sexta-feira, 1 de abril de 2011

FOLHA: “A GENTE SÓ APOIAVA E FINANCIAVA A DITADURA”


O que a falácia da ditabranda revela

Por Marco Aurélio Weissheimer, da Carta Maior

Em um editorial publicado no dia 17 de fevereiro de 2009, o jornal Folha de S. Paulo utilizou a expressão “ditabranda” para se referir à ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Na opinião do jornal, que apoiou o golpe militar de 1964 que derrubou o governo constitucional de João Goulart, a ditadura brasileira teria sido “mais branda” e “menos violenta” que outros regimes similares na América Latina.
Como já se sabe, a Folha não foi original na escolha do termo. Em setembro de 1983, o general Augusto Pinochet, em resposta às críticas dirigidas à ditadura militar chilena, afirmou: “Esta nunca foi uma ditadura, senhores, é uma dictablanda”. Mas o tema central aqui não diz respeito à originalidade. O uso do termo pelo jornal envolve uma falácia nada inocente. Uma falácia que revela muita coisa sobre as causas e consequências do golpe militar de 1964 e sobre o momento vivido pela América Latina.
É importante lembrar em que contexto o termo foi utilizado pela Folha. Intitulado “Limites a Chávez”, o editorial criticava o que considerava ser um “endurecimento do governo de Hugo Chávez na Venezuela”. A escolha da ditadura brasileira para fazer a comparação com o governo de Chávez revela, por um lado, a escassa inteligência do editorialista. Para o ponto que ele queria sustentar, tal comparação não era necessária e muito menos adequada. Tanto é que pouca gente lembra que o editorial era dirigido contra Chávez, mas todo mundo lembra da “ditabranda”.
A falta de inteligência, neste caso, parece andar de mãos dadas com uma falsa consciência culpada que tenta esconder e/ou justificar pecados do passado. Para a Folha, a ditadura brasileira foi uma “ditabranda” porque teria preservado “formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”, o que não estaria ocorrendo na Venezuela. Mas essa falta de inteligência talvez seja apenas uma cortina de fumaça.
O editorial não menciona quais seriam as “formas controladas de disputa política e acesso à Justiça” da ditadura militar brasileira, mas considera-as mais democráticas que o governo Chávez que, em uma década, realizou 15 eleições no país, incluindo aí um referendo revogatório que poderia ter custado o mandato ao presidente venezuelano. Ao fazer essa comparação e a escolha pela ditadura brasileira, a Folha está apenas atualizando as razões pelas quais apoiou, junto com a imensa maioria da imprensa brasileira, o golpe militar contra o governo constitucional de João Goulart.
Está dizendo, entre outras coisas, que, caso um determinado governo implementar um certo tipo de políticas, justifica-se interromper a democracia e adotar “formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”. A escolha do termo “ditabranda”, portanto, não é acidental e tampouco um descuido. Trata-se de uma profissão de fé ideológica.
Há uma cortina de véus que tentam esconder o caráter intencional dessa escolha. Um desses véus apresenta-se sob a forma de uma falácia, a que afirma que a nossa ditadura não teria sido tão violenta quanto outras na América Latina. O núcleo duro dessa falácia consiste em dissociar a ditadura brasileira das ditaduras em outros países do continente e do contexto histórico da época, como se elas não mantivessem relação entre si, como se não integrassem um mesmo golpe desferido contra a democracia em toda a região.
O golpe militar de 1964 e a ditadura militar brasileira alimentaram política e materialmente uma série de outras ditaduras na América Latina. As democracias chilena e uruguaia caíram em 1973. A argentina em 1976. Os golpes foram se sucedendo na região, com o apoio político e logístico dos EUA e do Brasil. Documentos sobre a Operação Condor fornecem vastas evidências dessa relação.
Recordando. A Operação Condor é o nome dado à ação coordenada dos serviços de inteligência das ditaduras militares na América do Sul, iniciada em 1975, com o objetivo de prender, torturar e matar militantes de esquerda no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
O pretexto era o argumento clássico da Guerra Fria: "deter o avanço do comunismo internacional". Auxiliados técnica, política e financeiramente por oficiais do Exército dos Estados Unidos, os militares sul-americanos passaram a agir de forma integrada, trocando informações sobre opositores considerados perigosos e executando ações de prisão e/ou extermínio. A operação deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos na Argentina, entre 3 mil e 7 mil no Chile e mais de 200 no Uruguai, além de outros milhares de prisioneiros e torturados em todo o continente.
Na contabilidade macabra de mortos e desaparecidos, o Brasil registrou um número menor de vítimas durante a ditadura militar, comparado com o que aconteceu nos outros países da região. No entanto, documento secretos divulgados recentemente no Paraguai e nos EUA mostraram que os militares brasileiros tiveram participação ativa na organização da repressão em outros países, como, por exemplo, na montagem do serviço secreto chileno, a Dina. Esses documentos mostram que oficiais do hoje extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) ministraram cursos de técnicas de interrogatório e tortura para militares chilenos.
Em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo (30/12/2007), o general Agnaldo Del Nero Augusto admitiu que o Exército brasileiro prendeu militantes montoneros e de outras organizações de esquerda latino-americanas e os entregou aos militares argentinos. “A gente não matava. Prendia e entregava. Não há crime nisso”, justificou na época o general. Humildade dele. Além de prender e entregar, os militares brasileiros também torturavam e treinavam oficiais de outros países a torturar. Em um dos documentos divulgados no Paraguai, um militar brasileiro diz a Pinochet para enviar pessoas para se formarem em repressão no Brasil, em um centro de tortura localizado em Manaus.
Durante a ditadura, o Brasil sustentou política e materialmente governos que torturaram e assassinaram milhares de pessoas. Esconder essa conexão é fundamental para a Folha afirmar a suposta existência de uma “ditabranda” no Brasil. A ditadura brasileira não teve nada de branda. Ao contrário, ela foi um elemento articulador, política e logisticamente, de outros regimes autoritários alinhados com os EUA durante a guerra fria. O editorial da Folha faz eco às palavras do general Del Nero: “a gente só apoiava e financiava a ditadura; não há crime nisso”.
Não é coincidência, pois, que o mesmo jornal faça oposição ferrenha aos governos latino-americanos que, a partir do início dos anos 2000, levaram o continente para outros rumos. Governos eleitos no Brasil, na Venezuela, na Bolívia, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai passam a ser alvos de uma sistemática oposição midiática que, muitas vezes, substitui a própria oposição partidária.
A Folha acha a ditadura branda porque, no fundo, subordina a continuidade e o avanço da democracia a seus interesses particulares e a uma agenda ideológica particular, a saber, a da sacralização do lucro e do mercado privado. Uma grande parcela do empresariado brasileiro achou o mesmo em 64 e apoiou o golpe. Querer diminuir ou relativizar a crueldade e o caráter criminoso do que aconteceu no Brasil naquele período tem um duplo objetivo: esconder e mascarar a responsabilidade pelas escolhas feitas, e lembrar que a lógica que embalou o golpe segue viva na sociedade, com um discurso remodelado, mas pronto entrar em ação, caso a democracia torne-se demasiadamente democrática.

