caixa dois e mostraram um recibo que comprova a transferência bancária de 200 000 reais para o diretório estadual do PSDB. Já a CTA-Continental contesta ter feito qualquer doação à tucana. "Se me perguntar se me pediram dinheiro, direi que sim. Mas não levaram", diz Allan Kardec Bichinho, presidente da empresa.
• Marcelo afirma que algumas despesas do comitê eleitoral de Yeda foram custeadas pela agência de publicidade DCS, que não prestava serviços à campanha nem fez doações oficiais. Segundo o ex-assessor, a DCS pagou, por exemplo, suas passagens aéreas e diárias no flat Swan Molinos, em Porto Alegre. Após a eleição, arcou com recepções oferecidas por Yeda em sua casa. Depois que ela tomou posse, a agência continuou quitando as passagens e diárias de Marcelo. Yeda renovou os contratos que o Banrisul mantinha com a DCS. A VEJA, a agência negou ter pago essas contas.
• O ex-assessor diz que avisou Yeda sobre o esquema de corrupção no Detran gaúcho e conta ter entregado à governadora uma carta de oito páginas na qual o empresário Lair Ferst descrevia o modo como os recursos eram desviados da repartição. Ferst escreveu essa carta para tentar livrar-se da suspeita de envolvimento no esquema.
A reportagem de VEJA teve acesso a esses áudios há quarenta dias. Só os divulga agora depois de ter encontrado uma fonte com credenciais suficientes para comprovar sua autenticidade. Ela é uma testemunha que também ouviu as gravações e assegura que Marcelo reconhecia como legítimo o seu conteúdo. Mais: o ex-assessor relatou-lhe os mesmos fatos. Essa testemunha, Magda Cunha Koenigkan, foi companheira de Marcelo. Dona de uma revista brasiliense, a Sras&Srs, ela relutou em revelar o que sabia. Temia perder o apoio financeiro para sua revista por parte de governos aliados de Yeda.
Magda diz que decidiu correr esse risco em nome da memória do homem com quem viveu por quinze meses. Em cinco horas e meia de entrevista a VEJA, contou que Marcelo soube da existência dos áudios, gravados por Lair Ferst, em novembro de 2007. "Lair mostrou as gravações e disse que as entregaria às autoridades para provar que os responsáveis pelos desvios no Detran eram integrantes do governo Yeda, e não ele", lembra Magda. Ao ouvir isso, seu companheiro se desesperou: "Entrou em depressão e passou a beber".
De acordo com ela, Marcelo parecia ter reencontrado o equilíbrio em janeiro deste ano, quando aceitou confirmar o conteúdo das gravações aos procuradores federais que apuram o episódio. Chegou a marcar uma data para seu depoimento, mas morreu duas semanas antes da audiência. As declarações de Magda, segundo ela ouvidas diretamente de Marcelo, são desastrosas para o governo tucano do Rio Grande do Sul. Elas mostram uso de caixa dois e desvio de recursos eleitorais para aumento de patrimônio pessoal.
A presente reportagem revela que os áudios existem e que Magda Koenigkan diz ter ouvido do namorado o atestado de sua legitimidade. Mas os áudios não são provas processuais e, a VEJA, Yeda afirmou desconfiar de sua autenticidade. O PT já coletou catorze das dezenove assinaturas necessárias para constituir uma CPI na Assembleia Legislativa com o objetivo de investigar essas suspeitas. Só a CPI e as demais autoridades podem decidir se as gravações são evidência legal dos desvios ali narrados.
A empresária Magda Koenigkan viveu quinze meses, a partir do fim de 2007, com Marcelo Cavalcante, coordenador de campanha de Yeda Crusius, encontrado morto em fevereiro passado. Ela relatou a VEJA as confidências que seu companheiro lhe fez sobre irregularidades que teriam sido cometidas em nome da governadora gaúcha.
