sábado, 15 de agosto de 2009

A HISTÓRIA QUE HERÓDOTO APAGOU

.
Rebatizado no Budismo como Gento Ryotetsu, na condição de monge leigo, o paulistano Heródoto Barbeiro, de 63 anos, é o que podemos chamar de um homem hiperativo multimídia. Há 16 anos comandando o Jornal da CBN, emissora do Sistema Globo de Rádio, da qual é Gerente de Jornalismo, Barbeiro é também o apresentador do programa Roda Viva, na TV Cultura, canal tucano de São Paulo. Formado em História, Direito e Jornalismo, Barbeiro já fez muita coisa na vida antes de se tornar famoso. Uma de que se orgulha é ter sido professor de madureza ginasial, em priscas eras, e de cursinho pré-vestibular. Curiosamente, seu nome original de batismo homenageia o grego homônimo, nascido em Halicarnasso, 484 anos antes de Cristo, considerado o "Pai da História". Escritor, articulista em jornais, revistas e internet, conferencista e até ativista ambiental, a biografia de Heródoto Barbeiro na Wikipédia diz ainda que ele foi, "durante muitos anos, simpatizante do Partido dos Trabalhadores (PT)". Existe, porém, algo em seu laureado curriculum vitae que ele não costuma rememorar publicamente: sua ligação com o partido que deu sustentação política à ditadura militar instalada no Brasil, nos anos 60. Nas eleições de 1974, Heródoto Barbeiro, ostentando o número 143, foi candidato a deputado federal pela ARENA - Aliança Renovadora Nacional, fazendo dobradinha com seu ex-colega de cursinho Paulo Kobayashi, falecido em abril de 2005. Conhecido como Professor Koba, é ele quem aparece na foto abaixo, posando diante do outdoor da campanha eleitoral. "Faça seu professor deputado", ordenava o slogan da dupla.
.
.
A informação - e a foto histórica que Barbeiro quer esquecer - podem ser encontradas no fascículo 11 da coleção "A ditadura militar no Brasil: a história em cima dos fatos", publicada pela revista Caros Amigos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

COLUNISTA PACÓVIA DE ZERO HORA PARTE PARA A IGNORÂNCIA

A jornalista Rosane de Oliveira, editora de Política do tablóide venal Zero Hora e titular da coluna Página 10 na mesma gazetinha, acaba de demonstrar que, além de contumaz fuxiqueira, é uma tremenda maria-cagona, já que não teve o destemor de dar nome ao boi. É o que podemos inferir após a digestão deste mefítico pitéu, servido aos leitores pela moça na edição de hoje daquele xexelento diário:
.
Erudição Cotado para alto cargo na CPI da Corrupção abusa de expressões como “seje” e “houveram denúncias”.
E não é do partido do presidente Lula.
Aliás, o petista José Dirceu ainda não consegue dizer “problema”.
. Sobre o caráter lambeta e babão desta senhora já tratamos em, pelo menos, sete ocasiões. De todo modo, não imaginávamos que ela fosse capaz de rolar tão desabaladamente a ladeira da baixaria e do desrespeito, como o fez hoje. Se Rosane de Oliveira já tinha vários "problemas", acabou de arrumar mais um.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