quinta-feira, 31 de março de 2011

DEPUTADO RACISTA DOBROU PATRIMÔNIO ENTRE DOIS MANDATOS










As declarações de bens do pústula Jair Messias Bolsonaro apresentadas à Justiça Eleitoral revelam um dado assombroso: entre as eleições de 2006 e 2010, o patrimônio oficial do abjeto parlamentar cresceu 90,5%. A informação está na página Excelências, da ONG Transparência Brasil.  

quarta-feira, 30 de março de 2011

ÍNTEGRA DA REPRESENTAÇÃO DOS DEPUTADOS CONTRA O DESPREZÍVEL CAPITÃO-DO-MATO



Os parlamentares infra-assinados vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência representar contra o deputado JAIR BOLSONARO pelas razões de fato e de direito na seguinte:

REPRESENTAÇÃO DOS FATOS

Na noite de 28 de março de 2011 foi ao ar o programa da TV Bandeirantes entitulado CQC – Custe o Que Custar, no qual foi veiculada uma entrevista com o Deputado Jair Bolsonaro no quadro do CQC denominado “O povo quer saber”.  No decorrer da entrevista, o referido parlamentar, ao ser indagado pela artista e promotora Preta Gil “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?” Eis a resposta literal do entrevistado: “ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja, eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu” (!).
Esta resposta caracterizada por evidente cunho racista culminava uma série de afirmações em desapreço a diversos grupos sociais e em apologia a graves violações de direitos humanos, no decorrer de toda a referida entrevista.
Na realidade tem sido recorrentes as manifestações de cunho racista proferidas pelo Sr. Jair Bolsonaro nesta Casa e fora dela, contra diversos grupos sociais e organizações defensoras de direitos humanos, dentre as quais a própria Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da qual ele é membro suplente por designação do partido a que é filiado, o PP.