Como era a relação de Marcelo Cavalcante com Yeda Crusius? Era assim: na campanha ela ligava para ele a todo instante e pedia: "Marcelinho, precisamos arranjar 10 000 reais para isso e aquilo". E ele arranjava. Era ele, então, quem coletava doações? Se havia um dinheiro para receber, Marcelo pegava e entregava a Carlos Crusius (marido da governadora). No começo (da campanha), tinha de convencer as pessoas a colaborar. Quando Yeda começou a subir nas pesquisas, ficou mais fácil. Vinham 200 000 reais dali, 100 000 de lá. Só que esse dinheiro não entrava para o caixa. Ia para onde? Olha, entre o fim do segundo turno eleitoral e a semana posterior à eleição, Marcelo recebeu 400 000 reais de dois fabricantes de cigarro, 200 000 de cada um. Ambos pediram para que a verba não fosse entregue oficialmente. Então, foi para o caixa dois. Marcelo falava em caixa dois? Até do caixa dois do caixa dois. Marcelo deu os 400 000 reais a Carlos Crusius no comitê da campanha. Crusius agradeceu e foi para uma sala mais reservada, enquanto Marcelo conversava com fornecedores que esperavam para receber o dinheiro que lhes deviam. Aí, Crusius apareceu e disse: "Quero me desculpar. Não conseguimos o dinheiro. Vamos precisar de mais um prazo. Espero sua compreensão". Como Marcelo reagiu? Foi tirar satisfações com Crusius. Ele sempre me repetia essa história. Contava que disse a Crusius: "Como não tem dinheiro? Entreguei na sua mão". Marcelo acreditava que Crusius escondia tudo da governadora. Mas ela justificou a história. Chegou e disse: "Marcelinho, Crusius quer pagar uma dívida antiga nossa que está apertando a gente e, se sair na mídia, não vai ser bom". Marcelo se indagava sobre que dívida era aquela. Ele, que cuidava das finanças dela, não conhecia essa dívida. O que foi feito dos 400 000 reais? Passado algum tempo, Crusius finalizou a compra de uma casa. Pelo que o Marcelo contava, usou os 400 000 reais nisso. A casa da governadora? É. O Marcelo falava que o pai de um dos secretários da governadora simulou ter comprado um apartamento dela na praia. Teria sido uma venda forjada para mostrar que ela tinha renda para comprar a casa. Contou também que a casa custou cerca de 1 milhão de reais, talvez mais. Mas esses 400 000 foram entregues por baixo do pano (ao vendedor). Marcelo relatou-lhe outras irregularidades? Sim. Quem pagava as passagens aéreas e hospedagem para o Marcelo e a equipe da campanha de Yeda? O caixa dois. Marcelo se hospedava no hotel Swan Molinos (em Porto Alegre). Quem pagava era uma agência de publicidade, a DCS. Arcava também com os jantares que a governadora fez antes e depois da eleição. Houve irregularidades antes da campanha eleitoral? Marcelo contou que, quando ela era deputada, todo mês entravam cerca de 10 000 reais de um sindicato (Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Sicepot). O dinheiro ia diretamente para a governadora. Quem pegava era uma mulher contratada pelo Marcelo, Walna Vilarins (atual coordenadora de ações administrativas do governo gaúcho). Por que Marcelo participou do governo Yeda, mesmo sabendo desses fatos? Houve um momento em que ele mudou. Em novembro do ano passado, chegou ao conhecimento dele que havia áudios em que ele falava sobre as doações de campanha, como funcionava o pagamento da hospedagem da equipe e a compra da casa. Marcelo ficou muito angustiado e apreensivo. Quem gravou esses áudios? Outro integrante da campanha de Yeda, Lair Ferst. Ele ajudou Marcelo a arrecadar dinheiro. Entre 2006 e 2007, eles se encontraram diversas vezes. Em novembro, Lair contou a Marcelo que tinha gravado todos esses diálogos e que ia entregá-los à Justiça. Marcelo avisou o governo Yeda? Sim. Sugeriu que fizessem um acordo com Lair. Disse que havia muitos indícios do caixa dois e que Lair tinha ido com ele pegar dinheiro em empresas que não aparecem em lugar nenhum na receita declarada de campanha. A senhora ouviu as gravações? Ouvi. São conversas em barzinhos. Em janeiro, Marcelo foi procurado pela Justiça para confirmar se a voz nas gravações era dele e se tudo aquilo que ele dizia nelas era verdade. Estava com depoimento marcado entre a semana do Carnaval e a seguinte, mas morreu antes disso... Marcelo lhe disse que iria confirmar que a voz das gravações era dele? Sim.