REPÓRTER PINGA-FOGO OMITE FILIAÇÃO TUCANA DE EX-SENADOR PISTOLEIRO

O jornalista, professor e conselheiro Heraldo Pereira, em colusão com o âncora do Jornal da Globo, William Waack, apresentou, ao vivo, na noite desta quarta-feira, uma retumbante reporcagem sobre a "descoberta" de mais 468 "atos secretos" no Senado. Tratados como "novos" em certa altura do texto, ficamos sabendo mais adiante tratar-se de algo ocorrido por volta de 10 anos atrás, quando o Senado era presidido pelo finado Antônio Carlos Magalhães, correligionário de Heráclito Fortes, entrevistado pelo Dr. Pereira na matéria - e a quem devemos essa "devassa" nas gavetas de "maldosos" e "perversos". De tal lista, contendo nomeações nos gabinetes, na gráfica e no serviço de processamento de dados do Senado, a figura mais graúda - e destacada pelo repórter - é a do ex-senador paraibano Ronaldo Cunha Lima, que naquela época era o Primeiro Secretário e o responsável pela administração da Casa. Ronaldo nomeara, na moita, seu pimpolho homônimo, para fazer sabe-se lá o quê. Nos quatro minutos do vídeo abaixo, você não saberá que Ronaldo Cunha Lima é aquele mesmo que, na noite do dia 5 de dezembro de 1993, adentrou em um restaurante de João Pessoa, sacou seu trabuco e desferiu dois balaços em Tarcísio Burity, ex-governador de Estado e seu desafeto político. E, data venia, você não ouvirá o jornalista-causídico dizer que Cunha-pai e Cunha-filho pertencem ao PSDB.
.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

SERRA APANHA DE DILMA NO SUL

Pesquisa fresquinha do Instituto Vox Populi sobre a intenção de voto dos eleitores do Rio Grande do Sul - estado desgovernado pela tucana Yeda Crusius - apurou que 26% dos gaúchos preferem Dilma Rousseff na Presidência da República contra 25% que escolheriam Zé Chirico. Os dados completos da pesquisa estarão disponíveis ao público amanhã, quinta-feira, na edição de agosto da revista Voto.
Apesar de os números apresentarem um "empate técnico" na liderança, a realidade mostra que a "popularidade" do governador paulista encontra-se em processo de franca derrocada. Vale dizer que, no estado mais meridional do Brasil, Serra está levando fumo. A pesquisa aponta ainda que Ciro Gomes tem 16% e Heloísa Helena tem 10% das preferências na sucessão presidencial. O Vox Populi também apurou as intenções de voto dos gaúchos para o governo estadual e para o Senado.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

TÃO BONITA!!! (mas não é flor que se cheire)

Das 1239 páginas da Ação Civil de Improbidade Administrativa que o MPF enviou na semana passada à Justiça Federal, apenas oito delas são suficientes para demonstrar o caráter e o estilo da quadrilha tucana que tomou de assalto o Rio Grande do Sul, bem como para evidenciar quem está no comando do esquema de vigarices. Trata-se do depoimento do ex-presidente do Detran gaúcho, Sérgio Luiz Buchmann, prestado à Procuradoria da República, de forma espontânea, no último dia 17 de julho. Sua leitura evocará fragrâncias peculiares - já vamos avisando.
Prenda, pois, a respiração e clique aqui para ler.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

OPERAÇÃO RODIN NÃO DETÉM QUADRILHA BRUMOSA

No dia 15 de maio de 2008, o Ministério Público Federal entregou à juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara da Justiça Federal, em Santa Maria, RS, esta fornida denúncia contra dezenas de salteadores do Detran gaúcho. Com 242 páginas, o libelo expôs, tintim por tintim, as falcatruas e os métodos dos larápios. Curioso é que a chamada "imprensa local", sempre ciosa do "interesse público", não deu qualquer atenção ao conteúdo da página 56, particularmente ao parágrafo que reproduzimos na imagem acima. Mais instigante é que, por aqueles dias, o réu Francisco José de Oliveira Fraga, vulgo Chico Fraga, revelou em público que certo prócer do Grupo RBS viajara para a Feira de Hannover, na Alemanha, às custas de verbas do bando. E não é que, dias antes, o nosso amigo vendedor de salames e ametistas andava, faceiro, a exaltar a "inteligência superior" de outro réu - Lair Ferst? É provável, ainda, que este excerto da página 56 explique o atual empenho do tablóide Zero Hora - e, particularmente, de sua melíflua colunista - em tentar desqualificar os Procuradores da República pela Ação de Improbidade recentemente encaminhada à Justiça Federal - hipótese que não pode ser assegurada, bem como não pode ser descartada.
Talvez, também, justifique o deprimente espetáculo levado ao ar pela TVE RS, esta semana, em que uma dócil matilha de conhecidos sabujos "entrevistou" Yeda Crusius , a ex-governadora em exercício.
O fato é que os pilantras estão todos soltos por aí. E, a julgar pelo que estampam os "jornais estaduais", a "opinião pública" não "desanuviou".