DO DIREITO

A difusão de conteúdos ideológicos por meio da mídia eletrônica é de conhecido poder de multiplicação, principalmente quando se trata de programa que conta com significativa audiência, como o CQC.  O Sr. Jair Bolsonaro ao utilizar-se de um espaço midiático para propagar atos que configuram crimes, extrapola a liberdade de expressão para ofender a dignidade, a autoestima e a imagem não só da pessoa que fez a pergunta naquele momento, mas de toda a sociedade, uma vez que os direitos e princípios constitucionais ofendidos pertencem à toda a sociedade.
A Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, inclui, no seu Art. 20, “que praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime passível de reclusão de um a três anos e multa.
Essa Lei decorre de tratados internacionais de que o Brasil é signatário. A Constituição Cidadã é explícita ao repudiar o racismo como prática social, considerando-o como crime imprescritível e inafiançável.  O Art. 1º da Carta Magna, que define como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil “III – a dignidade da pessoa humana.”
O Art. 3º, que enumera os objetivos fundamentais da República, contempla “IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Já o Art. 4º , que estabelece os princípios pelos quais se regem as relações internacionais do país, VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo (…).
O Art. 5º da Constituição Cidadã, por sua vez, define que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (…). O mesmo Artº 5º, em seu Inciso XLII, prevê que “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, com base no Recurso Especial 157805/DF, prevê que “Incitar, consoante a melhor doutrina é instigar, provocar ou estimular e o elemento subjetivo consubstancia-se em ter o agente vontade consciente dirigida a estimular a discriminação ou preconceito racial. Para a configuração do delito, sob esse prisma basta que o agente saiba que pode vir a causá-lo ou assumir o risco de produzi-lo (dolo direto ou eventual).”
Por sua vez, o Código Penal, define o crime de injúria no Art. 140, estabelecendo que se trata de injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. O § 3º da mesma lei,estabelece que “se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.
Ante o exposto, requerem os representantes se digne V. Excelência determinar, em respeito aos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Carta Magna de 1988 e da Lei vigente, a instauração do devido procedimento contra o Deputado JAIR BOLSONARO, para que seja:
1)    Avaliada se a conduta do Deputado Jair Bolsonaro configura efetivamente a prática do crime de racismo;
2)    Determinadas providências para requisição de vídeo tape do programa CQC à TV Bandeirantes exibido na noite de 28 de março de 2011 para melhor exame do caso;
3)    Determinadas providências para requisição de transcrições de discursos do referido deputado nos quais se demonstram as práticas recorrentes de injúrias, ofensas à dignidade e incitação da discriminação e preconceitos, inclusive contra a Comissão de Direitos Humanos e Minorias;
4)    Encaminhe à Corregedoria e, posteriormente, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar abertura de processo sobre eventual quebra de decoro parlamentar.

Brasília(DF), 29 de março de 2011

Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) – presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Brizola Neto (PDT-RJ)
Chico Alencar (PSol-RJ)
Domingos Dutra (PT-MA)
Édson Santos (PT-RJ)
Emiliano José (PT-BA)
Érika Kokay (PT-DF)
Fernando Ferro (PT-PE)
Ivan Valente (PSol-SP)
Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
Jean Wyllys (PSol-RJ)
Luiz Alberto (PT-BA)
Luiz Couto (PT-PB)
Marina Santanna (PT-GO)
Perpétua Almeida (PCdoB-AC) 

Para apoiar a manifestação, escreva para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (cdh@camara.gov.br).

terça-feira, 29 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

EXCLUSIVO: OBAMA FALA AO CLOACA

Veja a íntegra:

- Mr. Obama, please, could you say something to the readers of Cloaca News?
- No.

quarta-feira, 23 de março de 2011

SAI, CAPETA! BISPO CATÓLICO QUE TENTOU FAZER CAVEIRA DE DILMA NA ELEIÇÃO PROCESSA JORNAL DE SÃO BERNARDO (E PEDE SIGILO DE JUSTIÇA!!!)

