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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

PARA O ESTADÃO, TUDO O QUE DESCE SOBE

Os marginais quatrocentões do rio Tietê pularam cedo da cama hoje. Às 6:54h, hora de Brasília, já estava luzindo em seu portal Ãoãoão este admirável atavio do jornalismo hodierno: "Inflação em SP desacelera e sobe 0,39% em novembro". A notícia, obviamente, seria a de que o Índice de Preços ao Consumidor - IPC - aferido pela FIPE em novembro despencara 0,11% em relação ao mês anterior, passando de 0,50% para os 0,39% anunciados na manchete. Mas, para os pilantras do jornalão ribeirinho, a realidade é que a inflação "subiu", como se a palavra inflação já não contivesse o significado intrínseco de elevação de preços. Oximoros caem bem em textos literários, não em noticiário de Economia. Dizer que a inflação "desacelerou e subiu", além de uma sem-vergonhice jornalística, é um tapa na cara de qualquer leitor minimamente instruído, algo que, imaginamos, o vetusto jornalão tem cada vez menos. Nessa categoria de títulos paradoxistas, ficamos com outro - este, sim, genial - estampado no saudoso Planeta Diário, em 1985: "Médici morre mas passa bem".

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ESTADÃO: QUATROCENTÕES DA MARGINAL OU MARGINAIS QUATROCENTÕES?

Advertência: as linhas abaixo contêm cenas explícitas do Jornalismo de Esgoto praticado pelos gangsters da beira do rio Tietê
A matéria é assinada por um certo Ricardo Brandt, na edição deste domingo de O Estado de S.Paulo. O título já seria merecedor do prêmio Manilha de Ouro:
"Sob sigilo, PF investiga marqueteiro de Lula por movimentação suspeita".
Primeiro parágrafo: "João Santana, o marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é investigado desde 2006 pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por movimentações financeiras suspeitas durante a campanha eleitoral de 2004".
O texto prossegue informando sobre uma suposta comunicação feita pelo COAF (Conselho de Atividades Financeiras) apontando uma suposta "movimentação suspeita" na conta bancária da empresa Santana & Associados entre setembro e outubro de 2004, "véspera do primeiro e segundo turnos das eleições".
Ipsis litteris, os dois parágrafos seguintes:
"As transações deram origem ao inquérito policial número 326/2006 para apurar crime de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. Um laudo pericial feito pela PF, que faz parte do inquérito, é considerado peça fundamental para a defesa da Santana & Associados para provar que os recebimentos decorreram de serviços legalmente prestados a três campanhas eleitorais naquele ano e que tudo foi registrado contabilmente e informado à Receita Federal.
Enquanto não for concluído o inquérito, no entanto, a procuradoria considera que a empresa de Santana, o PT e a NDEC podem ter se envolvido em uma triangulação financeira para ocultar a movimentação de dinheiro não-declarado na campanha eleitoral de 2004. A investigação, ainda não relatada pela PF, pode virar uma denúncia criminal do Ministério Público Federal ou ser arquivada" (os grifos são nossos).
Mais adiante, sem apresentar qualquer informação relevante sobre o que sequer foi relatado, outra dejeção:
"O caminho do dinheiro que a PF e a procuradoria tentam refazer no inquérito parte de três campanhas eleitorais que a Santana & Associados fez para candidatos a prefeito apoiados pelo PT, dois anos antes de assumir oficialmente a campanha do presidente Lula, no lugar do publicitário Duda Mendonça - afastado em decorrência do escândalo do mensalão".
O Presidente Lula recebeu três menções em uma não-notícia de algo que, além de estar sob "sigilo", não é do conhecimento nem do Ministério Público. Aliás, Lula nada tem a ver com a história. Porque, de verdade, não há história alguma. Clique aqui e confira pessoalmente mais essa canalhice dos jornalistas ribeirinhos.