domingo, 9 de agosto de 2009

A CARTA-DESABAFO DA TUCANA ESCAFANDRISTA

. Recordar é viver. No último dia 16 de fevereiro, um lindo domingo de sol, a ex-governadora em exercício Yeda Crusius, supostamente em pleno gozo de suas faculdades cognitivas, resolveu escrever uma singela missiva "pessoal" ao seu muy amigo Paulo Sant’Ana, colunista do tablóide Zero Hora. No dia seguinte, querendo dar a entender que agia à revelia da remetente, o cronista desalmado publicou-a integralmente na gazetinha.
.
“Querido Paulo Sant’Ana. Bom dia!
.
E que lindo dia, o primeiro sem horário de verão deste ano.
Amo o horário de verão, o dia mais longo, a noite mais curta, o calor.
Amo tanta coisa...
Acordei com a garganta meio ‘pegada’, o corpo me indicando que ainda não consegui ‘pegar leve’.
Esta será uma mensagem para eu não adiar mais o que queria: te contar coisas escrevendo à mão, como é do meu tempo, o tempo do respeito, do selo na carta, do envelope chegando pelas mãos do carteiro, tão aguardado envelope, tão especial mensagem, tão pessoal ‘tua letra’, às vezes com um pingo de perfume lá em cima, na data, ou mesmo uma folha de alguma árvore ou flor da estação... Pessoal, como é esta mensagem, entenda.
Não tenho conseguido esse tempo. Então não vou mais adiar.
Como você tem acompanhado, não me permitem esse tempo.
Quando me perguntam ‘como você aguenta’ respondo de dentro do coração. Pois quando tomei em 2005 a decisão de buscar governar o Rio Grande foi porque havia:
uma ideia
um projeto
um grupo de pessoas afinadas
um Estado
um povo
uma política
uma boa política no tempo das tão más políticas.
A ideia continua viva, muito viva. O grupo de pessoas desafinou, desmanchou, quem sabe pelo tamanho do empreendimento e a dedicação absolutamente total e integral que exigia o projeto. Como você tanto acompanha, o projeto tem cara sim, é bonito, coletivo, construtivo, respeitoso, doador. O Estado é o nosso, esse Rio Grande que não se definiu logo ao nascer, se platino, se brasileiro, diferente. O povo é esse povo que amo, meio caudilha que sou, e a quem pude somar filhos e netos, infelizmente esses que terão que ver os cartazes dantescos de sua vó pregados em cada tapume onde fiquem pessoas paradas esperando ônibus. Como tiveram que ver meus filhos nos tempos da faculdade porque a mãe decidiu ir para a tribuna fazer política como ‘uma ingênua tucana’ que queria fazer a política da igualdade (a da bandeira, a do gênero) em Porto Alegre. Nos cartazes pregados nas paredes internas da UFRGS estava a foto e ‘traidora do povo’. Eles, meus filhos, se foram em agosto de 1996, viver em outras terras sem essa cultura que crescia por aqui, e que tanto prejudicou o Rio Grande.
Eu fiquei. Por uma ideia. Por uma intensa necessidade de comunicação, pela vida como ela é para cada um, por fazer política, que é bom fazer quando se tem ética, responsabilidade, sem medo da mudança, de estar à frente do batalhão, porque confio em cada dia, e vivo sem ficar na janela vendo a banda passar esperando a sorte, esperando a morte... como diz a música.No giro pelo Brasil duas coisas me deixaram feliz: primeiro com o orgulho dos outros brasileiros porque o Rio Grande saiu das manchetes nacionais negativas, e a governadora, que eles conhecem antes de ser governadora, estar sorrindo, mostrando que o Estado já paga suas contas em dia, que deu a virada na situação que contradizia com o Rio Grande histórico e presente que eles conhecem. Segundo, porque a honestidade da Yeda que eles conhecem foi provada, olhado documento por documento, rastreado cheque por cheque, a casa é limpa!