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Deu no ABCD Maior

Depois de sustentar, em 2010, campanha para identificar com a defesa do aborto a então candidata à presidência Dilma Rousseff, o bispo da Diocese de Santo André, Nelson Westrupp, resolveu pedir indenização, em dinheiro, ao jornal ABCD Maior. O bispo alega ter sofrido danos morais por conta de reportagens publicadas pelo jornal. Além de aceitar a denúncia, o Poder Judiciário atendeu ao pedido do bispo de segredo de justiça ao processo.
Para o advogado Rui Carneiro, que defende o Jornal ABCD Maior, “é uma perigosa aventura jurídica com caráter meramente vingativo em razão da vitória da presidente Dilma, além de tentar usar o Poder Judiciário para calar a imprensa e cercear o livre debate de assuntos de interesse público, o que é inadmissível no atual Estado Democrático de Direito.”
Santa Inquisição - De acordo com o jornalista Celso Horta, diretor do jornal, o que o bispo está querendo é “ressuscitar a Santa Inquisição. Até o sigilo de justiça está sendo invocado para pedir indenização pecuniária, um gesto muito contraditório com quem se diz ofendido em sua dignidade de religioso. O que, afinal, o bispo quer esconder atrás do sigilo? Será que os fiéis da Igreja Católica aceitam que um bispo lave sua honra com uma indenização em vil metal?”, perguntou o jornalista.
Westrupp, que também é presidente do Conselho Regional Sul da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), denuncia ainda o jornalista Júlio Gardesani, autor das reportagens. Pouco antes do final do primeiro turno, uma carta assinada por Westrupp e outros dois bispos foi distribuída nas igrejas de São Paulo e por simpatizantes da candidatura de José Serra (PSDB). No documento, Westrupp pediu aos fiéis que não votassem em candidatos que defendiam o aborto, citando por cinco vezes o PT como partido que defendia.
A carta tumultuou a campanha eleitoral. Trouxe debates religiosos como a condenação do aborto e tirou o foco da discussão dos problemas nacionais. Enquanto a candidata, hoje presidente Dilma Rousseff, do PT, se defendia, José Serra, do PSDB, explorava o posicionamento da igreja. Dilma teve de se reunir com lideranças religiosas e preparar uma nota afirmando que não era a favor do aborto. O PT também teve de desmentir as afirmações de Westrupp.
A seção nacional da CNBB publicou, em seu site, texto contrariando o documento de Westrupp. “Lamentamos profundamente que o nome da CNBB (...) tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. A CNBB não indica nenhum candidato (...) a escolha é um ato livre”.
Evangélicos - As informações sobre o envolvimento de Westrupp com as cartas também foram publicadas por outros jornais do ABCD e pela mídia impressa e eletrônica do País e internacional. Westrupp também se sentiu “ofendido” pela reportagem que citava a preocupação confessada pelo bispo em correspondência ao papa Bento 16 com o crescimento dos evangélicos e dos ateus em São Paulo.
Todas as reportagens publicadas pelo Jornal ofereceram espaço ao bispo mas em nenhuma delas ele aceitou falar pessoalmente. A assessora, Irmã Marinéia, chegou a se manifestar em nome de Westrupp, conforme registra a edição, número 253, de 13 de outubro de 2010.
Em relação à carta sobre o aborto, através de e-mail, o assessor de imprensa de Westrupp, Humberto Pastore, não só confirmou a autenticidade, como a encaminhou em anexo para o jornalista Júlio Gardesani. Em seguida, o bispo enviou ao jornal carta respondendo às reportagens, mas eivada de ofensas. “O jornalista Júlio Gardesani demonstra muito mais interesse em criar factóides e contendas do que informar (...) Creio que não é desse jeito que se faz jornalismo, Sr. Júlio Gardesani”, diz Westrupp.
A correspondência do bispo foi publicada na íntegra pelo Jornal (edição número 260, de 05 de novembro de 2010). Para ler a carta do bispo publicada pelo jornal, clique aqui.
Jornalista critica Westrupp - O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Guto Camargo, afirmou que a tentativa de Dom Nelson Westrupp de censurar o ABCD Maior é política e prejudica, principalmente, o leitor do jornal. Guto é o primeiro representante da sociedade ouvido pelo ABCD Maior sobre o processo movido pelo bispo contra o jornal e o jornalista Júlio Gardesani.
“Essa é uma situação que muito nos preocupa ultimamente. Essa tentativa de interferência no trabalho da imprensa não é judicial, mas política. Isso porque, desde que derrubaram e Lei de Imprensa, não a substituíram por nenhuma outra. Assim, as decisões são subjetivas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Privação de informação - No entanto, o processo judicial movido por Dom Nelson Westrupp acerta diretamente o direito da população de se informar, explicou o presidente. “É um problema para o público leitor, que pode ser privado de uma informação por uma situação mal esclarecida”.
O presidente do Sindicato ainda garantiu que nunca viu a Igreja Católica processando diretamente um jornal em São Paulo. “É o primeiro problema de tentativa de censura à liberdade de imprensa partindo da própria Igreja Católica que eu tenho conhecimento”.

quinta-feira, 17 de março de 2011

JORNALISMO CHAPADO DA FOLHA, PODE CRER, MALUCO!





















Olha só, que louco, meu! Os caras da Folha publicaram uma parada esquisitona, tá ligado? Está aqui, no caderno Cotidiano, da edição online, edição de ontem, 16/3. Saca o título: “Cookies de maconha viram febre em balada de Buenos Aires”. Até aí, beleza. Estava rolando um clima maneiro nas primeiras linhas: “Brownies e cookies de maconha viraram febre em uma das baladas mais agitadas de Buenos Aires. As "galletitas mágicas" (biscoitinhos mágicos) são atração nas noites de segunda num centro cultural em Balvanera (região central). O local é bastante frequentado por turistas, principalmente brasileiros”.
Mas, aí, brô, pintou um lance estranho, ó: “Na Argentina, é crime o porte e consumo de drogas, não importando a quantidade e a forma de uso”. Pô, mano, qualé??? Tá me tirando pra comédia? Quer me zoar? Tirar uma da minha cara? A mesma Folha de S.Paulo publicou o seguinte título no dia 25/8/2009: “Justiça argentina descriminaliza porte de maconha para consumo pessoal”. Dizia o texto dos carinhas: "A Corte Suprema de Justiça da Argentina declarou nesta terça-feira inconstitucional punir adultos em posse de pequenas quantidades de maconha, cujo consumo "não coloque em risco outras pessoas". Que bagulho de jornal é esse? 