YEDA RESPIRA POR INSTRUMENTOS

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Podridão do governo gaúcho vem à tona e deixa governadora tucana com o pé na cova

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Desta vez, não é "coisa do PT". As revelações sobre as bandalheiras de Yeda Crusius - desde antes e durante seu governo - estão na edição desta semana da revista Veja que, como sabemos, é um dos house organs do PSDB. Sujeira tão grossa, que ficou impossível ser varrida para baixo do tapete (talvez a RBS tente um boca-a-boca em troca de uns pilas a mais na conta da "agenda positiva"...).

A reportagem completa está disponível apenas na versão impressa, mas só o tira-gosto da edição digital já é suficiente para mandar a tresloucada para a UTI. É o fim da linha para as empulhações e para o autoritarismo de Madame Zureta.

Clique aqui para conferir, enquanto preparamos a mortalha.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O DEVIDO LUGAR DA REVISTA VEJA

Ao menos duas falácias históricas e uma analogia bizarra falseiam a compreensão da idéia de revisão do princípio da Lei da Anistia apresentada por "Questão fora de lugar - A idéia de revisar o princípio da Lei da Anistia revela a falta de foco do ministro da Justiça", reportagem de Diogo Schelp para a revista Veja (12/11/2008).. . Por Marcelo da Silva Duarte (editor de La Vieja Bruja ) . "Quinze anos depois da instauração do regime militar no Brasil", afirma Schelp, "generais e opositores chegaram a um acordo que permitiria iniciar o processo de abertura política, sem maiores solavancos". Tal acordo "foi a Lei da Anistia, assinada em 1979". Para que tal entendimento fosse amplo, geral e irrestrito, continua Schelp, "e não parcial, como queria boa parte da caserna -, reuniram-se políticos, estudantes e trabalhadores naquele que foi o primeiro movimento coordenado da sociedade civil depois do golpe de 1964. Graças à anistia, conquista intensamente festejada por todos os democratas, puderam voltar ao país ou sair da clandestinidade José Serra, Fernando Gabeira, Leonel Brizola, José Dirceu e Franklin Martins, entre outros exilados ilustres e nem tanto".
Embora, de fato, o movimento pela anistia representasse o grosso das entidades envolvidas na luta pela cidadania, Schelp parece considerar uma questão menor o fato de que o projeto encaminhado pelos militares ao Congresso, em junho de 1979, atendia apenas parte do apelo das entidades abrigadas sob o Comitê Brasileiro pela Anistia, uma vez que desavergonhadamente (i) favorecia os militares, incluindo aqueles responsáveis pelas práticas de tortura, e (ii) de sua amplitude excluía os condenados por "terrorismo". Não foi, inclusive, sem muita mobilização popular no dia da votação da referida lei, em Brasília, que a anistia foi estendida aos civis. A aparente harmonia entre os interesses das partes em negociação sugerida pela reportagem, portanto, parece jamais ter existido, já que a vontade dos militares era anistiar unicamente os torturadores e manter em porões os torturados, considerados como "terroristas".
A pacificação interna da qual se ufana Schelp foi, na verdade, o melhor que poderia ser obtido pela sociedade diante das circunstâncias, a saber, diante de uma ditadura, por definição um regime totalitário onde não há espaço para negociação exatamente porque há imposição. Se Schelp não tem claro tal conceito é um problema dele, mas daí não se segue que a menos pior dentre determinadas alternativas faça justiça com a história.
Principalmente com a história de quem não esteve presente no ato de pacificação que a reportagem incensa. Entre os "generais e opositores" -"políticos, estudantes e trabalhadores" - que chegaram a um acordo não estavam os assassinados pela democrática ditadura de Schelp. Talvez eles também quisessem ser ouvidos a respeito de como se sentiram minutos antes de serem mortos, logo após algumas semanas de tortura. E embora essa também pareça uma questão menor aos olhos da reportagem, uma vez que mortos não falam, seria interessante saber se todos os assassinados e torturados pela ditadura militar brasileira concordariam que o princípio da Lei da Anistia é irrevisável em função de ter sido o fruto harmônico de uma democrática discussão.