Depois, uma dificuldade que se repete pois todos me perguntaram: por que tudo isso? Por que te batem tanto, ao ponto do massacre? Dificuldade para eu responder porque não é de meu feitio falar dos outros, mesmo que mereçam. Humanidade (a da bandeira) é coletiva mas também individual. Lembro-me da tua pergunta naquele Jornal do Almoço que, com tua sensibilidade, perguntavas o que era central: por que a senhora não fala deste ou daquele secretário? E eu te respondi: “São pessoas caídas, Paulo, pessoas caídas”. E quanta coisa já se fez, quanta vida já se viveu!
Só que até este momento, mesmo com o alucinante caráter deste nosso governo, vivi o que dois filmes retratam. A arte consegue dizer em duas horas o que uma vida inteira custou para criar. Sei que não temos tempo de ver filmes, tudo hoje na vida é VT, não filme, rápido, desmanchando no ar. Então te falo deles na esperança de que você os tenha visto quando passaram nos cinemas.O primeiro é A Letra Escarlate. A mulher de que trata o filme teve que desfilar com a marca ‘A’ de adúltera pela aldeia onde vivia, porque se casou de novo, pois havia ficado ‘viúva’ até o marido aparecer de novo da floresta, depois de praticar maldades inomináveis. Ela desfilou, chorou, perdeu, com a infinita paciência que tem a mulher para entender como o ‘homem’ da nossa civilização age quando se trata de posse, poder e sexo. Ao final, tudo se esclareceu. E ela não estava amarga, não havia feito nada que considerasse errado durante todo aquele período de provação, e viveram na mesma aldeia depois do pedido de desculpas público, da restauração, do líder da mesma.
Considero a coletiva do Dr. Mauro Renner quando provou a idoneidade da casa como o ‘The End’ do meu filme. Pude tirar o colar da Letra Escarlate. E continuar governando o Rio Grande, eleita que fui para honrar compromissos e fazer a roda virar para a frente. O povo sentiu-se aliviado, a sombra carregada da dúvida, para os que seguem a política, foi afastada. Brilhou o sol de novo, a alegria podia ser mostrada à luz do dia. Este o 2008, o ano que terminou com Déficit Zero e a honestidade provada da governadora.
O segundo filme é mais recente O Escafandro e a Borboleta. Raras vezes me permito chorar no cinema. Mas nesse filme o fiz por muitas vezes. Pois é ele que me referencia durante esse período de governo, desde a famigerada Operação Rodin aos 10 meses de governo e uma derrota inacreditável na Assembleia do projeto de restauração do Estado, por todas as razões que não interessa aqui descrever mas que tem a ver com a tua pergunta naquele Jornal do Almoço. Eu fiquei no escafandro. De certa forma, estarei nele até que possa ter o produto final por aquela terapeuta e seu método de escrever o livro ditado pelo único pedaço do homem no escafandro que se movia: o olho.
E quando estiver escrito, poderei voar como a borboleta.
Arrisco que muito não seja percebido desta longa mensagem, Paulo. Se os filmes foram vistos então sim, muito será entendido. Mas não desisto, não vou entregar prus ôme de jeito nenhum, amigo e cumpanhêro.
E para te dizer da minha admiração, da minha companhia através das tuas colunas (TV não vejo mais e rádio também não ouço, foi demais nesse período, um pouco de proteção criei), sempre, do meu amor pela vida que te inclui de modo afirmativo e de tanto tempo. Nunca dou de ombros. Só entenda o escafandro. Não me deram nenhuma folga até hoje. Esta é da decisão de escrever, é num lindo domingo, uma mensagem pessoal – entenda, não deve ser pública.
E para te presentear com o que não aconteceu, vou te remeter o Manifesto da Marca do Governo Yeda. Não é nem será público. Por isso, vai com selo. Creio que o Luciano do GAD é um dos que, como a fisioterapeuta do livro, entendeu. Mas por enquanto não há condições de mérito para eu dar esse upgrade nem ao meu governo nem ao Rio Grande que não quer ser sacudido a cada dia com uma ‘crise de governo’.
Algum dia mais adiante sim.
Abraço muito afetuoso (ass.) Yeda Crusius, governadora do Estado”.