sábado, 12 de março de 2011

VERGONHA!!! CONCESSIONÁRIA GAÚCHA IGNORA TRAGÉDIA E COBRA PEDÁGIO DUPLO EM RODOVIA INTERROMPIDA POR ENCHENTE


Em entrevista concedida à RadioCom, emissora comunitária de Pelotas, a deputada estadual Miriam Marroni (PT), líder do governo na Assembleia gaúcha, denunciou a postura imoral e criminosa da concessionária de rodovias Ecosul. No apogeu da tragédia que arrasou o município de São Lourenço do Sul nesta quinta-feira, a empresa cobrou pedágio duas vezes de motoristas que rumavam pela BR 116, rumo a Porto Alegre, mesmo com o trânsito já interrompido logo à frente, na altura de Turuçu, por causa do desmoronamento de um trecho da estrada.
Centenas de motoristas de carros e caminhões tiveram que retornar a Pelotas e, na volta, foram obrigados a pagar novamente pelo pedágio de uma via que não puderam utilizar.
"A PRF deu o alerta às 2h da manhã do mesmo dia, depois que um caminhão caiu no vão da estrada; todos estavam informados da interrupção da rodovia. Mesmo assim, a Ecosul continuou deixando veículos passarem, cobrando pedágio de ida  e volta", disse Miriam. "Saí às 6h, passei pelo pedágio. Em Turuçu, com a queda da ponte, havia filas e filas de motoristas dando volta. A empresa sabia desde a madrugada e não colocou nenhuma barreira esclarecendo os motoristas, como está agora. Foi uma grande irresponsabilidade da Ecosul saber desde o início da madrugada que não havia passagem pela rodovia e não avisar seus usuários”, continuou a deputada.
A indignação era grande. Centenas de pessoas que passaram pela praça, pagaram o pedágio, percorreram cerca de 30 quilômetros para esperar na fila, retornar e novamente pagar o pedágio. “É um grande absurdo, é caso de denúncia para o Ministério Público e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). É revoltante observar que numa situação como essa, em que a interrupção da rodovia foi informada pela Polícia Rodoviária Federal nas primeiras horas da madrugada, a Ecosul não tenha orientado os operadores das cancelas a informar e orientar os usuários”, afirmou Miriam.
Foto: Nauro Júnior
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Ouça a íntegra da entrevista:
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REPÓRTER-TODDYNHO ENTALA COM CANUDINHO


Não é de hoje que a organização mafiomidiática Folha de S. Paulo mantém em Brasília um setorista-mirim plantado na saída do Palácio do Planalto. Sua missão: produzir futricadas diárias contra o governo federal, desde que este seja do PT.
O gargajola, em passado recente, notabilizou-se por uma reporcagem que atribuía à recem-eleita presidenta Dilma Rousseff a contratação de uma “cabeleireira” para o governo de transição que se instalara. Naquela ocasião, fizemos barba, cabelo e bigode com a jactanciosa mentira engendrada pelo párvulo. Foi da lavra do mesmo empertigado frangainho, registre-se, a cobertura da entrevista coletiva concedida pelo então presidente Lula a um grupo de blogueiros, em novembro último. O titular deste Cloaca News, que integrava a comitiva, foi abordado na marquise do Planalto pelo guri, encontro que produziu o substancioso diálogo que você poderá recuperar aqui.
Eis que a grande promessa da Imprensa planetária para o século XXI nos brinda neste 11/3 com a ribombante informação estampada no Portal da Ditabranda: o governo federal – que escândalo! – vai gastar cerca de 43 mil reais em canudos de papelão. “O Planalto decidiu enviar 12.000 fotos da presidente "para todo o Brasil" que irão substituir as fotos do ex-presidente Lula em repartições públicas”, explicou o estrênuo caçador de notícias. Repare que “para todo o Brasil” está entre aspas, uma provável senha para sinalizar que ele sabe mais que o que está relatando. Talvez os petistas planejem enviar a foto oficial de Dilma também para as nossas representações diplomáticas no exterior – falcatrua na certa!
Sete parágrafos e exatos 1019 caracteres depois, ficamos sabendo que “não existe qualquer legislação que determine que um quadro com a foto da presidente deva ser pendurado nas salas de funcionários públicos”.
Tadinho do repórter, que não conseguiu encontrar na internet copioso artigo publicado em 30/6/1999, pela – perdão! – revista Veja, sobre o “novo” retrato oficial de – perdão de novo! –  Fernando Henrique Cardoso. Vai ver, na época ele ainda estava na fase do Nestogeno Plus.
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Foto: Zeza/Café & Aspirinas

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A SANTA ESTUPIDEZ DA FOLHA DE S.PAULO

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Se você costuma botar fé em tudo o que vem estampado na gazeta da Barão de Limeira, reze muito para São Francisco de Sales, o padroeiro da Comunicação.  Hoje, por exemplo, em sua edição “online”, os hereges da ditabranda cometeram mais um de seus pecadinhos veniais. Em uma notinha alusiva à reportagem da edição impressa, sobre o “censo da educação básica feito pelo Inep (instituto ligado ao MEC)”, ficamos sabendo que não há “uma diretriz nacional” sobre o “conteúdo” do ensino religioso nas escolas brasileiras. Acontece que há, sim.  Nem seria necessária uma peregrinação pela internet para descobrir o website do FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, onde repousa, sereno, um documento chamado PCNER- Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso. Amém.  