O que Schelp parece ignorar é que aquilo que toma como princípio da Lei da Anistia, "a saber: o perdão a todos os cidadãos acusados de cometer crimes políticos", ou seja, sua amplitude, é uma falácia que - harmonicamente, ao menos em sua visão - subsume duas verdades históricas irreconciliáveis. Só faríamos justiça com nossa memória se exclusivamente fosse considerado crime político todo aquele ato praticado contra o aviltamento da democracia patrocinado pela caserna, e jamais aqueles praticados contra esse justo e legítimo direito de sublevação cidadã pelo Exército, o único criminoso durante a recente ditadura militar brasileira. O direito ao exercício da repressão oficial, obtido injusta e ilegitimamente pelos militares a partir do golpe antidemocrático de 1964, exercido a todo vapor contra um legítimo e justo direito à sublevação, portanto, jamais poderia ser considerado crime político ou conexo a crime político, uma vez que praticado ao arrrepio da ordem democrática vilipendiada pelos próprios militares.
"Quando um povo é obrigado a obedecer e o faz - disse Jean Jacques Rousseau em seu “Do Contrato Social” - age acertadamente; assim que pode sacudir esse jugo e o faz, age melhor ainda, porque, recuperando a liberdade pelo mesmo direito por que lha arrebataram, ou tem ele o direito de retomâ-la ou não o tinham de subtraí-la".
Em seu socorro, Schelp parece avalizar tese recentemente abraçada por Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual "embora tortura e terrorismo sejam imprescritíveis, nada impede que tais práticas sejam anistiadas", que de modo logicamente estabanado distribui um mesmo sentido de imprescritibilidade entre fatos históricos contrários do ponto de vista contextual. Não contava, porém, com um tiro no pé: se da imprescritibilidade dos crimes de tortura e terrorismo não se segue que não sejam anistiáveis, então da amplitude principiológica da Lei da Anistia não se segue sua irrevisibilidade. Nada impede, por conseguinte, que o princípio da Lei da Anistia seja revisado, embora amplo, geral e irrestrito.
Schelp também sofisma ao afirmar que "os terroristas de esquerda que mataram, roubaram, seqüestraram e mutilaram (...) lutavam pela implantação de uma ditadura comunista". Donde, por conseguinte, a legitimidade da repressão oficial e a impossibilidade de inocentá-los sem, simultaneamente, inocentar seus torturadores. Entretanto, do fato da uma das estratégias da resistência armada ter priorizado o foco revolucionário não se segue que toda resistência lutava pela implementação do embrião comunista. A tortura contra a resistência, porém, longe de qualquer sofisticação lógico-semântica, de sua parte correu ampla, geral e irrestrita.
Todavia, se ele também acredita que as reformas de base propostas pelo governo João Goulart culminariam com a implantação de um regime totalitário comunista no Brasil e que Leonel Brizola recebeu dinheiro de Cuba para financiar a luta armada contra a ditadura, então sim, a resistência cidadã lutava pela implementação de uma ditadura comunista. Porém, se Schelp não aprendeu história em colégios militares, então ao menos deveria saber que a resistência cidadã não lutava pela implementação de uma ditadura, mas sim pela democracia e pela liberdade exatamente contra uma ditadura.
Graças a essa luta é que hoje Schelp pode dar sua opinião sobre sua própria história e a falta de foco do ministro da Justiça, porém sem correr o risco de ser torturado por isso.
Schelp finaliza afirmando que "Argentina e Chile optaram por revogar suas leis de anistia e deram andamento à punição de alguns dos responsáveis pelos crimes de suas ditaduras", mas ressalva que o acerto de contas de argentinos e chilenos com seus torturadores e assassinos se trata de "situações distintas da do Brasil, onde a magnitude da repressão foi bastante inferior".
Ou seja, o direito de punir responsáveis por crimes cometidos por ditaduras parece ser diretamente proporcional à magnitude da repressão que os autorizou a torturar e assassinar seus semelhantes. Quanto maior a repressão, maior o direito de puni-los; porém, se a repressão não foi assim tão ampla, então esse direito parece sequer fazer sentido. Ora, isso parece implicar, na escala moral de Schelp, que punir tanto a morte quanto a tortura é eticamente irrelevante todas as vezes que a magnitude de uma repressão for inferior a um determinado padrão opressor. Resta sabermos, porém, quem o estabelece e de que forma funciona. Para o jornalismo da revista Veja, aparentemente, 4000 assassinatos e milhares de sessões de tortura talvez justifiquem a punição de seus responsáveis, mas 400 mortes e poucas centenas de sessões de sadismo, não.
Foco parece não faltar ao repórter da Veja. Mas Diogo Schelp, infelizmente, é um homem sem memória. .
(texto publicado originalmente em CARTA MAIOR)