O FIGURINO NADA A VER DE JOHN LENNON DA SILVA

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Se você chorou, como o tal João, já entendeu o que é a tal mímesis superior a que se referia um tal de Aristóteles... 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A DISTÂNCIA ENTRE UM JORNAL QUE INFORMA E UM TABLOIDE QUE DESEDUCA


Na última sexta-feira, 18, após refazer-se de um faniquito, a setuagenária Carminha K. não se conteve e telefonou para a redação de Zero Hora.

- Zero Hora, bom dia! Em que poderíamos estar lhe ajudando?
- Minha filha, você já leu o que saiu na página 62 da edição de hoje?
- Um momento. Eu vou estar lendo e já vou estar lhe respondendo. Sobre o que seria?
- Fico feliz por você saber ler, mas confira aí o que publicaram na seção Túnel do Tempo, que trata dos palacetes da Praça da Alfândega.
(Três minutos depois...)
- Senhora, já li. Algum problema que a senhora gostaria de estar comunicando?
- Como assim? Você leu e ainda pergunta qual o problema?
- Seria o amarelado por baixo do texto, senhora?
- Vem cá, você nasceu em que cidade?
- Porto Alegre, senhora. Com muita honra.
- Então, deve conhecer a Praça da Alfândega, não é?
- Sim, senhora, passo por ela todos os dias para estar vindo trabalhar.
- E conhece o shopping Praia de Belas, certo?
-Sim, senhora, vou sempre lá para estar fazendo compras.
- Sei...e, por acaso, sabe se o Praia de Belas mudou de endereço?
- Senhora, que eu saiba, ele deve estar continuando na avenida Borges de Medeiros.
- Pois então, minha filha, releia o texto.
(Três minutos e meio depois...)
- No meu exemplar está tudo certo, senhora.
- Pois, no meu, o Praia de Belas Shopping está na Rua dos Andradas, em frente à Praça da Alfândega!
- Impossível, senhora. Deixa eu estar vendo de novo...
(Quatro minutos depois...)
- Não estou entendendo, senhora.
- Pelo jeito, nem você e nem ninguém aí dentro, não é?
- Ããããhhh!!! Agora estou visualizando! Está errado, né? Isso acontece, às vezes.
- Às vezes??? É todo santo dia, minha filha! Nessa semana mesmo, vocês conseguiram botar três mil navios em uma fragata! Três mil!!!
- O que é fragata, senhora?
- Bah! Deixa pra lá!
- Mas, veja bem, senhora, não é tão grave assim. A coluna Almanaque Gaúcho é só de notícia velha, águas passadas...
- CÁSPITE!!! A página mais lida do jornal, referência histórica para trabalhos escolares, reminiscências para os aposentados, que um camarada teve uma semana inteira pra conferir e revisar...e você me diz que não é tão grave assim???
- Vou estar concordando com a senhora, mas, veja bem, dê um desconto, a coluna está sendo assinada por um interino.
- Meu Deus! Pelo jeito, Zero Hora está contratando o primeiro que passar aí na frente...
-  Senhora, essa informação é com nosso departamento de RH. Um momento, que eu vou estar lhe transferindo...
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Carminha K. não é personagem de ficção. Carminha K. é assinante de Zero Hora, vício que ela já cogita abandonar. O diálogo acima, salvo uma ou outra licença poética, é verdadeiro. O recorte abaixo, idem. E a fragata, mais embaixo...bah!...deixa pra lá...
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Clique nas imagens para ampliá-las
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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O DIA EM QUE A TUCANA GLOBELEZA MATOU LÚCIO MAURO

A ex-Menina do Jô, e uma das "instituidoras" da ilibada Fundação Mario Covas, Sonia Racy, fez com que o francês Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, se revirasse em Paris, onde repousa em visitadíssimo túmulo do cemitério Père Lachaise. Não contente, a “apimentada e politizada” colunista do Estadão mandou para o além o ator Lúcio Mauro, vivíssimo da silva, do alto de seus 80 anos. Aconteceu no canal pago Globonews, durante o programa “Em Pauta”.
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PROCESSO CONTRA CHEFÃO DA RBS DESAPARECE DO SITE DA JUSTIÇA FEDERAL


















As informações sobre a Ação Penal movida pelo Ministério Público contra o capo do Grupo RBS, Nelson Pacheco Sirotsky, e seu sócio, Carlos Eduardo Schneider Melzer, por Crime contra o Sistema Financeiro Nacional, que estavam abertas à visitação no Portal da Justiça Federal da 4ª Região, foram misteriosamente ocultadas do conhecimento público. Curiosamente, o sumiço deu-se logo após este e outros blogs divulgarem o litígio.
Já as informações sobre a Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa, em que a ex-governadora tucana Yeda Crusius é ré, ao lado de outros elementos, continuam disponíveis no mesmo site (a propósito, o valor da “causa” é de R$ 44 milhões).

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PODEROSO CHEFÃO DA RBS É PROCESSADO POR LAVAGEM DE DINHEIRO

O empresário gaúcho Nelson Pacheco Sirotsky, presidente do Grupo RBS, conglomerado mafiomidiático que opera 20 emissoras de televisão (afiliadas à Rede Globo), 21 emissoras de rádio e oito jornais diários em dois estados brasileiros (RS e SC), foi denunciado, em Ação Penal movida pelo Ministério Público Federal, como incurso no artigo 21, § único, da Lei 7492/86. Trata-se da Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Seu sócio no império, Carlos Eduardo Schneider Melzer, também é réu no mesmo processo.
Se condenado, o capo pode amargar até quatro anos de xilindró.
O caso está na Justiça Federal da 4ª Região, 1ª Vara Criminal de Porto Alegre, e pode ser acompanhado aqui.
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Para quem não sabe, Nelsinho, verdadeira reserva moral de nossa pátria, também preside a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão).

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

INTERROMPEMOS NOSSO PERÍODO SABÁTICO PARA UMA IMPORTANTE REVELAÇÃO DE ZERO HORA


Alguns de nossos leitores mais renitentes estavam já resignados com a fase de letargia vivida por este tugúrio digital. De fato, havíamos resolvido oferecer uma trégua à Imprensa Golpista, Pestilenta e Analfabeta. Qual o quê!!! Bastou que rolássemos a barrinha para o pé da edição online do tabloide da RBS, onde costumam entrar as amenidades, e – pimba! – lá estava o maravilhoso pitéu, engastado no Donna Online, espécie de “caderno feminino” da gazetinha gaúcha.
Por tratar-se de tema que sempre clamou por esclarecimentos, e diante de sua relevância jornalística, julgamos que não poderíamos nos omitir em dar publicidade ao fato. Mesmo porque, a exemplo da desinformada moçoila da foto acima, nem todo mundo tem o privilégio de ver o mundo pelas sábias páginas de ZH.  

(clique na imagem para ampliá-la)
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domingo, 30 de janeiro de 2011

MÍDIA E CORRUPÇÃO


Por Roni Chira, do blog O que será que me dá

Corromper ou subornar são verbos tão antigos como a própria história da humanidade. No Brasil, vão desde aquela singela cervejinha para o guarda de trânsito – mais conhecida como o “jeitinho brasileiro” – até o que Chico Buarque expressou genialmente em “Vai Passar”:

Dormia a nossa Pátria mãe
tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Os mecanismos de “subtração” aos quais Chico se referia florescem muito mais onde não há democracia, direitos humanos e justiça social. No Brasil, ganharam maior consistência nos bastidores da ditadura militar, onde a classe política foi imobilizada após o fechamento do congresso pelo AI-5 em 1968. Num cenário destes, qualquer “favorzinho” era negociado na base de propina. Do segundo escalão para baixo do governo militar, a corrupção corria solta enquanto a “Pátria mãe dormia”.
Muita gente usou deste recurso, muitas empresas cresceram quando tiveram “visão de mercado” aliando-se aos governos militares de forma pragmática. Falha e Globo são exemplos clássicos disso.
Quando recebeu das mãos dos militares a concessão pública para operar em território nacional, a Globo era associada ilegalmente ao grupo americano Time-Life. Significa que, além de darem suporte logístico e até militar aos generais (frota marítima americana estacionada na costa brasileira pronta para qualquer intervenção que se fizesse necessária para garantir a “normalidade da ordem golpista”), os americanos também atuaram na outra ponta do esquema. Para sustentar-se, o governo militar precisava ter voz e apoio na mídia. Isso é fundamental em qualquer golpe (até o surgimento da Internet). Assim, associados à Time-Life, que injetou o capital necessário, os militares e o jornalista Roberto Marinho vitaminaram o grupo Globo – jornal e TV - para tornarem-se a potência que são hoje. As diretrizes básicas: alinhamento e subordinação total do país aos interesses americanos na região.
Devemos lembrar que, naquela época, os monopólios midiáticos ainda estavam engatinhando no Brasil. A Record – que era a vanguarda da TV brasileira – possuía uma única emissora e um auditório com estúdio na Rua da Consolação. Silvio Santos começava a engatinhar com seu Baú e o horário “nobre” da Globo era um pastelão de luta livre que apresentava Ted Boy Marino – o “galã” da emissora. Havia um enorme espaço a ser ocupado para quem incorporasse a ideologia de subserviência aos EUA. A Falha era um jornaleco provinciano. Ofereceu-se como uma prostituta barata à ditadura. O Estadão representava a ultradireita 100% nacionalista.
No ambiente de 64 e nos anos que se seguiram, os caminhos eram estreitos: hipocrisia ou clandestinidade. No prisma da hipocrisia formaram-se políticos como Maluf e Serra. Um lambeu muita botina de milico até adquirir “maioridade” e caminhar com as próprias pernas, recebendo verbas públicas através do voto popular. “Roubou mas fez” – como dizem os paulistas “espertos” que o fazem campeão de votos em cada eleição que participa. O outro chutou a UNE para o alto e deu no pé quando sentiu o cheiro de botina de milico. Só retornou para lamber os sapatos da elite paulista e, através dela e de sua imprensa, conseguir eleger-se a cargos públicos.
O exemplo mais grave de corrupção no Brasil deu-se no final do primeiro mandato de FHC: a compra de votos parlamentares para aprovar a emenda constitucional que garantiria a reeleição do presidente. Foi um golpe de estado do colarinho branco. E, mais uma vez, precisava da mídia. Ou melhor, de sua omissão. O PIG não fez cerimônia: tratou o caso como um mexerico que não merecia mais do que algumas notas de rodapé em seus jornais. Há transgressão maior do que corromper para obter mais um mandato?
Já em 2005, as doações ao caixa dois do PT – que foram usadas para o financiamento de campanhas de diversos parlamentares e envolveram TODOS os partidos – foram um banquete para o PIG. A partir da denúncia de Roberto Jefferson (que embolsou R$ 4 milhões) armou-se um circo “nunca antes visto neste país”. Em seu embalo golpista, a imprensa amplificou e batizou o esquema de Mensalão. Plantou a idéia de que as verbas do esquema eram roubadas dos cofres públicos através de um labirinto de factoides e personagens emaranhados em intermináveis conexões. E essa percepção continua a ser alimentada ou, para se dizer o mínimo, nunca foi contestada. Até hoje não foi provado que o tal Mensalão era um procedimento mensal. Muito menos que utilizava verbas públicas. Rendeu a cabeça de José Dirceu, e quase derrubou Lula. José Dirceu, aliás, não renunciou para garantir elegibilidade, como a maioria dos acusados fez na época. Preferiu submeter-se à cassação e perder seus direitos políticos convicto de que, mais tarde, provaria sua inocência. A conferir.
Enquanto FHC e os que o antecederam controlavam a mídia e a Polícia Federal, engavetando denúncias e processos de diversas falcatruas que “subtraiam a Pátria”, Lula fez o oposto: deu total autonomia à PF e não impediu nenhuma CPI. Isso gerou números bem contrastantes (veja aqui). E o PIG tratou de configurar estes números como uma avalanche de corrupção orquestrada pelo PT. Colou? Além de colar fácil nas cabeças preconceituosas que não admitiam um operário ser presidente, também criou uma legião de cães raivosos empesteando a sociedade com palavras de ordem fascistas.
O episódio do Mensalão ainda aguarda julgamento para ser passado a limpo. É uma dívida que a justiça e o PT têm com a sociedade brasileira. E a imprensa corrupta e golpista? Continuará impune até quando?

sábado, 29 de janeiro de 2011

PERIODISMO DE MIERDA – PIG ABRE PRIMEIRA FRANQUIA NA EUROPA

O jornalista, escritor, filólogo e ex-padre Juan Arias, de 79 anos, correspondente no Brasil do afamado diário espanhol El País (do Grupo Prisa – maior conglomerado de imprensa daquele país), acaba de confirmar que a má-fé midiática não é privilégio verde-amarelo e que o tempo não necessariamente melhora o ser humano.
A “reporcagem” acima, estampada na edição de hoje (29) do jornalão castelhano, é exemplo acabado de um tipo de prática que por aqui abunda: a “interpretação” seletiva.
Basta uma leitura rápida da bombástica “notícia” (clique aqui para ler na íntegra) para notarmos que não há uma única palavra dita pela presidenta Dilma Rousseff que sustente o indecoroso título dado à “matéria”.
É o nosso PIG fazendo escola.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

ALERTA NA GLOBO: GÂNGSTER MIDIÁTICO VAI EM CANA


A notícia divulgada pela Tunis Afrique Presse (TAP) caiu como um molotov na Rua Lopes Quintas, 303, zona sul carioca: o dono da emissora tunisiana Hannibal TV foi tomar café de canequinha, ao lado de outros delinquentes, por usar a concessão de sua rede para “divulgar informações falsas, com o objetivo de sabotar a estabilidade do país e levá-lo ao caos”. 
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Aconteceu na Tunísia (assim, com acento), país do norte da África.

AOS PAULISTANOS

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

FOLHA DE S.PAULO CONSEGUE DESBANCAR ZERO HORA

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Após o gozo pleno de merecido recesso bloguense, eis que nos deparamos, ontem, 11, com esta maravilha do jornalismo hodierno. Graças aos ilustradíssimos profissionais da modelar gazeta paulistana, ficamos sabendo que a laboriosa comunidade científica germânica encontrou “produtos à base de frango” entranhados nos lombinhos dos leitões. Ao mesmo tempo, soubemos do descontentamento das galinhas poedeiras com a desditosa notícia.
Como se pode ver, não há substâncias mais tóxicas para a sociedade que a estupidez, a burrice e o analfabetismo funcional de certos conglomerados mafiomidiáticos, se levarmos em conta que o governo tucano paulista comprou milhares de assinaturas de tal diário para “instruir” os estudantes da rede pública.
Por sua vez, o tabloide do Grupo RBS, tradicional veiculador de patacoadas, promete dar o troco já em sua próxima edição, retomando para si o galardão de Campeão da Ignorância.